sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Conselho de ministros aprova resoluções já adjudicadas 26 Agosto 2011

O Conselho de Ministros desta quinta-feira, que regressa à assiduidade semanal depois de um interregno de meses, aprovou uma resolução relativa ao programa Casa Para Todos que "autoriza a ministra do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Lopes, a adjudicar a construção de mais fogos nos Espargos (Sal), Tira Chapéu e Achada Grande (Praia)”. Uma decisão entretanto antecipada desde 22 de Agosto pelo IFH, que, numa cerimónia pública acompanhada pela comunicação social, assinou contratos para a construção desses mesmos fogos com várias empresas. O porta-voz do governo, Jorge Tolentino, também adiantou que este ano o Governo não vai de férias.

O ministro da Presidência do Conselho de Ministros e da Defesa Nacional, Jorge Tolentino, começou a habitual conferência de imprensa por reforçar a “abertura, diálogo e disponibilidade democrática no novo quadro institucional que se abre”, desde o último domingo com a eleição de Jorge Carlos Fonseca a Presidente da República.
O porta-voz do CM diz aos jornalistas que a coabitação política que se vive pela primeira vez no país “é uma oportunidade para o reforço entre os diferentes órgãos de soberania, nomeadamente entre o governo e a Presidência da República. Trata-se de uma oportunidade que deve ser explorada no sentido de testar todas as oportunidades que são oferecidas pela Constituição da República nesta matéria”.
E num ano em que Jorge Tolentino anunciou que o Governo não vai de férias, o CM aprovou três resoluções relativas ao programa Casa para Todos e que “autorizam a ministra do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Lopes, a adjudicar a construção de mais fogos nos Espargos (Sal), Tira Chapéu e Achada Grande (Praia)”.
Uma decisão entretanto antecipada desde 22 de Agosto pelo IFH (Imobiliária, Fundiária e Habitat), que numa cerimónia pública, acompanhada pela comunicação social, assinou contratos para a construção desses mesmos fogos com várias empresas.
Confrontado com isso, Jorge Tolentino mostrou-se surpreendido e disse que “não é possível”. “Terá de certificar a informação porque a autorização acaba de ser dada na sessão desta tarde”.
O ministro acrescentou ainda que o programa Casa para Todos “está a correr da melhor forma”. “Estão em adjudicação cerca de 1800 fogos e alguns já estão em processo de construção, designadamente em São Vicente, onde 250 unidades serão inauguradas em Outubro. Há ainda outros em construção em Santiago, nomeadamente em Assomada, Palmarejo Grande (Praia), nos três concelhos do Fogo, na Boa Vista e em São Nicolau”.
Na reunião desta quinta-feira, 25, também foi aprovado um diploma que estabelece o novo formulário de actos, a praticar pelo governo. “O que está em vigor data de 1992. Entretanto ocorreram algumas alterações na Constituição da República e havia que adaptar esse diploma”, concluiu.
IMN

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MAUS SINAIS

 

JMN pode fazer melhor e sabe fazer melhor. Exige-se-lhe apenas que seja mais racional e comporte-se, antes de mais, como um servidor da causa pública. É Primeiro Ministro de Cabo Verde, mais do que amigo pessoal de MIS. É mais Chefe de Governo do que perdedor nestas últimas eleições. Nos combates políticos um PM não tem período de nojo, pois que o interesse público impõe-se a toda a hora, sem descanso. Ainda que trespassado de dor, por dentro, deve ser a imagem firme e serena dos valores fundamentais do Estado de Direito e Democrático
A lei constitucional parece não ter previsto a posse no caso especial destas eleições com mandato presidencial prorrogado por mais seis meses. A data da posse, na Constituição, está tratada para as situações normais, sejam decorrentes de eleições ordinárias, sejam aquelas impostas pela vacatura do cargo.
Se não tivesse havido prorrogação do mandato presidencial, o eleito tomaria posse no último dia do mandato de Pedro Pires. Com a prorrogação do mandato por mais seis meses, é evidente que a norma não é aplicável, pois que se mostra materialmente impossível o seu cumprimento, já que o termo do prazo prorrogado coincidiria com o termo do mandato. Ou seja, Jorge Carlos Fonseca tomaria posse no própria dia das eleições.
Estamos, pois, a lidar com uma situação nova.
Ao se cumprir o dispositivo constitucional de desfasamento mínimo de 6 meses, ficou um outro problema por resolver que é a tomada de posse, pois que, obviamente, ela não poderia ter lugar no próprio dia. Mas o problema anterior a este é que nada obrigava o PR a marcar as eleições para o dia 7 de Agosto, pois a lei constitucional mandou prorrogar o prazo de mandato pelo tempo que se mostrasse necessário para salvaguardar o período mínimo de cento e oitenta dias entre as eleições legislativas e presidenciais. Trata-se, pois, de um espaço jurídico que se deixou livre ao PR, de sorte a que ele pudesse marcar as eleições na melhor data que pudesse assegurar o cumprimento de dois princípios essenciais: o intervalo mínimo de 180 dias entre as legislativas e presidenciais e o exercício do direito de sufrágio.
Não faz sentido, então, a pressa na posse, com argumentos de ordem constitucional. O prazo imposto pela letra da lei, em situações de mandato «normal» foi já ultrapassado. Aqui trata-se de uma situação especial, decorrente da prorrogação do mandato presidencial. Querer equiparar esta situação à da vacatura do cargo é equiparar o que nunca se pode equiparar na essência, pois que num caso o cargo encontra-se vago, sem titular, quando todos sabem que temos um Presidente que deve exercer as suas funções pelo tempo necessário até à tomada de posse do novo presidente eleito. A posse na vacatura é trata com urgência, por razões óbvias! A urgência aqui não se impõe, pelo menos do ponto de vista racional.
Mas o bizarro de tudo isto, é que se está a tratar o empossando, que é Presidente da República, como um mero funcionário de cartório. Marca-se a data e ele comparece, ordeiro e submisso, pois que nada tem a ver com o assunto. A matéria – esta e outras de natureza protocolar e de segurança – está a ser tratada com azedume, por parte de um poder público ressabiado. A personagem principal é JCF, por mais que se pretenda fazer esquecer este facto. Não se marca a data da posse do PR sem o seu consentimento – e muito menos à revelia dele!
O Primeiro Ministro não teve a cortesia de telefonar o Presidente eleito, nem no dia das eleições e nem nos dias seguintes, remetendo as suas felicitações, de forma sintomática, para uma carta protocolar. Com o gesto mostrou querer um relacionamento exclusivamente no plano formal, no estreito e frio corredor das «excelências», mas, com isso, nenhum grande mal vem ao mundo, desde que sejam observadas certas regras de conduta, de respeito e lealdade institucionais.
Que JMN e JCF não são amigos, já o sabíamos. Apenas não sabíamos que poderia existir tanto ressabiamento ao ponto de se querer despachar com urgência uma cerimónia de empossamento, fazendo esquecer rapidamente uma derrota política, abrindo-se, também muito rapidamente, uma nova página. Ao ponto de se negar a JCF a segurança mínima e o tratamento protocolar condigno. Estes «privilégios» - e uma grande festa - estariam certamente reservados a outro, ao que se queria que fosse eleito e não o foi, àquele que se quis fosse a todo custo Presidente, mas não é. Fogos de artifício do Estado para o «desejado»; e para o «escolhido» pelo povo ... o cumprimento cinzento, apressado e quase clandestino de uma formalidade de posse. É esta a imagem de Estado que estamos a construir: um Estado camaleónico, consoante as conveniências pessoais e políticas, volúvel e serviçal! É pena que assim seja.
JMN pode fazer melhor e sabe fazer melhor. Exige-se-lhe apenas que seja mais racional e comporte-se, antes de mais, como um servidor da causa pública. É Primeiro Ministro de Cabo Verde, mais do que amigo pessoal de MIS. É mais Chefe de Governo do que perdedor nestas últimas eleições. Nos combates políticos um PM não tem período de nojo, pois que o interesse público impõe-se a toda a hora, sem descanso. Ainda que trespassado de dor, por dentro, deve ser a imagem firme e serena dos valores fundamentais do Estado de Direito e Democrático.
A sociedade cabo-verdiana espera que a coabitação entre JCF e JMN funcione, mas a maioria política que este preside tem dado, até ao presente momento, maus sinais, seja na questão da segurança de JCF, no apoio protocolar e na marcação da data da posse. Mau prenúncio! Esperemos que possa ser simples névoa, sem pingo de chuva!
JCF tem dado provas de uma grande sabedoria e serenidade nos momentos mais difíceis, às vezes até contornando situações graves com uma ponta de humor. A ressaca da derrota acabará por passar e as luzes da razão tomarão o seu lugar, para bem de todos e de Cabo Verde.

