O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, preso em lugar incerto desde quinta-feira, pelos golpistas do Comando Militar, recebeu uma “visita de urgência” para a entrega de medicamentos da equipa local do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no sábado à tarde.
A visita foi “breve”, e serviu apenas para um elemento da organização em Bissau o ver e lhe entregar os medicamentos de que necessita para controlar a diabetes, disse ao PÚBLICO por telefone, a partir de Dakar, no Senegal, o porta-voz do CICV na região, Denes Benczedi.
Benczedi disse não poder adiantar qualquer outra informação sobre o estado e as condições em que se encontra detido o primeiro-ministro e candidato mais votado na primeira volta das presidenciais, nem se Carlos Gomes Júnior está preso no quartel de Mansoa, a poucas dezenas de quilómetros de Bissau, como foi noticiado.
“Pudemos entrar para lhe entregar os medicamentos”, disse Denes Benczedi. “Ele está bem como uma pessoa pode estar bem nestas circunstâncias. É uma situação sem dúvida muito complicada para ele.”
Benczedi ressalvou ainda que esta não foi uma visita nos moldes habituais do CICV, habitualmente mais longas, mas apenas durou “poucos minutos” para responder à necessidade da medicação. “Não houve conversa.”
A equipa local da organização iniciou entretanto os procedimentos para poder ter acesso a todos os presos, entre os quais Raimundo Pereira, o Presidente interino. Sobre a possibilidade de outras figuras ligadas ao Governo estarem presas, o CICV não pode, neste momento, adiantar qualquer informação.
“Precisamos de confirmar quem está preso, antes de podermos avançar com qualquer dado seguro”, afirmou. O porta-voz em Dacar também optou por não adiantar quantas pessoas poderão estar detidas, se algumas continuam a ser perseguidas e em fuga devido às ameaças de morte que têm recebido.
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