sábado, 26 de fevereiro de 2011

Minuto a minuto: Khadafi resiste em Trípoli

 

Trípoli, a capital Líbia, é hoje uma cidade armada, com confrontos entre forças leais ao regime de Muammar Khadafi e os revoltosos. Das cidades “libertadas” no Leste e Oeste do país, milhares de opositores ao regime mobilizaram-se para tentar marchar até à Praça Verde. A revolução líbia minuto a minuto.
  
21h23 O fim da violência, o embargo de venda de armas e o congelamento dos bens das principais figuras do regime de Khadafi são três dos pontos que figuram no projecto de resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia apresentado hoje aos seus membros.

21h09 O Presidente americano Barack Obama encontra-se na segunda-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para discutirem as medidas destinadas a fazer cessar as violências cometidas contra os líbios pelo regime de Khadafi, acabou de anunciar a Casa Branca.

21h03 O embaixador da Líbia nas Nações Unidas, que já se afastou do regime de Khadafi, pediu ao Conselho de Segurança sanções urgentes contra a família do ditador líbio. Abdurrahman Mohamed Shalgham fez um apelo emocionado para que a comunidade internacional tome acções decisivas para travar as acções repressivas de Khadafi. No final da sua intervenção rompeu em lágrimas e foi abraçado por muitos dos embaixadores presentes na sala e também por Ban Ki-moon.

20h52 O Conselho de Segurança da ONU tem que tomar medidas “decisivas” em relação à Líbia, disse o secretário-geral Ban Ki-moon, apelando ao fim da violência. Os responsáveis pelas violações dos direitos humanos devem ser castigados, disse ainda Ban Ki-moon, numa reunião do Conselho de Segurança em Nova Iorque.

20h33 Ahmed Kadhaf al-Dam, conselheiro próximo e primo de Khadafi que se encarrega das ligações entre a Líbia e o Egipto, demitiu-se de todas as suas funções oficiais para “protestar contra a gestão da crise líbia”.

20h15 O número de mortos na Líbia conta-se na ordem dos “milhares” e não das centenas, disse o já dissidente embaixador-adjunto da missão líbia nas Nações Unidas, Ibrahim Dabbashi.

19h52 “As pessoas aqui dizem que já perderam o medo, que já conquistaram uma imensidão de território… no entanto não há verdadeira celebração ou euforia em sinal de missão cumprida”, diz o correspondente da Al-Jazira no leste da Líbia. O território está quase todo nas mãos do movimento anti-Khadafi, mas as pessoas estão ansiosas sobre qual a próxima jogada do ditador líbio.

19h46 O último avião fretado pelo Governo britânico descola da capital líbia amanhã, por isso o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido apelou a todos os cidadãos que ainda estão na Líbia que se dirijam para o aeroporto de Trípoli o mais rapidamente possível. “Tendo em conta que já só resta um pequeno número [de britânicos no país], o último avião fretado pelo Governo deixa Trípoli amanhã”, disse, citado pela BBC.

19h44 Os Emiratos Árabes Unidos vão mandar dois aviões com ajuda humanitária para a Líbia. O Qatar também já enviou um avião carregado com bens essenciais para Bengasi.

19h36 O Governo de transição da Tunísia anunciou que haverá eleições, “o mais tardar em meados de Julho”, num comunicado do conselho de ministros, citado pela AFP, que não deixa claro se serão legislativas ou presidenciais. O anúncio surgiu no final de um dia de gigantescos protestos nas ruas a exigir a demissão do governo transitório que entrou em funções após a queda de Ben Ali.

19h33É oficial: os Estados Unidos acabaram de fechar a sua embaixada em Tripoli.

19h08 Os 56 portugueses que estão dentro de um ferry atracado no porto de Bengasi desde esta tarde e que tentam sair da segunda cidade líbia há já vários dias só deverão deixar o país rumo à Grécia amanhã de manhã, devido ao mau tempo, avançou ao PÚBLICO uma fonte da secretaria de Estado das Comunidades.