Eurico Monteiro

terça-feira, 23 de agosto de 2011

UA: eleições “livres, transparentes, credíveis e justas” 22 Agosto 2011

A União Africana pronunciou-se esta segunda-feira, 22, de forma favorável face ao desenrolar da segunda volta das eleições presidenciais em Cabo Verde. A equipa de observadores – liderada por Pascal Gayama – felicitou “o povo de Cabo Verde, pelo respeito demonstrado para com os princípios da democracia”.

UA: eleições “livres, transparentes, credíveis e justas”
A equipa de 15 observadores da UA elogiou a segunda volta do pleito eleitoral, que elegeu Jorge Carlos Fonseca como o próximo Presidente da República de Cabo Verde.
Realçando “a maturidade dos actores políticos e do povo cabo-verdiano”, referem que, no geral, a campanha “pautou pela paz e pela convivência entre os diferentes candidatos, em plena consonância com os princípios de liberdade de expressão e de equidade, plasmados no Código eleitoral”. A equipa da OUA não deixa, no entanto, de sublinhar a persistência de algumas lacunas, como é o caso do ligeiro atraso na abertura de algumas mesas de voto; o facto das urnas não serem transparentes, ou “a afixação dos desígnios de campanha nas proximidades das assembleias de voto”.
Por fim, a União Africana exorta “todos os actores políticos cabo-verdianos a colaborarem para consolidar a democracia, promover o Estado de direito, a paz. Com isso, terão sempre a estabilidade almejada para a prossecução da agenda de desenvolvimento do país”.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

As primeiras palavras do novo Presidente da República

Nas suas primeiras palavras como Presidente da República eleito, Jorge Carlos Fonseca comprometeu-se com o que havia sido o seu programa eleitoral, falando de cooperação com os diferentes órgãos de soberania– Governo incluído - mas ressalvou que vai exercer “uma magistratura activa”, recorrendo a todos os poderes que lhe estão reservados pela Constituição.

As primeiras palavras do novo Presidente da República
“Começo por saudar o povo de Cabo Verde, que, nas ilhas e nas comunidades no exterior, me ofereceu esta vitória eleitoral e me elegeu como no próximo Presidente da República de Cabo Verde”. Foram estas as primeiras palavras do novo Chefe de Estado de Cabo Verde.
Naquele que foi o seu primeiro discurso enquanto Presidente eleito – apesar de ainda não estarem encerradas todas as urnas - Jorge Carlos Fonseca agradeceu o voto de confiança dado pelo eleitorado, afirmando que "procurarei merecer a confiança que me foi dada hoje nas urnas”.
Aproveitando para agradecer a todos os que estiveram com ele nesta corrida, assumiu que “esta vitória é de muita gente” apesar de que “talvez no início houvesse gente que não acreditava que este projecto pudesse vencer”.
Garantindo que cumprirá “escrupulosamente” todas as suas promessas eleitorais, afastou o fantasma da instabilidade política, ao reafirmar que irá cooperar com o Governo de José Maria Neves “com lealdade e com o respeito da Constituição e das leis”.
Refere, no entanto, que cumprirá igualmente “o compromisso" de ser "um presidente que exercerá de facto uma magistratura activa no plano político e moral na sociedade cabo-verdiana" e que não prescindirá "em caso algum dos poderes que a Constituição confere ao Presidente da República”.
Apontou ainda que se manterá atento aos grandes desafios do país, especialmente no que se refere à democracia de Cabo Verde, que, na sua opinião, “precisa de ser aprofundada e estendida". "Eu, como Presidente da República, darei o meu contributo para que a democracia seja cada vez mais moderna e mais avançada”.
Por último, Jorge Carlos Fonseca voltou a falar da compra de votos, referindo-se a “fenómenos que possam colocar em causa, parcialmente que seja, a exemplaridade da democracia em Cabo Verde”.
“Ser eleito Presidente de Cabo Verde, no actual contexto e com tantos desafios que vivemos actualmente, impõe uma enorme responsabilidade sobre os ombros”, terminou.

O quarto Presidente da República de Cabo Verde - 21 AGOSTO 2011

Jorge Carlos Fonseca é o quarto Presidente da República. É a democracia cabo-verdiana a mostrar o seu alto teor de maturidade, obrigando - com a eleição de um presidente de uma área ideológica diferente da do partido que é poder a nível do executivo e detém a maioria parlamentar - as diversas correntes políticas e de pensamento que enformam a sociedade cabo-verdiana a conviver ao mais alto nível - PR, Governo e Parlamento.

O quarto Presidente da República de Cabo Verde 
 
O candidato apoiado pelo MpD venceu a segunda volta das presidenciais. Os resultados provisórios até ao momento dão-lhe 95.127 votos (54,45%), contra os 79.574 votos (45,55%) do seu adversário Manuel Inocêncio Sousa. Quando faltam apurar apenas 58 das 1.108 mesas, a vitória de Zona é irreversível. A abstenção situa-se nos 40.2 por cento.
Segundo os dados provisórios divulgados na página oficial da Comissão Nacional das Eleições, Zona ganhou em quase todos os concelhos do país, a única excepção é a ilha do Fogo, onde MIS obteve 60.2 por cento (8.075 votos).
Quando muitos contavam com uma simples soma dos votos de Aristides Lima, na primeira volta aos de Manuel Inocêncio Sousa, os resultados provisórios indicam que essa transferência não aconteceu. Antes pelo contrário, quem parece ter beneficiado com a permuta é claramente Jorge Carlos Fonseca.
Mais uma vez ficou provado nas urnas que todo aquele que se divide sai penalizado.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Cardozo marcou na Holanda (foto ASF)
Arte de Takuara lança corrida ao euromilhões


Paraguaio volta ao onze, marca na Holanda e deixa Benfica mais perto da fase de grupo.s O impressionante registo de Nolito: quatro jogos, quatro golos! Luisão iguala Nené e Eusébio.

Dois e a igualdade conseguida em Enschede - categórica a forma como os encarnados recuperaram de desvantagem no marcador - deixam o Benfica mais próximo da fase de grupos da Liga dos Campeões, um dos objectivos, desportivos e financeiros, fundamentais numa época que fica marcada, desde o início, pelo forte investimento da SAD benfiquista na construção de um plantel rico de soluções e que oferece todas as garantias a Jorge Jesus. Como o próprio técnico reconheceu publicamente e como o atesta a qualidade evidenciada por boa parte dos novos elementos que integram o grupo de trabalho.

No regresso aos palcos europeus, para o quarto jogo oficial da temporada, Jorge Jesus alterou o modelo táctico (desta feita, dispôs a equipa em 4x2x3x1), utilizou, de início, cinco reforços - entrou ainda Matic durante a partida - e promoveu, como anunciara de véspera, a titularidade de Óscar Takuara Cardozo, melhor marcador dos encarnados nas últimas campanhas (atingiu na Holanda a impressionante marca de 101 golos em 171 jogos oficiais pelos encarnados).

PÉ ESQUERDO PARA GOLO 101

E foi precisamente o internacional paraguaio, nem sempre consensual entre os adeptos, com um forte e colocado remate de pé esquerdo (21), a desbloquear a ambicionada corrida ao euromilhões da Champions - a presença na fase de grupos garante, desde logo, 7,2 milhões de euros.

