quarta-feira, 30 de março de 2011

Maior empresa turística da Alemanha reforça oferta para Cabo Verde

A TUIFly, maior empresa turística da Alemanha, vai aumentar o número de voos charters para Cabo Verde no próximo Verão, em resposta à demanda crescente de pessoas que querem visitar as nossas ilhas.

Maior empresa turística da Alemanha reforça oferta para Cabo Verde
Segundo a imprensa alemã, a operadora vai reforçar a sua oferta de partidas de Estugarda para o nosso país em cinco mil lugares, para dar vazão à procura crescente do destino Cabo Verde.
A TUI está também a promover pacotes para férias de Verão em Cabo Verde,com descontos de até 25% em vendas antecipadas. A proposta é para as ilhas da Boa Vista e do Sal e estão em campanha de reservas antecipadas até 30 de Abril. Os preços são a partir de 529 e 509 euros por pessoa em quarto duplo. Ambas as propostas são para sete noites nos destinos, com voos incluídos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Clássicos que valem títulos: Villas-Boas tenta feito com 71 anos

Mihaly Siska foi bicampeão com vitória frente ao Benfica em Lisboa

 
O clássico do Estádio da Luz, na próxima jornada da Liga 2010/11, recupera um condimento especial e inusitado na história. O título nacional estará, literalmente, em jogo. O F.C. Porto procura uma vitória frente ao Benfica para festejar a conquista na Capital.

A festa ficou marcada por cinco vezes

O Benfica desperdiçou idêntica oportunidade na época passada, saindo derrotado no Dragão (3-1). Neste fim-de-semana, os encarnados precisam apenas de um empate para evitar a festa azul e branca.

André Villas-Boas afasta a euforia, contorna a questão mas parte para o clássico com uma marca inolvidável ao seu alcance. O F.C. Porto só conquistou um título em casa do Benfica, na remota temporada de 1939/40.

Mihaly Siska, figura emblemática da história dos dragões, conduziu a equipa à conquista do bicampeonato. A vitória no Estádio das Amoreiras, em Lisboa (2-3), foi decisiva. Disputava-se a última jornada do campeonato nacional e o F.C. Porto terminou a prova com dois pontos de vantagem sobre o Sporting.

Três exemplos matemáticos

Olhando para os números, restam poucas histórias de confrontos decisivos entre Benfica e F.C. Porto. Sobram algumas oportunidades falhadas, com o orgulho a empurrar os perseguidores para resultados que impeçam consagrações alheias em casa.

Em concreto, com a regra matemática na equação, encontram-se três exemplos de clássicos que valeram títulos.

O Benfica deu o mote na temporada 1936/37, goleando o F.C. Porto na última ronda do campeonato, por 6-0. Os encarnados ganharam o título ao Belenenses, por um ponto, e viriam a conquistar, na época seguinte, o tricampeonato. Os dragões terminaram na quarta posição, atrás do Sporting, numa prova com oito equipas.

Na época seguinte, os encarnados chegaram então ao tri, apesar da igualdade pontual com a formação portista na tabela classificativa. O confronto directo resolveu a questão a favor do Benfica.

Duas marcas de Siska

Em 1938, Mihaly Siska começa a escrever o seu nome na história do F.C. Porto, como treinador. Antigo guarda-redes, um dos melhores naquela época, o húngaro conduziu os dragões ao título nacional, garantido na última jornada, frente ao Benfica.

Segundo as crónicas disponíveis, o clube azul e branco escolheu o Campo da Constituição como palco e festejou com um empate a três golos (3-3), na última jornada, garantindo um ponto de vantagem sobre o Sporting. Os encarnados viram um tento anulado nos últimos minutos.

Mihaly Siska, mais tarde Miguel Siska (aportuguesou o seu nome e por cá ficou, apaixonado pelo país, enterrado na Invicta após um cancro nos pulmões que o vitimou aos 41 anos), festejou com a mesma idade que o actual pretendente ao título: 33 anos, tantos como André Villas-Boas.

Em 1939/40, então, o único troféu conquistado em casa do adversário, na história dos clássicos entre Benfica e F.C. Porto. Os dragões venceram nas Amoreiras (2-3), numa competição alargada repentinamente para dez equipas, e terminaram à frente do Sporting. 34 pontos contra 32.