18h43 As Nações Unidas alertam que a rede de abastecimento alimentar da Líbia está à beira do colapso.

18h33 Mais três cidades são dadas como conquistadas pelo movimento de revolta contra Khadafi: Yefren, Zenten e Jadu, todas na região das Montanhas Ocidentais, a uns 150 quilómetros para Sul de Trípoli, área que constitui um bastião da minoria étnica berbere no país. “As pessoas estão a criar comités locais para se governarem a si mesmas. Estão a organizar as questões de segurança e tudo mais autonomamente”, relatou à Reuters um homem que tinha acabado de chegar a Alger vindo daquela região líbia.18h29 Polícia e militares estão em peso na estrada que liga a base aérea de Mutiqa (nos arredores da capital) a Trípoli, patrulhando todos os veículos que ali circulam, foi testemunhado à Reuters: “A estrada está pejada de soldados e polícias com espingardas Kalashnikov e todos os cruzamentos têm postos de controlo. Estão a pedir aos condutores que abram os porta-bagagens para verem o que lá está dentro. A circulação está muito difícil”. A televisão estatal líbia mostrara há pouco o comandante da base a negar rumores anteriores de que a base – que acolhe um aeroporto civil, com algumas ligações internacionais, a par da estrutura militar – tinha caído para a revolta.

18h13 A organização não-governamental Save the Children, diz estar preocupada com relatos de crianças mortas num ataque das forças de segurança líbias aos manifestantes.

18h07 O analista Tarik Yousef, do Brookings Institute, diz-se “dividido” sobre a intervenção de Khadafi hoje, a quarta que o líder faz desde segunda-feira: “Por um lado queria ver este discurso como algo legítimo feito em frente de multidões verdadeiramente dispostas a apoiá-lo, mas também estou consciente das capacidades da máquina de propaganda líbia. Por isso, quero esperar para ver como tudo isto vai ser interpretado. Certo é que aquele não foi o cenário habitual que se esperaria da Praça Verde... era muito menos gente do que se viu sempre nos discursos de Khadafi e é questionável mesmo se são pessoas de Trípoli”, avaliou à Al-Jazira.

18h00 Tunisinos e egípcios estão a guiar até à fronteira com a Líbia para ajudar os migrantes que fogem do país. Muitas famílias estão a acolher os vizinhos em suas casas. “Estamos a assistir a um apoio sem precedentes oferecido pela população local”, disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Melissa Fleming, à Reuters. Pelo menos 30 mil pessoas já saíram da Líbia por terra, segundo a Organização Internacional para as Migrações.


17h52 Algumas partes de Trípoli já estão sob o controlo dos opositores ao regime, contou um local à Reuters. Mas a zona em que Khadafi vive ainda é controlada pelo exército e pelos seus apoiantes. “Estamos em casa. É demasiado perigoso sair para a rua em Trípoli”, disse este residente da capital líbia.

17h47 O ex-ministro do Interior, Abdel Fatah Yunis, que se demitiu há alguns dias, disse ser improvável que Khadafi se suicide, contrariando as declarações de ontem do renegado ministro da Justiça, Mustafa Mohamed Abud al-Jeleil, até então um dos homens mais próximos do líder líbio: “Ele não se renderá, vai fazer como Hitler fez, vai matar-se.” Segundo Fatah Yunis, Khadafi lutará até ao fim – o que o correspondente da BBC considera ser uma forma de suicídio.

17h41 A televisão estatal líbia nega que a base aérea de Mutiqa, em Trípoli, tenha caído para as forças anti-Khadafi ou aderido à revolta contra o regime. “Não há verdade absolutamente nenhuma nesses rumores destrutivos que são repetidos pelos canais de televisão satélite conspiradores que tentaram dar a ideia de que a base de Mutiqa está em perigo”, asseverou.