Um momento de arte de Óscar Cardozo - Jesus tinha avisado: o paraguaio «tem a arte de fazer golos.» -, que deixou, então, tudo igual no jogo (o Twente tinha marcado primeiro) e relançou o Benfica para um final de primeiro tempo personalizado, inebriante e que valeu mais um golo em Enschede, frente ao Twente de Co Adriaanse, que coloca o clube português em boa posição no play-off.

MAIS UM GOLO DE NOLITO

Golo 20 de Takuara na UEFA e golo quatro de Nolito em quatro jogos oficiais pelo Benfica (marcou em todos!). Um registo impressionante do avançado espanhol ex-Barcelona, uma das sensações deste início de época, e que deixou o conjunto da Luz em vantagem durante largos minutos e na expectativa, que acabou por ser frustrada, de poder voltar a vencer na Holanda, o que apenas aconteceu numa ocasião, há 42 anos.

Céu nublado, mas sem chuva

Depois de durante o dia de terça-feira a chuva ter bafejado as ilhas na região sul do país com alguma persistência, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica prevê para hoje um dia nublado, com nuvens baixa, mas sem chuva.

Céu nublado, mas sem chuva 
 
De acordo com o meteorologista de serviço, as nuvens estão baixas, mas não há previsão de chuva ao longo desta quarta-feira. Entretanto, sobretudo nas zonas altas, podem ocorrer precipitações ligeiras e dispersas, próprias da época.
A visibilidade é boa (igual ou superior a 10Km), o vento sopra moderado (11-16 Nós) de ENE, fraco variável durante a noite e madrugada, passando gradualmente a soprar de NNW. O mar está encrespado ou de pequena vaga, localmente cavado e a ondulação atinge 1,0 a 2,5 metros de altura.
Ontem, terça-feira, a situação era diferente. Na ilha do Fogo choveu na região norte de São Filipe, mais precisamente em Galinheiro e Ponta Verde. Nesta duas regiões, segundo informações apuradas no terreno, a monta já foi feita, as plantas já estão bem crescidas e o milho tem entre duas a quatro folhas.
Antes, nos dias 8 e 9, também há registo de chuvas nas ilhas de Santiago, Fogo, Brava e Maio. As precipitações mais significativas ocorreram em Atalaia (116 mm) e Ribeira do Ilhéu (180 mm) na ilha do Fogo, e no Alto Casanaia (59 mm), Escola Agro-Pecuária (68,5 mm), Mato Limão 56 mm) e Lém Pereira, Santiago.
Na ilha do Maio a zona registar maior precipitação foi Calheta Monte Vermelho (24mm) e, na Brava, foram Campo Baixo (13mm) e Cova Galinha (13mm).

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Marcha da Graça acontece hoje 15 Agosto 2011

Hoje celebra-se o dia de Nossa Senhora da Graça, padroeira da Praia. Milhares de fiéis vão estar na procissão que vai percorrer várias artérias do platô com cânticos de louvor à Santa que protege a capital do país e em acção de graças pedir-lhe benção para todos os habitantes da Cidade da Praia, para que vivam em paz, harmonia, com mais valores e menos desigualdade. O altar já está montado na Rua Andrade Corvo para a missa campal. Mas este ano, este dia que normalmente se resume às tradicionais celebrações religiosas vai levar também às ruas centenas de artistas e líderes da sociedade civil para a Marcha da Graça.

Marcha da Graça acontece hoje
Mais de 600 pessoas – entre elas o grupo Marina Vaz, Tabanka de Achada Grande, músicos das bandas municipal e militar, vários actores, grupo Rola Samba e ainda figurantes de grupos de carnaval – irão protagonizar um espectáculo sobre a “degradação humana, visando chamar a atenção para a promoção da paz, solidariedade e valorização da vida”, explica Elda Gonçalves, mentora do projecto.

domingo, 14 de agosto de 2011

Miguel Costa: “Não encontro na história um dirigente máximo do partido a tratar parte dos militantes dessa forma” (entrevista exclusiva) / Política / Detalhe de Notícia


11-8-2011

Miguel Costa: “Não encontro na história um dirigente máximo do partido a tratar parte dos militantes dessa forma” (entrevista exclusiva)


Depois de mais de 30 anos de militância, abandonou o PAICV, em ruptura com o presidente do partido. Miguel Costa, apoiante de Aristides Lima, abre o jogo, explica as suas razões e analisa o actual momento ‘tambarina'.

O que é que esteve na base da sua decisão de abandonar o PAICV?
Os motivos foram muitos. No início, o presidente do partido fez algumas declarações a que não dei grande importância, mas à medida que as coisas foram decorrendo vi que tinha de tomar alguma decisão, independentemente do resultado das eleições.

Não é a primeira vez que o PAICV passa por uma situação destas. O PAICV é um partido forte, ninguém nega isso, e precisa de ter um presidente com capacidade de liderança, e o José Maria Neves tem essa capacidade.

O presidente assumiu a liderança da candidatura do Manuel Inocêncio e foi ele quem começou a lançar todas essas farpas.

Provavelmente, na cabeça dele, poderia ter pensado que o Aristides iria ter 3 ou 4 por cento dos votos e que isso não o iria incomodar. Só que as previsões falharam completamente.

Em vez de confrontarem os outros candidatos, cerraram fileiras contra o candidato Aristides Lima e deixaram o Jorge Carlos Fonseca à vontade.

Parece-lhe possível a união do partido?
Não sei se a união é possível, porque não sei o que é que os outros pensam. Eu, como trinta e tal anos de partido, nunca vivi uma situação semelhante.

Não encontro na história um dirigente máximo do partido a tratar parte dos militantes dessa forma. Tenho a minha maneira de pensar e não reagi de cabeça quente. Vim meditando ao longo desses dias.

Por outro lado, o que me obrigou a tomar essa decisão foi o que vi e ouvi no domingo. Nunca acreditei que o PAICV pudesse fazer boca de urna, pagar a pessoas, dar comida, dar bebidas. Para mim foi uma novidade muito grande.

Não estou a dizer que a candidatura do Jorge Carlos Fonseca não o fez também, porque sei que faz e que fizeram, mas no PAICV nunca acreditei que fosse possível.

Não tenho hipótese de me sentar na mesma mesa com algumas pessoas do partido aqui em São Vicente.

A sua decisão é irreversível?
Claro. Em tudo na vida há um momento em que você termina. Se há reforma para tudo, também os políticos deviam ter uma altura para se reformar.

Estou tranquilo porque preparei alguns jovens aqui em São Vicente e sei que eles não me vão envergonhar.
Nós, os de cabelos brancos, às vezes perturbamos o desenvolvimento da juventude.

Esta divisão interna poderá ter consequências para lá das eleições?

Acho que não deve passar muito daí. A consequência era os deputados do PAICV que estavam com o Dr. Aristides criarem uma nova bancada. Os militantes do PAICV têm uma forma de fazer as coisas que não implica prejudicar o partido ou o Estado.

Eu não acredito que o Felisberto ou que o Sidónio venham a tomar a medida que eu tomo e espero que não o façam, para o bem do PAICV e para bem de Cabo Verde.

Se eu estivesse como deputado, não tomaria esta decisão, precisamente para evitar outras consequências.

Poderá estar a desenhar-se uma corrida à liderança do partido? José Maria Neves afirmou que este é o seu último mandato.
Não acredito que o Dr. José Maria Neves saia. Acho que isso foi um bluff. É claro que já meteu os pés pelas mãos nestes últimos meses, mas acho que pela capacidade que ele tem, pela força que o PAICV tem, se ele concluir algumas obras que fazem muita falta, acho que tem todas as possibilidades de se candidatar e apanhar um quarto mandato.

