O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) teme pela segurança dos que fogem da violência na Líbia. O Crescente Vermelho fala de um “êxodo em massa”, mais de 5700 pessoas já atravessaram a fronteira para a Tunísia nos últimos dois dias.
Cerca de 5700 líbios já chegaram à Tunísia
Ainda esta semana deverá chegar à Tunísia um avião com ajuda humanitária para ajudar os refugiados, disse ao PÚBLICO a porta-voz da ACNUR Sybella Wilkes. A agência das Nações Unidas tem já duas equipas junto à fronteira com a Líbia, mas o fluxo de refugiados não pára de aumentar, a tal ponto que a agência das Nações Unidas não avançou ainda com um número de refugiados.
“A maioria chega a pé, há muitas mulheres com crianças”, adiantou Sybella Wilkes. E há também grandes grupos de jovens. Apesar de ainda não ter chegado ajuda das Nações Unidas, o Crescente Vermelho tem estado a apoiar com medicamentos, tendas e cobertores. Uma das principais preocupações é o bloqueio que se tem verificado do lado líbio da fronteira, adianta Sybella Wilkes. “Um grupo de cerca de 150 egípcios não conseguiu passar”.
Melissa Fleming, a principal porta-voz do ACNUR, disse numa conferência de imprensa em Genebra, na terça-feira, que a agência ainda não tinha tido acesso aos refugiados e que está “muito preocupada” com a situação dos civis sujeitos à violência na Líbia. “Estamos a apelar aos países vizinhos para acolherem os que chegam da Líbia e que fogem da violência e temem pela sua vida”, adiantou. À ACNUR têm chegado relatos de um “êxodo significativo”, está a ser preparado o envio de tendas e hospitais de campanha para o Egipto e a Tunísia.
A Comissão Europeia já manifestou preocupação com o risco de catástrofe humanitária. “Para já não estamos perante uma crise humanitária na Líbia, mas isso não quer dizer que não estejamos preocupados, uma vez que a situação é muito instável e está a evoluir rapidamente”, disse à AFP Raphael Brigandi, porta-voz da comissária europeia encarregue da ajuda humanitária, Kristalina Georgieva.
Segundo o Crescente Vermelho, já fugiram da Líbia cerca de 5700 tunisinos e líbios, mas “muitos continuam a chegar”, disse à AFP Haji Nadri, responsável do Crescente Vermelho em Ben Guerdare, a primeira localidade junto à fronteira com a Líbia. Há milhares a tentar sair da Líbia, e segundo o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações, Jean-Philippe Chauzy, muitos tiveram de passar vários postos de controlo, foram-lhes confiscados os telemóveis, os passaportes e alguns bens pessoais.
Em Itália, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, disse que o Governo teme um “êxodo em massa”, de “proporções bíblicas”, que poderá significar a chegada de 200 mil a 300 mil pessoas. E um dos principais aliados do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o líder da Liga do Norte Umberto Bossi, já se manifestou contra o acolhimento dessas pessoas. “Espero que não venham, e se vierem iremos mandá-los para a Alemanha ou a França”, disse aos jornalistas.
Cerca de 900 cidadãos tunisinos e estrangeiros, entre os quais Egípcios, Turcos e britânicos, chegaram terça-feira ao posto fronteiriço de Dhéhiba, tendo chegado através da região de deserto líbio, segundo a polícia tunisina.
Cidadãos de vários países repatriados
Vários países têm tentado repatriar os seus cidadãos. Na Ásia está a ser preparada uma operação para repatriar 100 mil pessoas, entre eles 60 mil cidadãos do Bangladesh, 30 mil filipinos, 20 mil tailandeses e 18 mil indianos.
A União Europeia também anunciou que está a preparar o repatriamento de 10 mil cidadãos dos Estados-membros. A França já retirou da Líbia 335 cidadãos franceses e 56 estrangeiros, 800 italianos também já foram repatriados, segundo a AFP.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, apelou às autoridades líbias para garantirem “a segurança de todos os cidadãos estrangeiros e a facilitar a partida daqueles que desejem abandonar o país”. Condenando firmemente a violência e o uso da força contra civis, Ashton considerou que “as brutais violações em massa dos direitos humanos são inaceitáveis”.
