O porta-voz do Comando Militar, que tomou o poder no dia 12 de Abril na Guiné-Bissau, admitiu que o primeiro-ministro e o Presidente interino libertados na tarde desta sexta-feira, 27, podem integrar um governo de transição.
Se Raimundo Pereira for Presidente será Presidente de um governo de transição, se Carlos Gomes Júnior for Primeiro-ministro será de um governo de transição, "não será Primeiro-ministro no resultado das eleições anteriores", disse Daba Na Walna em conferência de imprensa.
Se o PAIGC (maior partido, no poder até dia 12) "apresentar Carlos Gomes Júnior para o governo de transição será uma proposta boa para estudar", disse o porta-voz em resposta aos jornalistas, acrescentando que "tudo está em aberto" e que o Governo eleito foi afastado.
Na conferência de imprensa, Daba Na Walna afirmou que a força da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) que pode chegar ao país até domingo, irá para assistir à retirada da missão angolana (Missang) e para garantir a segurança de pessoas vulneráveis, como antigos membros "do governo que caiu".
Vem também, disse, para garantir a segurança de pessoas que futuramente serão chamadas a depor nos julgamentos relativos aos assassínios políticos no passado recente no país. "Fizemos questão de dizer à CEDEAO que há um problema de impunidade crónica que tem de ser resolvido, ou através da Justiça ou de uma Comissão de Verdade e Reconciliação".
De acordo com o porta-voz, o período de transição será de um ano, uma imposição da CEDEAO, já que o Comando queria dois anos, e uma equipa técnica da comunidade da África Ocidental vai discutir a modalidade de "arranjos constitucionais", e "garantir a formação de um novo governo o mais rápido possível".
Daba na Walna informou que a Assembleia Nacional Popular vai continuar como órgão, porque não foi dissolvida, ao contrário do Governo eleito que deixou de estar em funções.
"A CEDEAO disse que vai accionar mecanismos para combater o tráfico de droga. Temos a percepção de que os barões da droga estão a tomar conta da política neste país", prosseguiu.
A missão da CEDEAO irá também, acrescentou, apoiar a Guiné-Bissau na realização de um recenseamento e de eleições dentro de um ano, provavelmente legislativas e presidenciais.
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