Eu penso é que ele estava já a pensar que, o Inocêncio vencendo agora, daqui a cinco anos ele próprio iria candidatar-se a Presidente da República. Mas, com toda essa situação que se deu agora, não acredito que o faça. Com tudo isto que se deu, ele não vai dizer ao Inocêncio: "agora encosta-te ali que é a minha vez".

Ele vai continuar e em 2016 vai estar novamente a liderar o partido nas legislativas. A não ser que o Inocêncio perca as eleições. Aí talvez se candidate à presidência.

Ele não vai deixar a política. É o que ele faz e eu acho que faz muito bem, independentemente das asneiras que fez nesses últimos tempos.

Qual será o seu posicionamento na segunda volta das eleições?
Eu peço à população que não siga o meu exemplo, mas eu não vou votar no dia 21 de Agosto.

A minha ida à urna teria muitos significados. Para evitar dúvidas, o meu nome vai ficar em branco.

E qual deverá ser o posicionamento de Aristides Lima?

Eu já conheço o Aristides Lima desde 91. Ele tomará uma decisão que não vai afectar ninguém e vai continuar a dar esse exemplo que democracia e cidadania devem estar de mãos dadas.

É uma pena ele não ter vencido as eleições, porque Cabo Verde ficaria a ganhar.

Aristides Lima agradece apoio sem dar indicação de voto

Aristides Lima agradeceu esta sexta-feira, 12, na Biblioteca Nacional, a todos os que estiveram com ele nesta corrida presidencial. Apesar de não ter passado à segunda volta, afirma que conseguiu um resultado histórico, e que “o sentido democrático de Cabo Verde está a melhorar”. Quanto à indicação de voto, diz não ser “dono do voto de ninguém”.

Aristides Lima agradece apoio sem dar indicação de voto
O ex-candidato Aristides Lima juntou os seus apoiantes e equipa de campanha para um último agradecimento. Em discurso directo, Lima afirmou que a partir de agora “temos que olhar para a frente e trabalhar todos juntos com serenidade, procurando dar uma contribuição natural para o reforço da nossa democracia”.
Perante uma sala efusiva – e que reafirmou que Lima é o seu presidente -, Aristides falou da campanha da cidadania que culminou nas urnas no passado dia 7, referindo que, “dentro do contexto que a fizemos é um resultado histórico”, com 28 por cento dos votos alcançados.
Questionado pelos jornalistas se irá dar indicação de voto, Lima afirma não ter esse poder sobre ninguém, e que os cabo-verdianos deverão votar em consciência.
Referindo-se ainda à elevada abstenção que foi registada nesta primeira volta, falou de “um recenseamento eleitoral mais aperfeiçoado”, sendo necessário, na sua opinião, “reflectir sobre a natureza do voto em Cabo Verde, se deve ser um dever cívico, ou um dever jurídico”, abrindo espaço a que, como acontece noutros países – um exemplo é o Brasil -, o voto seja obrigatório por lei.
Apesar de ter saído da corrida e de não se ter comprometido com uma nova tentativa daqui a cinco anos, o certo é que Aristides Lima ganhou nestas eleições um capital político que não pode ser ignorado. Roubando as palavras de um político português, também ele “andará por aí”.

Brasil é o país convidado da 15ª edição da FIC 14 Agosto 2011

A 15ª edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), que terá lugar na suas instalações na cidade do Mindelo nos dias 16 a 20 de Novembro, decorrerá sob o lema “15 anos a promover negócios em Cabo Verde”. O Brasil é o país convidado desta edição.

Brasil é o país convidado da 15ª edição da FIC
As novidades para esta edição é a presença inédita de novos sectores como a moda, arte e cultura, num certame que é tido como o maior evento empresarial realizado no país. À semelhança das anteriores, será um evento multi-sectorial, com expositores provenientes sobretudo do Brasil, Portugal e Canárias.
Segundo a direcção da FIC, está-se a trabalhar para reforçar a presença destes países, mas também para trazer expositores do continente africano, principalmente da CEDEAO, no sentido de se estabelecer possibilidades de intercâmbio e parcerias comerciais. “No quadro da internacionalização da nossa economia, esta feira tem tido um papel importante na promoção e dinamização da economia empresarial, permitindo contactos directos dos operadores económicos com o consumidor final de produtos e serviços”, justifica.
A FIC elenca como objectivos o incremento de investimentos e a criação de negócios. Esta feira propõe-se ainda a promover possibilidades de promoção, parcerias e contactos comerciais, em prol do desenvolvimento dos operadores económicos e de Cabo Verde.
“Os parceiros nacionais e estrangeiros que sempre estiveram envolvidos nas edições da FIC, estarão ainda com mais dinâmica com um papel preponderante, especialmente na preparação e promoção de uma série de iniciativas empresariais conexas, buscando o fomento e a competitividade do sector privado ao qual se tem igualmente juntado o sector público”, perspectiva a direcção da FIC.

Ama revela segredos do clã AveiroA Ferver: 07.8 - 17h Por: Rita Montenegro / Rute Lourenço