Também a China anunciou esta quarta-feira que ia repatriar 15 mil cidadãos que se encontram em Bengasi em quatro embarcações que partiram da Grécia.O Egipto anunciou o envio de seis voos comerciais e dois militares para repatriar os seus cidadãos, mas cerca de 5000 egípcios já regressaram a casa por terra, enquanto a Turquia já retirou cerca de 3000 cidadãos da Líbia, por barco.
“A maioria chega a pé, há muitas mulheres com crianças”, adiantou Sybella Wilkes. E há também grandes grupos de jovens. Apesar de ainda não ter chegado ajuda das Nações Unidas, o Crescente Vermelho tem estado a apoiar com medicamentos, tendas e cobertores. Uma das principais preocupações é o bloqueio que se tem verificado do lado líbio da fronteira, adianta Sybella Wilkes. “Um grupo de cerca de 150 egípcios não conseguiu passar”.
Melissa Fleming, a principal porta-voz do ACNUR, disse numa conferência de imprensa em Genebra, na terça-feira, que a agência ainda não tinha tido acesso aos refugiados e que está “muito preocupada” com a situação dos civis sujeitos à violência na Líbia. “Estamos a apelar aos países vizinhos para acolherem os que chegam da Líbia e que fogem da violência e temem pela sua vida”, adiantou. À ACNUR têm chegado relatos de um “êxodo significativo”, está a ser preparado o envio de tendas e hospitais de campanha para o Egipto e a Tunísia.
A Comissão Europeia já manifestou preocupação com o risco de catástrofe humanitária. “Para já não estamos perante uma crise humanitária na Líbia, mas isso não quer dizer que não estejamos preocupados, uma vez que a situação é muito instável e está a evoluir rapidamente”, disse à AFP Raphael Brigandi, porta-voz da comissária europeia encarregue da ajuda humanitária, Kristalina Georgieva.
Segundo o Crescente Vermelho, já fugiram da Líbia cerca de 5700 tunisinos e líbios, mas “muitos continuam a chegar”, disse à AFP Haji Nadri, responsável do Crescente Vermelho em Ben Guerdare, a primeira localidade junto à fronteira com a Líbia. Há milhares a tentar sair da Líbia, e segundo o porta-voz da Organização Internacional para as Migrações, Jean-Philippe Chauzy, muitos tiveram de passar vários postos de controlo, foram-lhes confiscados os telemóveis, os passaportes e alguns bens pessoais.
Em Itália, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, disse que o Governo teme um “êxodo em massa”, de “proporções bíblicas”, que poderá significar a chegada de 200 mil a 300 mil pessoas. E um dos principais aliados do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o líder da Liga do Norte Umberto Bossi, já se manifestou contra o acolhimento dessas pessoas. “Espero que não venham, e se vierem iremos mandá-los para a Alemanha ou a França”, disse aos jornalistas.
Cerca de 900 cidadãos tunisinos e estrangeiros, entre os quais Egípcios, Turcos e britânicos, chegaram terça-feira ao posto fronteiriço de Dhéhiba, tendo chegado através da região de deserto líbio, segundo a polícia tunisina.
Cidadãos de vários países repatriados
Vários países têm tentado repatriar os seus cidadãos. Na Ásia está a ser preparada uma operação para repatriar 100 mil pessoas, entre eles 60 mil cidadãos do Bangladesh, 30 mil filipinos, 20 mil tailandeses e 18 mil indianos.
A União Europeia também anunciou que está a preparar o repatriamento de 10 mil cidadãos dos Estados-membros. A França já retirou da Líbia 335 cidadãos franceses e 56 estrangeiros, 800 italianos também já foram repatriados, segundo a AFP.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, apelou às autoridades líbias para garantirem “a segurança de todos os cidadãos estrangeiros e a facilitar a partida daqueles que desejem abandonar o país”. Condenando firmemente a violência e o uso da força contra civis, Ashton considerou que “as brutais violações em massa dos direitos humanos são inaceitáveis”.
Também a China anunciou esta quarta-feira que ia repatriar 15 mil cidadãos que se encontram em Bengasi em quatro embarcações que partiram da Grécia.O Egipto anunciou o envio de seis voos comerciais e dois militares para repatriar os seus cidadãos, mas cerca de 5000 egípcios já regressaram a casa por terra, enquanto a Turquia já retirou cerca de 3000 cidadãos da Líbia, por barco.
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