sábado, 14 de abril de 2012

Tensão na Guiné-Bissau, depois de presidente interino detido e PM protegido

Carlos Gomes Júnior está protegido (foto ASF)
 

O clima vivido esta sexta-feira na Guiné-Bissau é, aparentemente, calmo, segundo os relatos que chegam do país, mas mantém-se a tensão, depois da profunda agitação do golpe militar.

O cenário de tiroteio nas ruas deu lugar a uma situação mais estável a partir do final da noite de quinta-feira, notando-se uma menor presença de militares, que bloqueavam as vias.

Até ao momento também não foram reportadas vítimas da intervenção militar, não havendo registos de mortos ou feridos nos hospitais após os tiros que tomaram de assalto o território.

Presidente interino detido
O Presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, foi ontem detido por militares na Fortaleza Amura, onde funciona o Estado-maior das Forças Armadas, de acordo com o Público.

Até ao momento, não existem informações oficiais sobre a situação do presidente interino, qual a sua localização e se estará ou não a salvo.

Primeiro-ministro protegido pela Missang
Já o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, candidato presidencial, está em local incerto, mas protegido pela Missang, Missão Angolana de Apoio à Reforma do Setor Militar da Guiné-Bissau. A informação voltou a ser confirmada.

A rua Combatentes da Liberdade da Pátria, onde se localiza a casa de Carlos Gomes Júnior, voltou esta sexta-feira a ser bloqueada pelos militares.

Blogues que seguem ao minuto a situação de instabilidade no país relatam que a casa do chefe de Governo ficou destruída depois dos ataques dos militares e que o cão de Carlos Gomes Júnior terá sido morto a tiro. A mulher do político também terá sido encontrada em casa e levada por populares.

Instabilidade política na Guiné-Bissau
A crise nos destinos políticos da Guiné-Bissau começou a desenhar-se depois da morte do presidente Malam Bacai Sanhá. As eleições presidenciais realizadas após o falecimento do chefe de Estado colocaram Carlos Gomes Júnior, atual primeiro-ministro da frente (49 por cento dos votos).

No entanto, o resultado eleitoral foi fortemente constestado pelos candidatos adversários, principalmente por Kumba Yalá, antigo presidente da Guiné-Bissau e candidato ao cargo. Yalá, que arrecadou 23 por cento dos votos, denunciou uma alegada fraude nos resultados e apelou ao boicote da segunda volta, que está agendada para dia 29 deste mês.

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