quinta-feira, 19 de abril de 2012

Medicamentos não foram entregues ao primeiro-ministro guineense

O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, continua sem tomar os medicamentos e vê a diabetes subir para níveis perigosos. O funcionário da Cruz Vermelha que disse à imprensa e à delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ter entregue os medicamentos a Gomes Júnior estaria a mentir.

Medicamentos não foram entregues ao primeiro-ministro guineense
 
Os medicamentos, escreve o Correio da Manhã, não foram entregues. O mesmo sucedeu com a comida, levada ao final da manhã de terça-feira pela advogada do primeiro-ministro, com a devida autorização dos militares, que insistem numa campanha de desinformação.
Na terça-feira à noite anunciaram uma reunião da CEDEAO com o primeiro-ministro detido, no dia seguinte admitiram não ter havido esse encontro. Um ex-prisioneiro da cela onde Carlos Gomes Júnior e o presidente interino, Raimundo Pereira, se encontram detidos contou ao CM que o espaço é imundo, infestado de mosquitos e nele só cabe uma pessoa. Para que um se deite a dormir, o outro tem de estar sentado.
Gomes Júnior só será libertado quando houver segurança
O primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o presidente interino Raimundo Pereira só serão libertados quando existirem condições de segurança, garantiu ontem o porta-voz do denominado Comando Militar que na passada quinta-feira interrompeu o normal funcionamento das instituições democráticas na Guiné-Bissau.
De acordo com o tenente-coronel Daba Nah Walna, em entrevista à rádio Voz da América, “desde o momento em que se forme governo e haja um responsável pelo pelouro da segurança, do Interior”, os militares considerarão “que estão criadas condições para o primeiro-ministro e o Presidente da República serem postos em residência vigiada até se poder provar que não há ninguém que lhes queira fazer mal”.
Militares vão começar a regressar aos quartéis
Os militares na Guiné-Bissau vão começar a regresar aos quartéis. Este é um dos pontos do acordo que vai ser assinado, esta quarta-feira, entre os militares e os partidos da oposição depois do golpe de Estado que aconteceu há uma semana.
O porta-voz do Conselho Nacional de Transição, Fernando Vaz, explicou à TSF os detalhes deste entendimento, que deixa de fora o partido do poder. "Vamos assinar o acordo que terá, de um lado, o comando militar e, do outro lado, os partidos políticos da Guiné-Bissau que se disponibilizaram a ajudar e facilitar a retoma da normalidade do país", afirmou.
Conselho de Segurança da ONU reúne-se amanhã
O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se na quinta-feira de manhã para debater a situação na Guiné-Bissau, afectada por um golpe de Estado militar, disse hoje à Lusa o secretário-executivo da CPLP. Domingos Simões Pereira falava a partir do aeroporto de Lisboa, aguardando o voo que o levará a Nova Iorque, mas realçou que não participará na sessão com o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) será representada por Georges Chicoti, chefe da diplomacia de Angola, país que preside actualmente à organização. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mamadu Djaló Pires, que se encontrava fora do país quando se deu o golpe de Estado, será ouvido na sessão.

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