Depois de visitarem a ilha do Fogo, durante esta semana, os deputados parlamentares do MpD constataram a existência de graves problemas no fornecimento de água aos horticultores da zona sul do concelho de São Filipe. Acusam o governo de não cumprir a promessa de levar mais água aos campos do Fogo e, por isso, exigem que uma indemnização para os horticultores.
Numa conferência de imprensa, realizada nesta quarta-feira, 14, o deputado nacional do MpD, Jorge Nogueira diz que o governo de José Maria Neves tinha prometido, desde 2006, que haveria mais água a um preço mais barato para os horticultores e criadores de gado mas, até este momento, não a situação não foi melhorada.
“Neste momento temos a seguinte situação: uns gozam da água a um preço de 55 escudos, enquanto outros a 110 escudos. A situação é inexplicável, ao ponto de muitos criadores de gado terem vendido os seus animais para poderem investir no domínio da horticultura e sustentarem os seus trabalhadores”, acrescentou Nogueira.
Ao asemanaonline, deixou claro que muitos horticultores ainda continuam a trabalhar, apesar da regressão sócio-económica provocada pela acumulação de dívidas de água e outros compromissos financeiros contraídos junto das instituições de micro-crédito e bancárias.
Das constatações feitas junto dos agricultores e criadores de gado da zona sul do concelho de São Filipe, o grupo parlamentar exige que sejam indemnizados para poderem recomeçar a vida porque estão incapacitados para fazerem novos investimentos no sector agrícola.
Quanto a este aspecto, Jorge Nogueira realça que a empresa Água Brava já tinha manifestado publicamente que entrará em colapso financeiro, caso a situação de dívida continue no sector da água, pelo que a assembleia dessa empresa deliberou, no sentido de cortar o fornecimento de água para os horticultores.
Nogueira é da opinião que o fomento e incentivo no domínio agrícola são da total responsabilidade do governo, uma vez que a Água Brava não tem cumprido as suas obrigações em relação aos consumidores desse precioso líquido.
“O que falta na ilha do Fogo é vontade política para a resolução dos problemas da população. Por isso, chamamos a atenção dos deputados do PAICV, sobretudo os para a ilha do Fogo, no sentido de resolverem os problemas básicos que afectam as populações”, rematou Nogueira.
Finalmente, este deputado ‘ventoinha’ deixou como principais soluções: a divisão da água para o domicílio e para os horticultores e o investimento nas perfurações, utilizando sistemas de elevação através das novas tecnologias, evitando assim estes avultados custos com a bombagem de água.
Abordados alguns horticultores e criadores de gado, estes disseram que desde o mês passado que estão com falta de água. “Entretanto, verificamos que outros colegas e vizinhos não têm estes mesmos problemas, tendo água corrente diariamente. Pedimos que nossos prejuízos sejam repostos por quem de direito”, apontaram.
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