Georges Chicoty, ministro das Relações Exteriores de Angola, estava de viagem entre Luanda e Lisboa quando se iniciou a intervenção militar nas ruas de Bissau. Coincidência ou não, tudo aconteceu horas depois de ter deixado a Guiné, onde se reuniu com o Presidente interino, Raimundo Pereira, a quem comunicou o fim da Missang, Missão Angolana de Apoio à Reforma do Setor Militar da Guiné-Bissau, e a retirada dos cerca de 200 militares que compunham o efetivo angolano.
«Esta retirada deve-se à situação de crise. De facto, a situação não é a melhor na Guiné-Bissau. Neste momento nem sabemos o que se está a passar lá, por isso as nossas tropas estão em período de retirada. A Missang está no seu fim, mas não abandonamos a Guiné-Bissau, vamos continuar a trabalhar para encontrar a melhor solução para ultrapassar esta crise», disse Georges Chicoty em Luanda, momentos antes de embarcar, citado pela Angop. Declarações absolutamente premonitórias.
Reunião de emergência da CPLP
Nem de propósito: o conselho de ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa vai reunir-se este sábado em Lisboa para discutir a situação na Guiné Bissau.
O encontro foi marcado com caráter de urgência, mas, curiosamente, ainda antes da intervenção dos militares em Bissau. O objectivo inicial era ouvir Angola e analisar as razões e implicações do fim abrupto da missão das tropas angolanas (Missang) na capital guineense.
Por maioria de razão, este encontro ganha contornos mais relevantes.
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