17h35 Os Estados Unidos estão a ponderar fechar a sua embaixada em Trípoli, indicaram fontes da diplomacia americana à agência Reuters.

17h27 Mais palavras de Khadafi: “Com o povo armado podemos derrotar qualquer agressão. Quando for preciso abrimos todos os depósitos de armas para armar o povo líbio. A Líbia tornar-se-á numa chama vermelha”.17h24 Khadafi comparou os jornalistas estrangeiros a cães e os “mass media” a “mass lies”, no seu discurso de há minutos, em que nenhum familiar ou apoiante estava com ele, apenas guarda-costas.

17h23 O grupo parlamentar d´“Os Verdes” no Parlamento Europeu pediu hoje à UE que ofereça protecção temporária às pessoas que estão a fugir das violências na Líbia, um assunto que causa o desacordo entre os Estados-membros. “Os Verdes” alertaram igualmente para a necessidade do fim do império do petróleo., numa altura em que alguns dos principais produtores mundiais enfrentam convulsões internas.

17h20 A Al-Jazira questiona se as imagens mostradas há minutos pela televisão estatal líbia de Khadafi a discursar na Praça Verde estavam de facto a ser transmitidas em directo. Durante a transmissão pode ver-se um relógio numa torre junto à praça, que marcava 18h55 quando o líder líbio começou a falar (hora de Trípoli, duas horas mais do que em Lisboa).

17h17 Ainda o discurso de Khadafi: “Preparem-se para defender a Líbia. Preparem-se para defender o petróleo. Preparam-se para defender a dignidade. Este é o povo [líbio] que fez ajoelhar a Itália [antigo país colonizador]. Respondam-lhes, façam-nos sentir vergonha. Eu estou em Trípoli, estou na Praça Verde. E aqui estão os jovens, os filhos e netos das batalhas da jihad, cujos pais destruíram o império italiano. Cantem, dancem e preparem-se. Vamos lutar e vamos vencê-los”.

17h11 “Eu estou entre a multidão. Vamos continuar, vamos derrotá-los. Vamos morrer aqui, no querido solo da Líbia. Vamos derrotá-los como derrotámos o imperialismo italiano,” disse Khadafi num discurso de quase cinco minutos na Praça Verde, transmitido pela televisão estatal líbia. “Nós podemos derrotar qualquer agressão, se necessário – interna ou internacional”, disse perante milhares de pessoas. No final atirou beijos à multidão.

17h05 Conselho dos Direitos Humanos da ONU, reunido hoje em Genebra, exige inquérito às violações cometidas na Líbia

16h56 A Comissão Europeia vai destinar três milhões de euros à ajuda humanitária na Líbia e países limítrofes para onde tem fugido a população. Dinheiro servirá para medicamentos e alimentação, abrigos e artigos básicos de higiene e sobrevivência.

16h50 A BBC está a receber chamadas e mensagens de imigrantes subsarianos que dizem ter sido acusados de mercenários ao serviço de Khadafi, por causa da sua cor de pele, e por esse motivo atacados – tem-se falado em mercenários originários do Chade e de outros países africanos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados já tinha alertado para o perigo de serem confundidos.

16h44 A líder da Frente Nacional francesa (extrema-direita), Marine Le Pen, propôs hoje um acordo entre França, Espanha e Itália para que se “empurrem” para águas internacionais os migrantes que queiram fugir da Líbia e entrar na Europa.

16h38 Novos relatos dos ataques à porta das mesquitas em Trípoli: “Os disparos começaram quando ainda estávamos a rezar. E quando as pessoas começaram a sair, dispararam sobre elas. Muitos dos meus vizinhos morreram hoje. O meu irmão foi alvejado numa perna. A situação aqui é horrível. Há helicópteros no ar e chovem balas do céu. (...) A milícia e os apoiantes de Khadafi andam com armas pesadas e não deixam as pessoas juntar-se. Apenas disparam o tempo todo. Parece que estamos numa zona de guerra. E isto aqui é uma zona civil, as pessoas não estão armadas”, contou um residente à BBC.

