segunda-feira, 9 de maio de 2011

Como estragar uma bela Praça (II)

Uma semana após a publicação da minha opinião sobre a construção do urinol da Praça Alexandre Albuquerque, tenho a partilhar convosco o seguinte: Por Daniel A. Pereira

Como estragar uma bela Praça (II)
1. Uma grande parte da sociedade civil utiliza este canal internet, para livremente se expressar, muitas vezes anonimamente ou com nomes fictícios, atirando em alvos ou questões que sugerem oposição de opinião, logo tomadas de posição.
O debate crítico, obrigatório na diagonal de toda a sociedade que se quer atenta e operante, não está a ser suficientemente exercido, quer por temeridade de dar a cara quer por falta de ocasião ou finalidade objectivas. A considerar, a divisão de campos entre o partidário ou de campanha e a vida de toda uma nação, que se quer reflexiva e actuante nos mais diversos sectores.
O urinol da Praça, ao provocar os comentários de vários leitores, transforma-se em algo positivo, pela exposição de ideias, ou fragmentos delas, mesmo que muitas venham eivados dos tais voluntarismos encomendados e fora de contexto. Mesmo esses, revelam vontade de debate, em monólogo contínuo.
2. Na realidade do dia a dia, que uma cidade comporta, todos estão de acordo da necessidade premente de um espaço público com função específica de urinol. Podemos dar este nome, ou outro, mas a cidade necessita não de um, mas de vários. Estão de acordo também que, não basta a construção, implica a segurança e a limpeza destes espaços.
Ao mesmo tempo, a educação cívica é urgente. O escarrar na rua, os cães particulares ou sem dono e suas oferendas, o lixo que salta pelas janelas dos carros, as praias com dejectos de toda a ordem, o som altíssimo que pode surgir a qualquer hora do dia ou da noite, esta educação, não pode ser aceitável e/ou permitida. A vigilância do cumprimento de regras sociais é urgente e todos estão de acordo, votem no A no B no C e no D e em todos os outros que podem surgir, ou não votem.
3. O urinol da Praia pode ser um fantástico urinol. Aquele que a Praia carecia e qualquer cidade merece. Porém, ele não pode ser instalado no meio da Praça número um desta ou de qualquer outra cidade. A traça da Praça, desta e de qualquer outra, por mais antiga e bela que seja pode e deve ter melhoramentos, dar-lhe vida e projectos colectivos de convivência e sociabilidade. Porém, protegendo o património construído, atribuindo-lhe o valor histórico e harmonia de formas, valorizando e não desfigurando.
Urinol não tem espaço na Praça. Será desviado para outro lugar, onde se mantenha útil, limpo, seguro, ou então no seu subsolo, como anteriormente projectado por nossos ancestrais. No entretanto, as campanhas cívicas podem começar pela educação do viver em sociedade, com correcção e harmonia.
Este urinol, tal como concebido e executado, não tem lugar nesta Praça!
Brasília, 6 de Maio, de 2011.

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