A ilha do Fogo tem sido alvo nos últimos cinco dias de alguma agitação sísmica, com vários tremores de terra de fraca intensidade, tendo o de maior magnitude atingido os 3,2 graus na Escala de Richter, a 6 de Março.
Segundo o geofísico Bruno Faria, os sismos devem-se à actividade sísmica do vulcão submarino localizado entre as ilhas do Fogo e Brava. Este especialista, que em 2011 acompanhou a instalação da rede de vigilância geofísica do vulcão do Fogo e agora faz o registo dos dados em tempo real, afirmou que se têm registado dezenas de pequenos sismos, embora a frequência e a intensidade tenham vindo a diminuir desde sexta-feira.
O investigador é co-autor do estudo realizado pelo Instituto Leibniz (Alemanha) sobre a possibilidade de ocorrência de fenómenos vulcânicos nos montes submarinos existentes entre as duas ilhas mais a sul do arquipélago. No sábado, algumas pessoas de São Filipe garantiram que sentiram alguns abalos, que afirmam ter sido "muito perceptíveis".
O vulcão submarino situado entre as ilhas do Fogo e da Brava está a dois mil metros de profundidade. A possibilidade dele provocar um maremoto que possa pôr em risco a população ou dar origem à formação de uma nova ilha na região- tal como prevê o estudo - está, por ora, fora de questão, garantiu Bruno Faria.
Os dados estão a ser monitorizados pela rede de vigilância geofísica do vulcão do Fogo, instalada pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) em 2011. O projecto que surgiu da fusão de outros dois é financiado pelo governo, com apoio do MIA-VITA, através de fundos de União Europeia.
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