16h37 A Amnistia Internacional e outras Organizações Não-Governamentais pediram hoje ao governo espanhol que nunca mais venda armas à Líbia e que reveja os contratos com os seus contratos com os países do Médio Oriente e de África16h34 O Presidente americano Barak Obama e o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan concordaram hoje, durante uma conversa telefónica, que o regime líbio deverá ser responsabilizado pela repressão e violência dos últimos dias.

16h33 Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia, num discurso hoje proferido na Hungria, que assume actualmente a presidência rotativa da UE: “Tem sido uma prática corrente manter relações diplomáticas e comerciais com países com cujos sistemas internos de governo nós não concordamos - com a missão de os encorajar a, com o tempo, mudarem os seus comportamentos. Na realidade, no caso da Líbia, o regime de Khadafi foi trazido do frio [no sentido em que voltou ao palco da diplomacia internacional] quando, entre outras coisas, abandonou a sua intenção de adquirir armas de destruição maciça. Poderia Khadafi ter caído há vários anos se nós não lhe tivéssemos acenado com a ‘cenoura’ do comércio e do investimento em troca destas concessões? Talvez. Mas não estou convencida que o mundo fosse hoje um lugar mas seguro nem que o povo líbio vivesse melhor - se o Ocidente se tivesse recusado a negociar com Khadafi. Precisamos de calibrar a nossa atitude quando as circunstâncias mudam. Assim, o seu comportamento inadmissível dos últimos dias exigem que o voltemos a enviar para o frio”.

16h26 Os oito portugueses que estavam em Misurata a trabalhar para a Tecnomontagge já estão a caminho de Itália num barco fretado pela empresa, confirmou ao PÚBLICO uma fonte da secretaria de Estado das Comunidades.

16h15 O PÚBLICO soube do caso de mais um português que ainda não conseguiu abandonar a Líbia. É colaborador de uma empresa subcontratada pela russa Gazprom há três anos e está no deserto com outros funcionários da empresa para que trabalha, mas “livre de perigo”. “Hoje de manhã não havia forma de os resgatar para Trípoli”, contou um amigo com quem tem estado em contacto. “Mas há algumas horas deu notícias de dois bimotores que hoje retirariam todo o pessoal desse campo.”

16h14 Sanções da UE contra a Líbia e contra o regime de Muammar Khadafi só serão postas em prática nos próximos dias. O acordo alcançado hoje entre os 27 ainda precisa de ser redigido formalmente, esclareceu um diplomata citado pela AFP. Fontes da diplomacia europeia recusam-se a dizer quantos líbios serão abrangidos pelo “congelamento” de bens, para que se evite uma corrida aos bancos.

16h03 “Com os manifestantes que seguem para Praça dos Mártires [Praça Verde] há alguns veículos militares”, twitou o Movimento de Jovens da revolução de 17 de Fevereiro, minutos depois de dar conta de disparos contra os que se dirigiam para a praça.

16h02 Sarkozy diz: “Khadafi tem de partir”. Presidente francês estimou hoje, numa visita à Turquia, que as violências cometidas na Líbia pelo regime do ditador são “inaceitáveis e serão alvo de inquéritos e de sanções”.

15h59 A UE chegou hoje a um acordo para um embargo à venda de armas e de material de repressão à Líbia, bem como para o “congelamento” dos bens e a interdição de atribuição de vistos de viagem para Muammar Khadafi e para os seus familiares.

15h56 Rumores de deserções já dentro mesmo das unidades militares mais leais a Khadafi: “Há relatos de cisões dentro da brigada Khamis [unidade de tropas especiais comandada por um dos filhos do líder líbio]. Quando isto for confirmado é o sinal do fim do tirano”, diz no Twitter o Movimento de Jovens Revolução 17 de Fevereiro.