Durante dez meses, Manuela Silva, de 47 anos, trabalhou em casa de Katia Aveiro, de 33, partilhando momentos de celebração, convívio, confissões e muitos segredos. No entanto, tudo se desmoronou quando foi "dispensada sem mais nem menos".
Depois de responder a um anúncio para empregada doméstica, Manuela foi bem recebida em casa da irmã de Cristiano Ronaldo e, aos poucos, segundo conta, já a tratavam "como se fosse da família". De tal forma que um problema do seu ex-marido com as Finanças fez com que Katia "a aconselhasse a não fazer contrato". "Ela deu-me a palavra de que, apesar de não ter contrato, teria os mesmos direitos: subsídio de férias, de Natal, e indemnizações", relata a ama de Cristianinho (14 meses) e Dinis (18 meses), que acabou por ver-se no desemprego de um dia para o outro e "com 600 euros no bolso".
Agora, magoada pela forma como foi dispensada pela irmã de Cristiano Ronaldo, Manuela Silva resolveu falar pela primeira vez, à Vidas, sobre os momentos que viveu com o clã Aveiro, deixando claro que o seu "objectivo não é difamar ninguém". Quer, sim, que "Ronaldo leia para saber aquilo que a irmã é", diz, acrescentando: "Ao Cristiano, a única coisa que quero dizer - e que só posso dizer, pois há muito que eu não posso divulgar- é que abra os olhos a tudo o que o rodeia", deixa no ar.
CR7 E A FAMÍLIA
Durante o tempo em que Manuela Silva conviveu com a família de Cristiano, pouco contacto teve com o futebolista.
Principalmente porque, quando o craque visitava o clã Aveiro, a mãe e as irmãs não o deixavam por um segundo. "Elas não o largavam, tanto a mãe como a irmã. Não deixavam ninguém chegar perto do homem. Ele chegou a fechar-se à chave no quarto do Rodrigo [o filho mais velho de Katia] para poder descansar e não o chatearem", explica. E acredita que CR7 não conhece a família que tem: "Quando elas estão com ele são diferentes. Eu também tenho irmãos com uma vida melhor do que a minha e não é por isso que ando agarrada a eles, quando estão ao pé de mim, a chorar."
Segundo a ama dos filhos de Katia e Ronaldo, as "falsidades" estendiam-se à namorada do jogador, Irina Shayk, que nunca foi aprovada pelas irmãs e a mãe de Cristiano Ronaldo.
"À frente da Irina, elas eram um espectáculo mas, por trás, a Katia e a mãe cortavam-lhe na casaca. Podem ser ciúmes, mas elas não gostam da Irina ou têm medo que quando o Ronaldo casar com ela percam alguma coisa. Além disso, não a achavam simpática e diziam que ela era falsa. Eu não acho isso. Penso que havia mais falsidade de outros lados", revela.
MÃE MEXICANA
O ambiente em casa de Katia Aveiro nem sempre era o melhor, principalmente quando alguma notícia divulgada na imprensa irritava a irmã de Ronaldo. Segundo Manuela Silva, foi através de um comentário a uma dessas notícias, que Katia lhe contou como é que o bebé do jogador do Real Madrid veio ao Mundo.
"Uma vez que veio uma notícia no jornal a dizer que a mãe do menino queria o bebé de volta. E ela disse: ‘isto é tudo mentira, porque a mãe do menino é mexicana e nem sequer viu se era menino ou menina, porque ela é uma barriga de aluguer'", explicou Katia a Manuela, acrescentando que o pequeno Cristianinho é "filho de duas mães". "Ela até me disse que o menino tinha duas mães, que os óvulos eram de uma e a barriga de outra. E que as duas eram mexicanas".
A ama está convicta de que Katia Aveiro lhe contou a verdade, mas se há uma coisa de que não tem mesmo dúvidas é da forma com que Cristiano Ronaldo trata o filho. Manuela diz que CR7 é um "pai a 100 por cento" e que está sempre preocupado com o bebé. "Os bocadinhos que ele tem são para o filho e mesmo se ele não estiver por perto está sempre a telefonar. Não é por ser ele, mas é um excelente pai, um espectáculo".
Também Irina Shayk parece já ter assumido um papel maternal na vida de Cristianinho e, das vezes em que Manuela privou com a modelo russa, esta mostrou-se sempre muito carinhosa com o bebé.
"Pelo que eu vi, a Irina gosta do bebé. Pegava nele ao colo, dava-lhe beijinhos, e não me parecia falsidade."
DINHEIRO E LUXOS
Na casa de Katia Aveiro, na Moita, não faltam luxos e também "alguns desperdícios". Nos dez meses em que esteve a trabalhar para a irmã de Ronaldo, Manuela acabou por ficar com muita coisa que a família Aveiro não queria.
"Têm coisas que desperdiçam, que vão para o lixo. Por exemplo, no dia dos anos do Zé [Pereira, marido de Katia] o porta-bagagens do meu carro veio cheio de comida, que eu dei à minha família. Ia tudo para o lixo. Cheguei a ficar com roupa, carpetes, uma televisão e até uma cama que estava na casa do Ronaldo de Sintra", conta, recordando, de seguida, o episódio que mais a chocou no que toca a desperdícios.
"Quando a Katia foi passar a passagem de ano à Madeira, deu-me as chaves da casa de Alcochete, porque tinha muita coisa na garagem para deitar fora. Lá dentro, havia vários sacos de comida, como massa, farinha e coisas do género, tudo podre. Até os ratos lá andavam", conta, adiantando que, entre as coisas que aproveitou para si, a maioria acabou por ir parar ao contentor de lixo mais próximo.
Dispensada por Katia Aveiro, Manuela Silva garante que pretende apenas alertar futuros funcionários para "não passarem pelo mesmo". "Durante dez meses, fui competente e séria para tratar do filho dela e até para o trazer para minha casa. E de um momento para o outro, como reclamei os meus direitos, já não sou competente para lá trabalhar. Ainda me custa a acreditar que ela me tenha feito isso. Gosto muito da Katia mas acho que é uma pessoa muito influenciável, por falsos amigos,"
A Vidas tentou contactar Katia Aveiro mas sem sucesso.
"A MÃE É MEXICANA" (Manuela Silva)
- A Katia chegou a contar-lhe a verdadeira história da concepção do filho de Cristiano Ronaldo?
- Uma vez, veio uma notícia no jornal a dizer que a mãe do menino o queria de volta. E a Katia disse: "Isto é tudo mentira, porque a mãe do menino é mexicana e nem sequer viu se era menino ou menina, porque é uma barriga de aluguer."
- E onde aconteceu o parto?
- Foi numa clínica privada e a mãe ao ter a criança nem sequer a viu, porque estava tapada. O bebé nasceu e ela nem sabe dele. A Katia ainda me disse que o menino tinha duas mães, que os óvulos eram de uma e a barriga de outra. E que as duas eram mexicanas.
- Quer isso dizer que ela confiava em si para compartilhar um segredo como este?...
- Sim, e mesmo lá em casa eu tinha ali tudo à mão: os Globos de Ouro do Cristiano Ronaldo, dinheiro, jóias, tinha acesso a tudo e, graças a Deus, as minhas mãos nunca se pegaram em nada.
- Tem pena de ter deixado de trabalhar para eles?
- A única coisa de que sinto pena é de deixar o Dinis e o Rodrigo. E o Dinis é um miúdo especial, conheci-o com seis meses, passava oito horas por dia com ele.
- E o filho do Ronaldo, o Cristianinho?
- Também gosto muito dele, é muito querido, mas não é um bebé que esteja sempre a rir. Já o Dinis [filho de Katia] deita-se e acorda a rir.
PAGAMENTO A PRESTAÇÕES
Manuela reconhece a bondade de Katia, que lhe emprestou dinheiro. "Todos os meses descontava o que ela me tinha emprestado. Se ela fosse honesta, fazia as contas... Mas pagou-me 600 euros, menos 50 do que era o meu ordenado, e não disse mais nada", revela a ama.
KATIA MUDA IMAGEM
Manuela Silva garante que quando conheceu a irmã de Cristiano Ronaldo esta "era uma pessoa simples". "A Katia nem era muito vaidosa, era simples. Depois de fazer as lipoaspirações ficou diferente", relata. E a justificação parece estar relacionada com Irina Shayk. "As mulheres são assim, sejamos sinceros. Eu também sou mulher, e se vemos outra a arranjar-se melhor tentamos também fazê-lo", diz.
UMA FAMÍLIA REPLETA DE SEGREDOS
Quando foi trabalhar para a casa de Katia, na Moita, Manuela Silva nunca imaginou que a família Aveiro escondesse tantos segredos. Agora, garante que CR7 deveria "abrir os olhos" em relação àquilo e àqueles que o rodeiam, mas assegura que muito vai ter de ficar por contar.
"Há muita coisa que não posso divulgar porque respeito a privacidade deles, há muitas coisas que se passaram lá em casa", diz, acrescentando que ela própria tem vídeos do pequeno Cristiano que nunca irá divulgar.
"O ZÉ FAZ TUDO LÁ EM CASA"
Manuela Silva diz que o marido de Katia é quem faz tudo lá em casa. "Ele passa muito mais tempo com os filhos e é quem muda as fraldas e faz as compras para a casa".
"CHEGOU A TRANCAR-SE NO QUARTO"
Para ter descanso na casa da irmã Katia, Ronaldo "chegou a trancar-se no quarto do Rodrigo [sobrinho] para ninguém o chatear", revela Manuela Silva.
"DIZIAM QUE A IRINA ERA FALSA"
A relação entre a família de Ronaldo e Irina nunca foi pacífica. "Elas não gostam da Irina. À frente dela eram um espectáculo mas nas costas diziam que era falsa".
"A ELMA É MUITO DIFERENTE"
Entre as irmãs de CR7, Manuela Silva elege Elma como a sua preferida. "É muito diferente da irmã, que não lhe chega aos calcanhares. É uma pessoa reservada".
KATIA DEIXA CASA DA MOITA
Quatro dias depois do baptizado de Dinis e Cristianinho, Katia enviou uma SMS a Manuela, desejando-lhe "boa sorte". "A partir daí, começou a enviar-me mensagens a dizer que eu não era aquilo que parecia."
ACUSAÇÕES POR SMS
Numa das mensagens que Katia enviou a Manuela (em cima) acusa-a de querer ganhar dinheiro fácil. "Não ganho dinheiro fácil como eles. A diferença é que eles vivem no luxo e eu do meu trabalho", diz.
"A KATIA DISSE-ME QUE IA VIVER PARA MADRID"
Katia Aveiro poderá juntar-se ao irmão na vida em Madrid. Segundo Manuela Silva, este era o grande desejo da ex-cantora e também a razão que lhe deu, inicialmente, para dispensá-la: "Ela não me deu a certeza mas disse que estava a pensar ir viver para Madrid."
SEM CONTRATO NEM HORAS EXTRAORDINÁRIAS
Manuela Silva não se arrepende do tempo em que trabalhou para Katia Aveiro. "Mesmo sem contrato, o meu horário era do meio-dia às 20h00, mas eu ia quando me pediam e nunca me pagaram mais por isso", afirma a ex-funcionária.
CRISTIANO RONALDO "VIVE PARA O FILHO"
Manuela garante ter a melhor impressão de Cristiano Ronaldo, principalmente no que respeita à relação do craque com o filho. "Ele vive para o bebé e é muito presente", explica a ama de Cristianinho, acrescentando que este é um bebé "muito querido".