Pinga e croatas goleadores

O madeirense Artur de Sousa, conhecido com Pinga, era a grande figura da equipa portista, a par de dois jogadores croatas com veia goleadora. Slavkoo Kordnya, aliás, terminou a competição com os mesmos 29 tentos que Peyroteo (Sporting). Franjo Petrak, por seu turno, balançou as redes por 16 vezes.

De então para cá, nada. Benfica e F.C. Porto não mais festejaram em clássicos. A hipótese volta a estar em cima da mesma, 71 anos depois de Siska. André Villas-Boas, outro jovem dragão, persegue a marca. Jorge Jesus aposta na desfeita.

CURIOSIDADES: As duplas do governo

Um não chega. E dois, desta vez, basta. O primeiro-ministro chamou os nomes para formar o seu novo governo e parece que fez eco. Disse Cristina e apareceram duas: a Fontes Lima e a Duarte, damas-de-ferro do seu executivo e ambas da Praia. Para defender o país dos estrangeiros, preferiu os Jorges, Tolentino e Borges, o primeiro à defesa e o segundo ao ataque – ambos diplomatas. E há as Fernandas: a Marques e a Fernandes, uma a formar quadros aqui e a outra a ir buscá-los à Diáspora – ambas vieram da Diáspora. E claro, um José Maria não chega para levar todo o país a expandir-se além mares, daí outro José Maria, o Veiga, para construir e explorar o Atlântico – ambos são de Santa Catarina. Outra dupla: Felisberto Vieira e Humberto Brito são os únicos canhotos do governo. Porque será?

CURIOSIDADES: As duplas do governo

Sidónio vai ser embaixador

 

Sidónio Monteiro, deputado pelo círculo das Américas e ex-ministro das Comunidades, pode ser o novo embaixador de Cabo Verde no Reino de Espanha. Washington é outra opção, bem mais conveniente, digamos. O convite surgiu na sequência de um encontro que aconteceu esta semana entre o primeiro-ministro, José Maria Neves, e aquele ex-governante. Este é um dos primeiros resultados das intensas negociações que José Maria Neves vem encetando esta semana com os rebeldes e descontentes do seu partido no sentido de apaziguar os ânimos internos, bastante exaltados.

Sidónio vai ser embaixador 
 
A representação diplomática da cidade da Praia junto do Reino de Espanha ficou sem titular com a vinda de Jorge Tolentino para o governo, enquanto ministro da Presidência do Conselho de Ministros e da Defesa Nacional. A missão de Cabo Verde nos EUA tem desde 2006 a diplomata de carreira Fátima Veiga, como embaixadora, quase em fim de mandato. Ao sondar Sidónio Monteiro sobre a eventualidade de ele ser embaixador de Cabo Verde, o chefe do Governo não terá precisado a representação diplomática que lhe vai oferecer, mas durante as conversações ter-se-á excluído a hipótese África. Espanha ou América, eis a questão.
Washington estaria mais ao gosto do ex-
 ministro das Comunidades. É que, enquanto deputado eleito pelo círculo das Américas, Sidónio conhece bem os problemas e os anseios da comunidade cabo-verdiana radicada naquele país norte-americano. Ali, segundo as nossas fontes, Monteiro pode movimentar-se com facilidade, mobilizando recursos para o nosso país, quer nos meios diplomáticos quer junto dos emigrantes.
Mas, caso seja necessário e urgente, Sidónio Monteiro não descarta a possibilidade de assumir o cargo de embaixador de Cabo Verde em Espanha, um posto aliciante, dado o franco crescimento que conhecem as relações económicas e políticas entre os dois países. Sidónio que domina a língua espanhola, pois fez os seus estudos em Cuba, além de ser um bom sucessor de Jorge Tolentino, não teria que esperar muito para ocupar o posto, que está vago e precisa urgentemente de um embaixador para seguir os vários projectos em curso ou a arrancar brevemente nos domínios da pesca, indústria de frio, ciência e inovação.
Como médico especialista em urologia, voltar à carreira médica como quadro do Mistério de Saúde, que completaria com uma clínica privada na sua especialidade é outra hipótese que esse dirigente do PAICV, ex-ministro e deputado não põe de parte, caso as propostas de embaixador ficarem pelo caminho. Para a nossa fonte, do ponto de vista financeiro, esta iniciativa será muito mais vantajosa do que assumir uma das embaixadas referidas.
Enfim, com esse convite do primeiro- ministro, Sidónio Monteiro continua a ser uma peça importante do sistema PAICV, apesar de ter ficado fora do governo.