15h53 A delegação líbia junto da Liga Árabe, no Cairo, também renunciou hoje a quaisquer ligações a Muammar Khadafi e disse que a partir de agora irá representar a vontade do povo líbio. “Juntámo-nos às pessoas nas suas exigências legítimas de estabelecimento de um sistema democrático”, indicou a delegação líbia em comunicado, condenando os “crimes odiosos contra civis desarmados”. A delegação líbia junto da Liga Árabe mudou o seu nome para “os representantes do povo líbio na Liga Árabe”, disse à Reuters o vice-director de protocolo da Liga, Ahmed Nassouf.15h48 Grupos de manifestantes anti-regime foram dispersos pelas forças de segurança leais a Khadafi em algumas partes de Trípoli, mas em outras os protestos continuam, com vontade determinada de marcharem sobre a Praça Verde, é descrito por testemunhas locais. “Dispararam para o ar para os afastar”, conta um residente citado pela Reuters.

15h46 “Não não! Não me pode tirar o telefone! Largue o telefone! Você não pode falar com a Al-Jazira”, grita um residente líbio em Trípoli durante uma chamada em directo para aquele canal de televisão, ao ser-lhe tirado o telemóvel das mãos por um membro das forças de segurança de Khadafi. O telefonema terminou abruptamente.

15h43 “Sinto o coração pesado face a esta carnificina”, afirmou à Al-Jazira o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, recusando porém expressar a sua “opinião política” sobre os acontecimentos na Líbia.

15h39 Também a Tunísia é hoje palco da maior manifestação desde o derrube do regime de Ben Ali, a revolta que precedeu todas as revoltas no mundo árabe. A AFP fala em pelo menos cem mil pessoas reunidas no centro de Tunes para exigir a demissão do governo interino liderado por Mohammed Ghannouchi, que foi primeiro-ministro do Presidente deposto.

15h32 A missão líbia junto do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, demitiu-se em bloco, durante a sessão extraordinária de hoje, para se juntar "ao povo líbio na sua totalidade". O anúncio foi recebido com um enorme aplauso de toda a sala.

15h25 O Presidente Dimitri Medvedev anunciou que a Rússia está “seriamente preocupada” com a situação na Líbia. “Os russos condenam o uso de força contra civis, ordenados pela liderança do país”, assinalou o chefe de Estado, citado pela agência RIA-Novosti. “Pedimos que a actual liderança líbia se abstenham do uso da força para que a situação não piore até à aniquilação da população civil. Qualquer outra coisa será classificada como crime, com todas as consequências da legislação internacional que isso representa”.

15h23 O Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou que Luís Amado parte hoje para o Kuwait, para participar no 20º aniversário do fim da invasão iraquiana, e seguirá depois num périplo pela Jordânia, Argélia e Tunísia. Nestes três países, o ministro português irá “analisar o desenvolvimento das relações bilaterais nas suas várias dimensões”.

15h18 Inúmeros testemunhos narram que milhares de líbios em Trípoli estão a juntar-se para uma marcha anti-regime sobre a Praça Verde, mas a televisão estatal líbia garante ao mesmo tempo que apoiantes do coronel Khadafi, “homens e mulheres, jovens e crianças”, se encaminham para a icónica praça da capital para “apoiar e mostrar orgulho no líder da revolução”.

15h10 Os 56 portugueses que há dias tentam sair de Bengasi já embarcaram no ferry fretado pela empresa brasileira Queiroz Galvão, que só ainda não partiu para a Grécia por causa do mau tempo.

