A Polícia Judiciária vai desencadear uma operação para descobrir o paradeiro dos carros de luxo roubados na Europa e que estarão escondidos em Cabo Verde, conforme reportado por A Semana na edição de há duas semanas, citando uma notícia do jornal francês Le Parisien.
Ao que este jornal apurou junto de fonte da PJ, o objectivo é não só descobrir o esconderijo desses automóveis como detectar eventuais cidadãos nacionais implicados no esquema dentro de Cabo Verde. “É crível que a rede internacional que praticava este crime tenha seus contactos na Praia ou noutro ponto do país. Gente ou organizações que deveriam recepcionar os veículos e garantir o seu registo normal no arquipélago. Este esquema, para funcionar, terá de ter sem dúvida alguém aqui no país, até porque a rede incluía um casal cabo-verdiano que foi detido no âmbito da investigação da polícia francesa”, admite a fonte da PJ, para quem esta operação será exaustiva e alargada a todo o país.
Esta investigação é, na verdade, uma iniciativa da própria Polícia Judiciária cabo-verdiana. É que, de acordo com a nossa fonte, a polícia francesa não chegou a reportar o caso às autoridades cabo-verdianas, como deveria suceder entre países com acordo judiciário. “A França neste aspecto é muito fechada, não dá informações sobre os casos que tem sob investigação. Mas está sempre a pedir-nos dados e Cabo Verde sempre colaborou. Portugal, Espanha e até EUA disponibilizam informações, a França não. Mas nós temos de fazer a nossa parte e ela consiste precisamente, em descobrir o paradeiro desses veículos, os eventuais contactos da rede em Cabo Verde, para tomarmos as devidas medidas”, esclarece a nossa fonte.
Esta “máfia” de veículos roubados na Europa e que estarão escondidos em Cabo Verde foi notícia no A Semana, na sua edição de 10 de Junho. Nesse artigo, e citando o jornal francês Le Parisien, dava-se conta de que a polícia francesa tinha desmantelado uma rede internacional que roubava carros de luxo como Mercedes, BMW séries 6, X5 e X6, Audi e Volkswagen Touareg e os enviava para Cabo Verde a partir do porto de Le Havre, em França. A rede de “home-jacking” (roubaram 26 automóveis topo de gama em um ano) integrava cidadãos portugueses, polacos, franceses e um casal cabo-verdiano, todos presos agora, sob a acusação de extorsão, receptação de roubo e formação de quadrilha.
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