Peixe mais caro no Cais da Praia

O peixe escasseia no Cais da Praia. É que o tempo ventoso dos últimos dias faz com que os pescadores não se aventurem para o mar largo. E quando decidem sair para a faina voltam desanimados, com quase nada nos botes.. O preço do peixe está por isso mais caro e não aumentou só no cais, também está proibitivo nos mercados e nas tinas das rabidantes que circulam pela cidade.

Peixe mais caro no Cais da Praia 
 
Quem passar por estes dias pelo Cais de Pesca da Praia certamente vai deparar com um cenário insólito na vida de um ilhéu: pouco peixe, e muito mais caro. Motivo: o peixe, elemento-chave na dieta do cabo-verdiano, está na hora da morte. Uma cavalinha, que antes custava entre 20 e 40 escudos, é vendida agora por 50, chegando muitas vezes a 70 escudos. O atum, que já foi vendido a 200 escudos/kg, quando há, custa o dobro, 400 escudos, um aumento de 100%, soube asemanaonline no local.
Até a moreia, cujo quilo rondava os 300, 350 escudos, está a ser vendida agora por 400 escudos. A garoupa média também aumentou 50 escudos, de 200 passou 250 escudos a unidade. Um chicharro custa agora entre 40 e 60 escudos, quando normalmente não passa de 30 escudos, quarenta o máximo. Já a Dobrada, outro peixe "democrático" no menu cabo-verdiano, há muito que ninguém lhe põe os olhos em cima, dizem os pescadores. Quando aparece esfuma-se do cais num instante, mesmo com o preço a doer nos bolsos. “Ainda assim está barato”, observam as peixeiras, avisando, entretanto, que se as coisas continuarem assim, o preço pode disparar ainda mais.
Esta escassez de peixe no Cais da Praia é justificada pelo tempo instável, com algum vento, que se faz sentir nos últimos meses. É caso para dizer que o mar não está para peixe. Mais: a subida do preço dos combustíveis também está a pesar no preço. É que além de comprar o gelo, dizem os pescadores, também têm de encher o seu depósito. Ainda assim, Joaquim Soares avança à nossa reportagem que mesmo com a falta de peixe nestes dias, os pescadores não variam muito o preço no cais. “São as peixeiras que aumentam o preço já que a procura é muita e a oferta, pouca”, constata.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Veiga e Santos de costas voltadas

 

A escolha de Carlos Veiga para 2º vice-presidente da Mesa da Assembleia Nacional poderá ter aberto novas fissuras no MpD. Jorge Santos, que ocupava esse cargo na anterior legislatura, não gostou mesmo nada de ter sido preterido e agora estará por detrás de um movimento interno para afastar Veiga da liderança do partido em 2012. Nessa lógica, um dos potenciais candidatos seria Elísio Freire, apoiante de Jorge Santos, cuja liderança da bancada parlamentar ventoinha está balançada e em risco, frente à oposição de Janine Lélis, da ‘entourage’ de Veiga.