15h06 Os iraquianos já elegem o seu Governo, mas também em Bagdad há hoje um “Dia da Raiva”. Milhares concentraram-se hoje na praça Tahrir (da Libertação) em Bagdad para protestar contra a corrupção e a falta de serviços básicos. Os protestos espalharam-se a outras cidades e, segundo a Reuters, cinco pessoas terão morrido em confrontos com as autoridades.14h55Forças leais ao regime voltaram a tentar nas últimas horas ganhar o controlo de Zauia, a 44 quilómetros de Trípoli, mas foram forçadas a retirar pelos revoltosos sem conseguirem entrar na cidade, relata a Al-Jazira.

14h50 A base da Força Aérea líbia de Mutiqa aderiu à revolta contra Khadafi, avançam a Al-Jazira e a BBC. Esta é a base de onde levantaram voo na capital aviões que bombardearam os manifestantes anti-regime nos primeiros dias desta semana.

14h50 O encarregado de negócios líbio junto da ONU “servirá o povo” e não o regime, diz a AFP

14h45 Mubarak caiu há duas semanas, mas os egípcios mantêm a pressão sobre a junta militar que agora governa o país. Dezenas de milhares de pessoas regressaram hoje à praça Tahrir, bastião da revolta popular e, durante as orações do meio-dia o imã Mazhar Shaheen pediu à população que não desista das reivindicações e mantenha a pressão “até à vitória” da revolução.

14h43 “Reforços de Misurata, Zauia, Zintan e Bengasi chegaram às portas de Trípoli para ajudar os manifestantes [na capital, que se encontram sob fogo das milícias pró-Khadafi]”, narra um tweet citado pela BBC.

14h42 Algumas instalações da China National Petroleum Corporation foram atacadas. A empresa está a retirar os seus funcionários do país.

14h36 O Departamento do Tesouro americano pediu hoje aos bancos nacionais para escrutinarem as transacções que possam ser feitas em ligação com a actual situação na Líbia. O objectivo é impedir apropriações indevidas de bens estatais.

14h34 O dia também é de protestos no Bahrein, mesmo depois de a monarquia (sunita) ter prometido dialogar com a oposição xiita. Segundo jornalistas presentes em Manama, centenas de manifestantes reocuparam hoje a Praça Pérola, epicentro dos protestos que na semana passada fizeram seis mortos. A manifestação é pacífica e a maioria dos que ali estão pedem apenas reformas que conduzam a uma monarquia constitucional.

14h23 O correspondente do jornal britânico The Guardian no Iémen fala em pelo menos 50 mil manifestantes na rua, um “número sem precedentes”, junto à univerisdade de Sanaa. A agência Reuters fala em milhares de apoiantes e em outros tantos opositores ao regime de Ali Abdullah Saleh. Junto à universidade, as palavras de ordem são pelo fim do regime: “O povo exige a queda do regime.” A cerca de quatro quilómetros dali, vozes leais ao Presidente: “O criador da unidade está nos nossos corações, não vamos abandoná-lo.” Em Taiz, outra cidade do Iémen, os protestos juntam 10 mil pessoas. Saleh diz que não vai ceder à “anarquia e à matança”.

14h19 A Organização Internacional para as Migrações está a apelar a uma ajuda internacional inicial de 11 milhões de dólares para dar assistência aos migrantes apanhados na onda de violência. O mais recente balanço da organização aponta que o número total de pessoas que sairam da Líbia para o Egipto, Tunísia e Níger está entre as 40 mil e 50 mil, contando já as quase 7.500 que passaram a fronteira tunisina de Ras Adjir nas últimas 24 horas.

14h17 Duas Organizações Não Governamentais, Sherpa e Transparency International France, apresentaram uma queixa na justiça com o objectivo de se identificarem e “congelarem” os bens em França do dirigente líbio Muammar Khadafi e da sua família.

14h12 José Sócrates condenou hoje a violência na Líbia e disse acompanhar todos os que se empenham para que haja “total liberdade”, citou a Lusa. O primeiro-ministro português disse não se recordar de ter chamado “líder carismático” a Muammar Khadafi e garantiu que o Magrebe interessa a Portugal “do ponto de vista geoestratégico independentemente de quem esteja no poder”. 14h06 A UE está disposta a dar “uma considerável quantia de dinheiro” para ajuda humanitária. Nomeadamente para ajudar os milhares de pessoas que estão a fugir da Líbia e a procurar refúgio no Egipto e na Tunísia, indicou o porta-voz da Comissão Europeia Raphael Brigandi.