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Navio “Liberdade” já está a caminho de Cabo Verde

 

O director geral da Agência Fast Ferry, Sean Pond, garantiu esta terça-feira que o navio Liberdade, que vai ligar as ilhas de Barlavento, já está pronto e deverá chegar a Cabo Verde a meados de Outubro próximo. Apetrechada com hélice de proa, rampas mais longas, tanque de água maior do que o de Kriola e mais 20% de assentos para poder corresponder às exigências dos mares das ilhas, Liberdade possui a mesma capacidade técnica da “irmã” que já navega em águas crioulas, garante Sean Pond.

Navio “Liberdade” já está a caminho de Cabo Verde 
 
Mas antes mesmo da chegada da “Liberdade” Pond já vê problemas no horizonte, relacionados com a inexistência de rampas Roll On/Roll Off em muitas das ilhas vai operar. “É um equipamento indispensável para o embarque de carga e passageiros em segurança”, partiram antes de assinalar que elas devem estar prontos antes da chegada do navio Liberdade. "A Enapor está a trabalhar para adquirir tais rampas a tempo. A não acontecer, tendo em conta que as rampas levam cerca de seis meses a serem construídas, Liberdade terá que operar durante algum tempo sem estes equipamentos, tal como aconteceu com Kriola, naturalmente com prejuízos”, aponta o DG da CVFF.
Balanço dos seis primeiros meses da CVFF
Fazendo o balanço do percurso da CVFF nos últimos seis meses, Pond afirma que a empresa está a progredir diariamente. Hoje a situação é regular, mas espera-se que com a chegada do navio Liberdade, a empresa esteja em melhores condições para concretizar todo o seu projecto.
Segundo os dados da CVFF, perto de quarenta mil passageiros e quase três milhões e meio de toneladas de carga foram transportadas pelo navio Kriola entre as ilhas de Sotavento, desde a sua chegada em Janeiro.
Quanto à segurança do Kriola, Pond assevera que “o navio foi seguramente testado pelo Instituto Marítimo e é, de longe, o navio mais seguro de Cabo Verde”, construído por uma das melhores construtoras de navios a nível mundial, a DAMEN.
No que tange aos enjoos de que são vítimas os passageiros, principalmente quando Kriola atravessa os famigerados Mar de Alcatraz e Mar de Canal, Sean Pond recomenda preparação mental para esses pequenos períodos de desconforto e aconselha comprimidos contra enjôos.
Acordo CVFF/TACV na forja
O DG da CVFF revelou ainda que está para breve a assinatura de um acordo com a TACV para a venda de pacotes que incluirão ligações entre pontos estratégicos como Boston e Brava, Europa e Santo Antão. Também, em breve, garante Pond, a CVFF pretende expandir o seu negócio, alargando-o para a área de realização de eventos a bordo e publicidade.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

 Declaração do Dr. Aristides Raimundo Lima à Nação:


"LIBERDADE E RESPONSABILIDADE" Caros cabo-verdianos e cabo-verdianas 1. Não há nada mais belo do que a liberdade! Liberdade e Responsabilidade! 2. Quero, antes de mais, cumprimentar o povo de Cabo Verd...e e saudar os candidatos que se apresentaram às eleições no domingo passado. 3. Os resultados provisórios indicam a passagem à segunda volta dos canidatos Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa, apoiados oficialmente pelos dois maiores partidos em Cabo Verde. 4. Felicito-os por irem à segunda volta e desejo-lhes boa sorte. 5. Expresso também o meu respeito pelo Sr. Joaquim Monteiro pela forma elevada e digna como se apresentou ao eleitorado cabo-verdiano. 6. Quero, entretanto, agradecer a TODOS cabo-verdianos e cabo-verdianas que apoiaram a minha candidatura, aos membros da minha Comissão de Honra, à minha Mandatária Nacional, a toda a equipa de campanha e aos militantes de todos os partidos cabo-verdianos que estiveram ao lado desta candidatura. Realço aqui o apoio formal da UCID e do PTS que muito apreciamos. 7. Agradeço o seu concurso fundamental para que vários milhares de cabo-verdianos expressassem o seu apoio a esta candidatura, dando uma contribuição essencial para o aprimoramento da democracia cabo-verdiana através do esforço da cidadania. 8. Agradeço também à comunicação social cabo-verdiana e estrangeira pela sua contribuição, em geral, objectiva e séria, como contribui estas eleições. 9. O facto desta candidatura que não contou com o apoio oficial dos principais partidos cabo-verdianos ter alcançado o score que conseguiu, contra ventos e marés de intolerência, desinformação e estigmação urdida a níveis conhecidos de responsabilidades, indica que está a acontecer uma mudança tranquila na sociedade cabo-verdiana em prol da afirmação da cidadania. 10. Hoje, as pessoas, os indivíduos e cidadãos contam mais do que contavam antes. 11. Responsáveis por esta mudança tranquila são os cabo-verdianas e cabo-verdianos que empunhando a bandeira da liberdade lutaram contra o medo, a pressão e ameaça, resistiram e cresceram formando uma corrente que parecia inultrapassável a luz dos dados de conhecimento disponíveis. 12. Ora, esta mudança precisa de ter continuidade no futuro e não tenho dúvidas de que terá continuidade, pois os cabo-verdianos sabem o que querem e já mostram que estão dispostos a lutar pelos seus objectivos de unidade, afirmação da dignidade da pesssoa humana, democracia, Estado de Direito, paz e desenvolvimento. 13. A minha candidatura a estas eleições chegou ao fim, as batalhas a favor do nosso país e do nosso povo não. Quero simplesmente apelar aos nossos apoiantes e amigos que querem fortalecer o papel dos cidadãos e das organizações da sociedade civil, para que continuem sempre e em qualquer circunstância a exercer plenamente a soberania do seu pensamento e a liberdade de escolha em relação ao futuro do país. 14. Porque de facto não há nada mais importante nem mais belo do que a Liberdade! Liberdade e Responsabilidade! Obrigado Aristides Raimundo Lima Cidade da Praia, 08 de Agosto de 2011.

Presidenciais: Fonseca e Inocêncio na segunda volta a 21 de Agosto

 


 
Contados que estão os votos de 87,9 por cento das assembleias em Cabo Verde, os dados disponíveis apontam para uma segunda volta para se eleger o quarto presidente da História de Cabo Verde.
Segundo os dados oficiais da Direcção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE), estão apurados os votos de 976 das 1110 mesas de voto no arquipélago e na diáspora (faltam 134), que apontam Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa na disputa da segunda volta, a realizar-se a 21 deste mês e cuja campanha começa na próxima quinta-feira.

Os resultados oficiais divulgados pela DGAPE continuam a ser actualizados periodicamente, continuando a reinar a confusão entre o regredir e o avançar da contagem dos votos.

Às 11 horas da manhã desta segunda-feira, Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo Movimento para a Democracia (MpD), lidera com 37.5 por cento dos votos, seguido por Manuel Inocêncio Sousa, sustentado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), com 33.3 por cento.

O independente Aristides Lima está na terceira posição, com 25,8 por cento, e Joaquim Jaime Monteiro, também independente, nos 2,1 por cento.

A abstenção situa-se, nesta altura, em 47,8 por cento.

Encerradas estão as contas nas ilhas de São Vicente, São Nicolau, Sal, Boavista, Maio, Fogo e Brava, faltando as de Santo Antão, Santiago Norte e Santiago Sul, bem como as da diáspora.