Veiga e Santos de costas voltadas 
 
O presidente do MpD, Carlos Veiga, e o número-dois do partido, Jorge Santos, estão de costas voltadas desde a última reunião da Direcção Nacional ventoinha que indicou Veiga para o lugar de segundo-vice-presidente da Mesa da Assembleia Nacional. Santos, que ocupara esse cargo na anterior legislatura e esperava ser, por isso, a primeira escolha, não ficou contente com tal “despejo”, por entender que se tratou de uma “estratégia abusiva” para o afastar dos lugares de destaque. E tem-no dito aos seus pares mostrando todo o seu descontentamento pela forma como o processo se desenrolou. Afinal, Jorge Santos não quer engolir mais esta desfeita ao seu orgulho de dirigente nacional e militante extremado na defesa das causas do MpD. E promete reagir a este novo golpe que o reduz a mero deputado nacional, apesar de, teoricamente, continuar a ser vice-presidente do MpD.
“O que mais levaria Carlos Veiga a querer esse lugar no Parlamento? Ele (Veiga) goza do estatuto de ex-primeiro-ministro, com todas as regalias de um chefe de governo, pelo que podia perfeitamente liderar o partido da bancada, permitindo que outras figuras também se afirmassem no Parlamento”, elucida uma fonte próxima de Jorge Santos. A mesma fonte realça ainda que o objectivo de Carlos Veiga e do seu núcleo de apoiantes, entre eles Mário Silva e José Filomeno Monteiro, é afastar Jorge Santos e elementos da sua ala ideológica dos lugares de decisão, minimizando a sua importância política dentro e fora do MpD.
Esta teoria aplicar-se-ia a Elísio Freire, apoiante de Jorge Santos e até aqui líder da bancada parlamentar ventoinha, mas que há muito deixou de gozar da confiança política do presidente do MpD. Ao que consta, Carlos Veiga não o quer a liderar o grupo parlamentar, estando por isso a apoiar Janine Lélis. Esta, que com o marido Humberto Cardoso integra a ‘entourage’ veiguista, é candidata à liderança da bancada. José Tomás Veiga, primo, tem sido visto em campanha a favor de Janine Lélis junto dos membros da Comissão Política, órgão que irá indicar o nome do próximo líder do grupo parlamentar do MpD.
Junto dos apoiantes de Jorge Santos reina também a ideia de que estas acções mais não são do que consequências das posições que tomaram no seio do partido depois da derrota nas legislativas, alguns deles culpabilizando Carlos Veiga pelo desaire. E as relações terão ficado mais tensas desde a última DN do MpD, que confirmou a confiança no líder do partido, após boa parte dos membros ter abandonado a sala. Ainda nessa reunião, muita boa gente tentou transformar Carlos Veiga no candidato presidencial do MpD.
E para esse “volte-face” nas posições até então assumidas não só pelo próprio Carlos Veiga, como também indirectamente pelo MpD quando o fez liderar a campanha das legislativas, os seus proponentes baseavam-se nos resultados da sondagem da Afrobarómetro divulgada recentemente por A Semana. Só que, ao que este jornal apurou, tal proposta teve a oposição de Jorge Santos e seu grupo de apoiantes, o que não terá agradado aos indefectíveis de Veiga.
Igualmente agastado com a postura do presidente do seu partido, Jorge Santos terá desabafado com os seus pares que Carlos Veiga não deve continuar à frente do MpD. Segundo as nossas fontes, Santos estará por trás de um movimento com proporções a nível nacional para afastar Veiga da liderança do partido em 2012, depois das eleições autárquicas e na Convenção ordinária do partido. Ideia, aliás, defendida à boca fechada por grande parte dos militantes do MpD, garante a nossa fonte. O próprio Jorge Santos estaria a perfilar-se para reassumir a presidência do maior partido da oposição. Outro potencial pretendente seria Elísio Freire, tido como um candidato natural pelo seu percurso dentro do MpD – foi presidente da JpD e é líder do grupo parlamentar. Mais: o economista e presidente da Promitur, Olavo Correia, e Francisco Tavares, este, presidente da CM de Santa Catarina, são nomes de quem se fala, engrossando a lista de pretendentes à liderança do MpD.

PM anuncia Governo com muitas caras novas e independentes

 
Como havia prometido, o Primeiro-Ministro anunciou hoje os membros e ministérios do seu novo Governo onde sobressaem nove caras novas em relação ao Governo anterior, sendo seis deles independentes. Destaque ainda para a participação forte das mulheres (oito) em ministérios de peso, seguindo o que já é uma tradição nos Executivos liderados por José Maria Neves. Entre os destaques surgem os nomes de António Correia e Silva para o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Inovação, Mário Lúcio Sousa para o Ministério da Cultura que volta a ter um ministério próprio, para além de Fernanda Fernandes (Ministra da Educação e Desporto), entre outros.
Dos nomes ligados ao PAICV, partido que sustenta o Governo, sublinha-se as entradas de Felisberto Vieira (Ministro do Desenvolvimento Social e Família) e Rui Semedo, agora Ministro dos Assuntos Parlamentares e que irá, também, responsabilizar-se pela pasta da Comunicação Social.

O novo executivo passa a contar com 18 ministérios (eram 16 na última remodelação), aumento esse que é justificado por José Maria Neves como uma necessidade de redefinição reestruturação do Executivo para responder às novas exigências e desafios numa realidade cada vez mais complexa.

Isso porque, para além da crise internacional ao qual Cabo Verde não é indiferente e que já se faz sentir nos preços dos alimentos e combustíveis, por exemplo, o País vai passar a constar, na prática, entre os Países de Rendimento Médio, findo o prazo de transição, o que significa o fim dos empréstimos em regime de concessão com juros mais baixos, e maior dificuldade de acesso às ajudas públicas.