14h04 Mais outras duas pessoas terão sido mortas no ataque de “milícias pró-regime” contra civis às portas de mesquitas, estas testemunhadas no bairro popular de Fashloum, em Trípoli. Cinco mortes tinham sido já reportadas pouco antes em Janzour, também na capital, ao mesmo tempo que são ouvidos tiroteios também nos distritos de Ashour e Sug al-Joma.

13h54 O primeiro-ministro britânico, David Cameron, deu instruções aos seus cidadãos para saírem “agora” da Líbia e prometeu “fazer tudo o que for possível” para resgatar 170 que se encontram isolados numa região desértica. Esta manhã, o Guardian noticiou que o Foreign Office estaria a pagar subornos a funcionários líbios para agilizar a partida dos 500 britânicos que ainda permanecem no país, uma informação que foi “categoricamente” desmentida pelo Executivo.

13h49 A batalha de Zauia, a 44 quilómetros de Trípoli, saldou-se com a morte de “mais de 35 pessoas, talvez mesmo 50”, sustenta o porta-voz da Liga líbia de organizações de defesa dos Direitos Humanos, Ali Zeidan. Esta cidade foi palco dos mais ferozes combates ontem e está hoje cercada por postos de controlo policiais e militares.

13h36 Ouvem-se tiros em várias partes de Trípoli e testemunhas dizem à Reuters que pelo menos cinco pessoas já foram mortas no bairro de Janzour e de Sug al-Jomaa, sob o cerco de disparos indiscriminados que guardas armados fizeram à porta das mesquitas. “A situação em Trípoli é AGORA muito crítica, há disparos e cargas de gás lacrimogéneo e detenções”, twita Shabab Libya, a partir da capital.

13h33 O ferry fretado pelo Departamento de Estado norte-americano partiu esta manhã do porto de Trípoli, onde estava ancorado há dois dias esperando a melhoria das condições do mar. Segundo a diplomacia dos EUA, a bordo seguem cerca de 300 estrangeiros, metade dos quais norte-americanos. Foi só depois de ter recebido garantias que os seus cidadãos estavam a salvo que o Presidente Barack Obama condenou publicamente a repressão em curso na Líbia.

13h31 Saif el-Islam, um dos filhos de Khadafi, disse hoje numa entrevista a uma estação televisiva turca que não permitirá que um “punhado de terroristas” controle parte do país e que a sua família permanecerá na Líbia, custe o que custar. "O plano A é viver e morrer na Líbia. O plano B é viver e morrer na Líbia. O plano C é viver e morrer na Líbia", afirmou.

13h17 As forças leais a Khadafi estão a disparar contra pessoas que tentam agrupar-se em vários bairros de Trípoli, após saírem das mesquitas no final das orações da manhã, para a manifestação convocada para a Praça Verde, descrevem várias testemunhas ouvidas por telefone pela AFP.

13h12 O ferry que vai retirar o grupo de 56 portugueses de Bengasi atracou há minutos, confirmou ao PÚBLICO uma fonte da secretaria de Estado das Comunidades. A previsão é que dentro de quatro horas o barco grego, fretado pela empresa brasileira Queiroz Galvão, parta com destino à Grécia.

13h07 A televisão estatal líbia está a mostrar imagens da Praça Verde, em Trípoli, numa transmissão “directa”. Vêem-se cerca de 50 manifestantes, empunhando fotografias de Khadafi e ouve-se alguém no grupo gritar slogans pró-regime e cânticos em coro dizendo “revolução popular” e “nós somos os líbios”.13h06 A Save the Children anunciou que já enviou uma equipa de resposta a emergências para o Médio Oriente, em antecipação a uma possível crise de refugiados da Líbia.