Os votos estão assim distribuídos:

Jorge Carlos Fonseca: 51.723 (37.5)
Manuel Inocêncio Sousa: 45.952 (33.3 por cento)
Aristides Lima: 35.616 (25.8 por cento)
Joaquim Jaime Monteiro: 2.848 (2,1 por cento)

O total de votos brancos é de 907 (0,7 por cento) e o de nulos desapareceu do escrutínio, sendo contabilizada apenas a percentagem, que é de 0,6 por cento.

A candidatura de Aristides Lima reclamou no domingo a existência de "discrepâncias" de 8 por cento nos dados oficiais das eleições presidenciais cabo-verdiana que a DGAPE tem vindo a divulgar.

Ainda na noite de domingo, e numa curta declaração à imprensa, Helena Tolentino indicou que os dados em posse da candidatura diferem dos da Direcção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE), instituição encarregada de divulgar os resultados da votação.

Salientando que Lima aguarda pela divulgação dos resultados finais para se pronunciar, Helena Tolentino indicou que, em causa, estarão 8 por cento dos votos, estimados em cerca de 10 mil, o suficiente para "destronar" Manuel Inocêncio Sousa da segunda volta das presidenciais.

Numa "declaração de resposta", Cristina Lima, mandatária de Inocêncio, confirmou que também a candidatura que representa encontrou "pequenas discrepâncias" entre os dados disponibilizados pelos seus representantes nas assembleias de voto e os da DGAPE, mas que não põem em causa a participação na segunda volta.

"São pequenas discrepâncias não alteram a tendência de segunda volta" entre Fonseca e Inocêncio. A tendência mantém-se, claramente", frisou Cristina Lima, igualmente ministra Adjunta e da Saúde do Governo de José Maria Neves, líder do Partido Africano da Independência de cabo Verde (PAICV, no poder).
8-8-2011, 11:54:46
Fonte: Agência Lusa/Expresso das Ilhas

Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa na segunda volta

 

Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa vão disputar a segunda volta das eleições presidenciais, no próximo dia 21 de Agosto. Os resultados provisórios indicam que JCF, candidato apoiado pelo MpD, venceu a primeira volta com uma vantagem de cerca de cinco pontos percentuais (38% para 33%) sobre MIS, candidato suportado pelo PAICV. Aristides Lima ficou no terceiro lugar com cerca de 25% e Joaquim Jaime Monteiro obteve 2% dos votos. A taxa de abstenção ronda os 47%.

Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa na segunda volta
Quando faltavam 134 das 1.140 mesas por apurar, JCF vencia os seus adversários nas ilhas de Santiago (40%), São Nicolau (39,3%), Sal (39%), Maio (51,5%), Brava (44.5%) e Santo Antão (39%).
Manuel Inocêncio conseguiu a sua maior vitória no Fogo com um total de 5.665 votos (45.6%). Na sua ilha natal, São Vicente, MIS obteve 8.452 votos (39,8%) com uma vantagem de 1.246 votos sobre Zona e de 3.900 votos sobre Aristides Lima. De forma geral, MIS obteve também mais votos na diáspora do que os seus adversários.
Já Aristides Lima alcançou uma estrondosa vitória na sua terra natal, Boa Vista. No seu terreiro, Lima arrancou 1.862 votos ( 74,2%), seguido de Jorge Carlos Fonseca com 496 votos (19,8%) e Manuel Inocêncio (108 votos).
No cômputo geral, Joaquim Jaime obteve cerca de três mil votos (2%).

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ais dois dedos de conversa sobre democracia

Com um ou outro pequeno retoque, vou apresentar-vos um artigo publicado em 1992 que, segundo presumo, não perdeu actualidade.

