“O PAICV é um património político-histórico de todos os cabo-verdianos, enraizado no compromisso de desenvolver o país e na procura constante do bem-estar do seu povo. É nessa base, que me sinto orgulhoso por ser o seu presidente”, disse José Maria Neves (JMN), nos encontros realizados com os militantes, simpatizantes e amigos do partido, neste fim-de-semana na ilha de Santo Antão.
Apresentar e explicar aos militantes, simpatizantes e amigos do PAICV, as últimas decisões do Conselho Nacional (CN) do Partido, em particular a de apoiar Manuel Inocência Sousa na sua candidatura à Presidência da República, que muito ruído tem causado na sociedade cabo-verdiana, foram, entre outros, os principais objectivos, da visita de JMN realizada neste fim-de-semana à ilha das montanhas.
JMN foi peremptório em afirmar que “não há nenhuma crise política no seio do PAICV, como se pretende insinuar, devido a decisão do CN de apoiar a candidatura de Manuel Inocência Sousa, para a Presidência da República de Cabo Verde”. Isso porque, acrescenta, “no actual sistema político cabo-verdiano, nenhum partido nomeia um candidato a PR, por se tratar de um órgão da soberania super-partidária. E a decisão foi tomada com transparência, baseada nos mecanismos legais de controlo democrático, consignados nos actuais estatutos do Partido, aprovado por todos”.
A candidatura de três altos dirigentes do PAICV a PR, alega JMN, “é um fenómeno político novo, proveniente do rigor, seriedade e transparência democrática, sempre aplicadas na tomada de grandes decisões no seio do partido, desde a independência de Cabo Verde”. Por isso, diz que “para o efeito, tratando-se de algo novo, foi necessário elaborar com antecedência, um Regulamento Interno (RI), como mandam os estatutos, que foi devidamente discutido entre os candidatos (entre eles dois juristas) e posteriormente, apreciado e aprovado pelo CN, que eles fazem parte”.
Na sessão do CN, pontua o líder tambarina, “todos tiveram os mesmos direitos consignados nos estatutos do Partido, regulados pelo RI. No processo de votação secreta, Aristides Raimundo Lima perdeu na primeira volta. Na segunda volta os apoiantes de Aristides Lima votaram em Manuel Inocência Sousa, o que contribuiu para a derrota de David H. Almada”.
Por esses e outros motivos, observa, “não vejo nesse processo, que foi tão transparente, qualquer intromissão do presidente do partido, nem de forma directa ou indirecta, como tentam fazer crer os menos informados”. Até porque, “para além de não ser do meu timbre, na qualidade de presidente do PAICV, não tenho direito de voto. Por isso, mantive-me ausente da sala, durante todo o processo de votação”
Para JMN, o PAICV, devido à seriedade da sua trajectória histórica, possui uma vasta experiência na gestão de vitórias e constrangimentos, que lhe permite ter experiências suficientes para debelar, quando for necessário, com honestidade, transparência e rigor, todos os indicadores que indiciam tentativas de dividir para reinar no seu seio”, remata. Entre outros casos, destaca os “do famoso congresso de Cassacá na Guiné, ainda no tempo da luta armada. O assassínio de Amílcar Cabral, o golpe de Estado na Guiné-Bissau, a sua derrota na década de noventa, etc, etc.”.
Por isso, apela à “forte unidade entre os militantes, simpatizantes e amigos do partido, em particular nessa fase de crise financeira que poderá ter algumas repercussões fortes no nosso país”. É preciso ter em conta que “um partido, que com a sua seriedade, ganha três eleições legislativas consecutivas, nem sempre é bem-visto por todos. Como no campo, é difícil ser derrotado, tentam por todos os meios, aplicar técnicas subjectivas”.
Neves deixou a zona norte da ilha das montanhas na tarde deste domingo, 5, após ter inaugurado as obras de recuperação do troço de estrada de Janela/Cidade das Pombas, Paul. Visitou ainda as estradas de penetração nos Vales da Ribeira da Torre e Garça e a renovação do edifício do Tribunal da Comarca do Concelho da Ribeira Grande, na Cidade da Ponta do Sol.
Sem comentários:
Enviar um comentário