13h00 A televisão estatal líbia transmitiu um sermão das orações de sexta-feira, em que um imã disse: “Aqueles que apelam ao caos não serão perdoados no Dia do Julgamento. Afastem-se das guerras internas. Temos de ficar longe de todo o mal e das acções erradas. Todos aqueles que desobedecem ao líder estão a desobedecer a Deus.”

12h45 Diz Hugo Chávez, o feroz anti-americano Presidente da Venezuela, no Twitter: “Viva a Líbia e a sua independência! Khadafi enfrenta uma guerra civil!”

12h35 As forças leais a Khadafi desertaram de Misurata, a terceira cidade líbia, mas muitas pessoas morreram em confrontos numa base aérea nas proximidades da cidade, contou um morador ao correspondente da AFP em Bengasi: “Há cerca de trinta mártires entre os nossos combatentes.”

12h29 Em Adjabiya, uma cidade da Líbia oriental, a polícia e o exército ter-se-ão juntado aos manifestantes. “Nós das forças policiais anunciamos que nos juntámos às pessoas na revolução de 17 de Fevereiro”, disse o capitão Hafiz Abdul-Rahim à televisão Al-Jazira.

12h23 “O ambiente é muito tenso. Não sabemos o que vai acontecer após as orações. Estamos com medo. Há filas para o pão e para o combustível. E a minha ligação de Internet está mais rápida hoje do que jamais a vi. Tenho suspeitas. Não fomos atacados pelo ar, mas o terror que vivemos no domingo e segunda-feira é inimaginável”, testemunha um residente de Trípoli à BBC. Um outro habitante da capital, num tweet, precisa que “Khadafi deu ordens para que todas as mesquitas fossem cercadas por guardas armados para impedir manifestações maciças”.

12h21 A França não vê qualquer necessidade de uma reunião da NATO sobre a Líbia, fez saber o Ministério dos Negócios Estrangeiros citado pela Reuters.

12h20 Trípoli acordou mergulhada num silêncio de medo, cercada por um aparatoso dispositivo militar leal a Khadafi e com a revolta popular bem às portas da cidade, vinda de Leste e Oeste do país, ao 11º dia de contestação ao regime. De dentro mesmo da capital, a oposição diz querer tomar a Praça Verde ainda hoje, após as orações da manhã. “É sexta-feira. Khadafi cai hoje”, é a frase que mais corre a boca do movimento de revolta.

12h017 Soldados e mercenários passaram os últimos dois dias a limpar Trípoli. “Eles começaram a limpar as ruas e a pintar as paredes onde havia mensagens escritas contra o regime. Estão a limpar as paredes das marcas dos fogos que houve aqui nos últimos dias, para parecer que não aconteceu nada. Mas se olharmos de perto vemos que pintaram muito mal as paredes... vê-se que estavam a tapar algo”, conta um residente numa mensagem de voz no website Alive in Lybia

12h15 Em Bengasi, a primeira cidade “libertada” na revolta contra o regime autoritário de Khadafi (há 42 anos no poder), foi criado um governo informal com comités que estão a gerir as questões de segurança, de saúde pública, abastecimentos alimentares e deslocação segura dos cidadãos estrangeiros.

12h11 Zauia está rodeada por postos de controlo militares e policiais, mas as forças de segurança fiéis a Khadafi não conseguiram entrar na cidade, a apenas 44 quilómetros de Trípoli.

12h07 “Percorri de carro os vastos desertos da Líbia oriental, desde a fronteira com o Egipto até Bengasi. Cidades como Tobruk e muitas outras vilas no caminho estão calmas. Só se vêem bandeiras antigas do tempo da monarquia, e nenhum sinal das forças pró-Khadafi”, descreve o correspondente da BBC Kevin Connoly.

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