Por: Arsénio Fermino de Pina

Mais dois dedos de conversa sobre democracia
Sei, porque mo disseram veladamente, que há gente que não aprecia as minhas surtidas fora do meu campo profissional. Acontece que o meu ramo de actividades não é inato, mas, sim, adquirido; essas pessoas, que estimo, deviam aceitar, quanto mais não seja por simples dúvida metódica, que seja capaz de adquirir conhecimentos que não somente os da minha rama profissional. Outrossim, não o faço por gosto, mas porque sofri na pele as interferências de outros ramos na minha vida de Esculápio, e, mesmo privada. É por isso que possuo, por culpa alheia, um costado pelado recidivante em assuntos de índole não médica. Tenho necessidade, por vezes, de me desafrontar. Que me perdoem esses amigos pois alguns foram, até, os que me afrontaram outrora. De resto, as minhas charges nunca são pessoais: atiro para o monte e quem aí estiver e se sentir tocado, sôrê.
Enviei, recentemente, para publicação, um artigo sobre democracia, no qual me referia à dificuldade de falarmos e praticarmos democracia com saber de experiência feito, pelas razões que tentei expor. Com a licença dos leitores vou fazer mais uma pequena incursão por aquilo que todos nós conhecemos das limitações e fraquezas da democracia, das suas instituições e do aviltamento das suas premissas, em jeito de amigo da onça, um tanto provocatório, como abordagem desmistificadora, ao mesmo tempo estimulante do espírito crítico – a condição da inovação e uma forma minha de participação.
Os curiosos e desconfiados que não pensem que estou inventando; reúno em breve molho os ditos de alguns, que muito prezo, que mais me prouveram, de mistura com alguma contribuição pessoal. Somos o que ouvimos, vemos, lemos e sentimos. Partilho, pois, com os leitores, os benefícios obtidos e sedimentados através desses meios, após digestão e retida no meu celeiro mental. Outros poderiam fazê-lo melhor; só que, a maioria guarda para si os conhecimentos arrecadados, por egoísmo, laxismo intelectual, acanhamento, ou, mesmo, medo de assunção.
Vamos, primeiro, aos lugares comuns e premissas primeiras.
Sentimo-nos à vontade na abordagem do assunto e os leitores irão dar-se conta de que muitas ilações e situações descritas são da sua vivência passada e menos longínqua pois, os regimes que conhecemos e vivemos largos anos – o fascista e o da democracia participativa de centralismo democrático – sempre afirmaram que exerciam a vera democracia em nome do povo, e nós, os cidadãos comuns, conhecemos e sofremos muitas aberrações desse exercício democrático, sem outro remédio senão suportá-lo caladinhos (a chamada maioria silenciosa), barafustando na intimidade, ou com moderadas, cautelosas e dissimuladas investidas públicas (os chamados colaboracionistas críticos e críticos bem intencionados prenhes de bondade desarmada esta considerada por Saramago forma suicídio), e bem poucos berrando por afrontamento (os que foram parar à cadeia quando o berro escapava forte, ou ao desemprego, nos casos de disfonia, isto é, de voz rouca, desagradável, pouco audível). Quem se propõe falar de democracia terá, forçosamente, de abordar o poder político. Vamos tentar espiolhá-lo, respeitando, porém, uma certa distância para que a árvore não esconda a floresta, nem nos conspurcarmos.
A democracia tem como inimigo o totalitarismo. A sociedade é o reflexo das nossas ansiedades e angústias. Se os indivíduos forem capazes, por si próprios, de ultrapassar as suas angústias, constroem uma sociedade livre e democrática; se não forem capazes disso, são atraídos pela sociedade totalitária. Esta sociedade (a que conhecemos de ginjeira) permite ao indivíduo confundir-se com a massa e endossar ao Chefe, ao Guia Supremo, ao Líder Máximo, ao Partido, à Ideologia a responsabilidade e a trabalheira de pensar por ele e de resolver as suas angústias pessoais. A sociedade totalitária tem, ademais, o mérito aparente de apresentar respostas simples a questões complexas – respostas que, por vezes, até têm uma aparência científica. A última etapa dessa sociedade de massa é o campo de concentração, clínicas psiquiátricas, centros de reeducação, passando pela cadeia, nos quais os indivíduos deixam de existir como tais.
Estão a seguir-me? Prossigamos.
A democracia é o último tabu sobre o qual, dizem os políticos, não se deve interrogar. Ora, é por causa do mau funcionamento da democracia que os Estados modernos são invasivos da nossa vida. Os liberais (que estão na moda) são, bastas vezes, incoerentes, pois limitam-se a queixar-se da estatização sem se interrogarem sobre os mecanismos que conduzem a isso. O mal-estar das sociedades democráticas provém do facto de as palavras terem perdido todo o seu verdadeiro sentido, de tanto serem maltratadas. Na origem, os poderes do Estado eram, em democracia (contrariamente ao que se passava na monarquia absoluta), limitados pela constituição, pela lei e pelo costume. Mas deslizamos, progressivamente, para a democracia ilimitada: um governo pode, nos dias que correm, fazer tudo que lhe der na veneta sob o pretexto de ser maioritário. A maioria substituiu a Lei. A própria Lei perdeu o seu sentido; de princípio universal, no início, não passa, agora, de uma regra modificável destinada a servir interesses particulares em nome da justiça social. Esses políticos inventam cada termo! ..., como se social derivasse de sócio.
Ora, a justiça social é uma ficção, uma varinha mágica que ninguém sabe dizer, ao certo, em que consiste. Graças a esse termo vago, cada grupo se crê no direito de exigir do governo vantagens particulares. Na realidade, atrás da justiça social está simplesmente impregnado no espírito dos eleitores a generosidade dos legisladores e governantes para certos grupos. Os governos tornaram-se instituições de beneficência e de distribuição expostas a chantagem de interesses organizados. Os homens políticos cedem, de boa vontade, à distribuição de regalias em função da possibilidade de “comprarem” partidários e votos. Esta distribuição beneficia grupos isolados, enquanto que os seus custos são repartidos e suportados pelos contribuintes; assim, cada qual tem a impressão de que se trata de gastar o dinheiro dos outros. Essa assimetria entre as regalias visíveis de alguns e os custos invisíveis da maioria cria a engrenagem que leva os governos a gastar cada vez mais para preservar a sua clientela, ou maioria política.
Neste sistema que teimamos em apelidar de democrático, o homem político já não é o representante do interesse geral, tornou-se gestor de um fundo comercial. A opinião pública é um mercado e os partidos políticos procuram rentabilizar as suas vozes (votos) através da distribuição de favores. De resto, se observarmos bem, os partidos políticos actuais caracterizam-se mais pelas vantagens particulares que prometem do que pelos ideais e interesses que defendem.
Seguindo este discurso chegamos à conclusão de que a democracia tornou-se imoral, é injusta e tende para o totalitarismo.
Os cidadãos das nossas sociedades deixaram de ser independentes; assemelham-se a drogados dos favores do Estado.
Esta perversão da democracia conduz, a curto prazo (como vamos comprovando), ao empobrecimento geral e ao desemprego, dado que os recursos disponíveis para a produção de riquezas diminuem, ou desaparecem.
Estarei sendo claro? Então, prossigamos.
Não é meu propósito apresentar soluções mas tão-somente referir e chamar a atenção para os limites e as armadilhas que a democracia tem a vencer; os leitores, candidatos a democratas, disporão, assim, de alguns dados para melhor apreciar a nossa democracia, e outras, e os seus intérpretes directos no poder, a fim de a poderem entender e influenciar já que democracia implica participação.
Quererão, também, que vos fale da legitimidade do Estado, isto é, como é que ele se torna legítimo?
Aqui, caros leitores, intervém a contribuição da ideologia e dos ideólogos. Desde sempre o Estado teve gente, mais ou menos qualificada, cuja função principal é torná-lo legítimo. Estes ideólogos estão encarregados de explicar ao povo que uma injustiça, ou crime individual é condenável, mas que, cometido em massa, pelo Estado, é justo. Sem ideólogos não haveria Estados. Os políticos sabem disso desde os tempos mais recuados. O conteúdo das ideologias poderá ter variado mas a sua finalidade tem sido sempre a mesma: convencer a opinião pública de que a existência do Estado é necessária e as suas “punições” devem ser absolvidas. Nenhum Estado, quer seja monárquico, democrático ou ditatorial poderá sobreviver longamente se não tiver o apoio da opinião pública; não é necessário que esse apoio seja activo; a resignação é suficiente, isto é, a passividade da chamada maioria silenciosa.
Nos tempos antigos, os ideólogos eram padres. Na época moderna estes foram substituídos pelo discurso, de aparência mais científico, de economistas, cientistas dos mais diversos ramos e outros quadros qualificados. Não é por acaso que todos estes propagandistas ocupam, geralmente, cargos públicos ou virão a ocupar outros cargos muito bem remunerados nas empresas públicas, e que o Estado controla todos ou os mais importantes meios de expressão e de comunicação.
Deixo aos leitores o trabalho de tirar mais conclusões e de apreciar as minhas reflexões. Será possível prevenir os abusos e desvios assinalados? Quer parecer-me que sim, tornando os Estados, as Democracias, mais respeitáveis, honestos e previsíveis.
No artigo anterior falei um pouco disso, enfatizando a necessidade da participação efectiva dos cidadãos mobilizados por uma informação verídica e não por propaganda, pois esta gera o rebanho, o mesmo é dizer, a maioria silenciosa. E, como devem saber, caros leitores, em Democracia vera é inconcebível a existência da maioria silenciosa. A liberdade e a democracia são entendidas como produto de uma longa evolução gradual, uma longa e perpétua conversação. Daí o nosso atraso, dado que ainda estamos no princípio disso por nos terem considerado intelectual e politicamente de menoridade necessitando de ser organizados e enquadrados, isso tanto no longo período do fascismo como no de partido único. Hemos de convir que, nos últimos anos, após o descrédito do partido único e do comunismo e entrados em democracia tout court, os governantes não têm cometido muitas tropelias e os cidadãos vêm respirando e barafustando com certa liberdade, sem se sujeitarem a grandes taponas. O único óbice que ainda persiste, ou se adoptou é o silêncio quando se interrogam alguns representantes do Estado, um tanto surdos e mudos quando a pergunta, ou a crítica não lhes agrada. Mas, como somos um povo prenhe de fé, não perdemos a esperança de os ver mais receptivos, solidários e cooperantes connosco, isto é, com o povo.
Bangui/Parede, 1992/ 2010/2011
(Pediatra e sócio honorário da Adeco

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Miriam Correia no Top Ten da “Next model 2011”

O sonho continua. A cabo-verdiana Miriam Correia, natural do Porto Novo (Santo Antão) não ganhou, mas ficou entre os dez primeiros classificados da “Next Model 2011”, um concurso de modelos produzido pela prestigiada companhia Next e a agência Storm. Com esse honroso lugar nos dez primeiros lugares, Miriam recebeu logo um convite da Storm Models para ser modelo.

Miriam Correia no Top Ten da “Next model 2011” 
 
A cabo-verdiana mostrou o seu charme e elegância crioulos e ficou entre as finalistas do concurso, através da eleição do júri. "Fiquei no top 10 do concurso, o que é muito bom. É um passo enorme no meu sonho, agora que a aventura está a começar. Pois, recebi o convite da storm models”, informa Miriam, entusiasmada, na sua página no Facebook.
Os dos vencedores foram Juwon, de Londres, e Leonie, de Nottingham. Vão receber prémios de duas mil libras, e ainda a oportunidade de realizar um ensaio fotográfico para a “Next” e uma entrada para a agência de modelos, Storm.
O prestigiado concurso, organizado pela marca de roupas Next, em parceria com a agência Storm, procura talentos para modelos masculinos e femininos, com idade superior a 18 anos. Condição: os candidatos têm de residir no Reino Unido (Inglaterra, Irlanda, Escócia). Miriam, 21 anos, reside em Cambridge, Inglaterra, há apenas dois anos e, com este lugar entre os dez primeiros e o convite da Storm, será mais uma cabo-verdiana a representar o nosso país lá fora com sucesso.