Cabo Verde, frisa o Primeiro-Ministro, precisará acelerar o ritmo do seu crescimento económico e gerar as suas próprias riquezas para continuar a responder às necessidades de desenvolvimento do país. Assim, a atenção especial que será dada a áreas como a juventude e o emprego, a economia marítima, dentro da perspectiva de desenvolvimento do cluster do mar, etc.

Eis a lista completa dos Ministros e Ministérios

Primeiro Ministro, José Maria Pereira Neves
Ministro da Reforma do Estado, José Maria Pereira Neves;
Ministra Adjunto e da Saúde, Maria Cristina Lopes Almeida Fontes Lima;
Ministro das Finanças e do Planeamento, Cristina Isabel Lopes da Silva Monteiro Duarte;
Ministro da Presidência e da Defesa Nacional, Jorge Homero Tolentino;
Ministro das Relações Exteriores, Jorge Alberto da Silva Borges;
Ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Mendes Semedo;
Ministro da Administração Interna, Marisa Helena do Nascimento Morais;
Ministro da Justiça, José Carlos Lopes Correia;
Ministro das Infra-estruturas e Economia Marítima, José Maria Fernandes da Veiga;
Ministro de Desenvolvimento Social e Família, Felisberto Alves Vieira;
Ministra do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Maria Duarte Lopes;
Ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Isabel Fonseca Hopffer Almada;
Ministro do Turismo, Industria e Energia, Humberto Santos de Brito;
Ministra da Educação e Desporto, Fernanda Maria de Brito Marques;
Ministra Desenvolvimento Rural, Eva Verona Teixeira Ortet;
Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação, António Leão de Aguiar Correia e Silva;
Ministra das Comunidades, Maria Fernanda Tavares Fernandes;
Ministro da Cultura, Mário Lúcio Matias de Sousa Mendes;
Secretário de Estado de Negócios Estrangeiros, José Luís Rocha;
Secretário de Estado da Administração Pública, Romeu Fonseca Modesto; e
Secretário de Estado dos Recursos Marinhos, Adalberto Filomeno Carvalho Santos Vieira

Dos membros do Executivo anterior notam-se as saídas de Manuel Inocêncio Sousa (candidato às presidenciais); Basílio Ramos (actual presidente da AN) Madalena Neves (Trabalho Família e Solidariedade), Sidónio Monteiro (Comunidades), Lívio Fernandes Lopes (Administração Interna), José Brito (Negócios Estrangeiros), Octávio Tavares (Educação e Desportos) e Fátima Fialho (Turismo e Energia).

quinta-feira, 24 de março de 2011

Director do MCC cita Cabo Verde como exemplo no congresso americano

 

O director executivo do Millenium Challenge Corporation, Daniel Yohannes destacou o caso de Cabo Verde como um exemplo de sucesso na criação e implementação das políticas desenvolvidas com a utilização dos fundos provenientes desse programa americano.

Director do MCC cita Cabo Verde como exemplo no congresso americano 
 
No seu testemunho, feito perante o Congresso dos Estados Unidos da América, Yohannes reforçou a importância do MCC na criação de oportunidades económicas e na capacitação e oferta de soluções sustentáveis para a erradicação da pobreza em diversos países em todo mundo.
Segundo Daniel Yohannes, Cabo Verde tem demonstrado uma excelente performance e, por causa disso tem apresentado um crescimento significativo em quase todos os níveis, pois, entre outros feitos, é o primeiro país africano a concluir o primeiro compacto, e o único no mundo a ser eleito para um segundo compacto.
O DE do MCC destacou ainda o enorme esforço que o governo cabo-verdiano tem feito no âmbito da Reforma do Estado, nomeadamente no que diz respeito às políticas referentes à melhoria do ambiente de negócios e das liberdades económicas. De forma particular, Yohannes fala do desenvolvimento de soluções informáticas facilitadoras do incremento e desenvolvimento empresarial como é o caso dos produtos de modernização administrativa, nomeadamente a Empresa no Dia.
Também o desenvolvimento dos produtos de licenciamento do comércio a retalho, licenciamento do comércio a grosso, licenciamento Industrial, Licenciamento do Alvará de Empresas de Construção Civil, Pagamento de Impostos, Encerramento de Empresas, Licenciamento das Actividades Turísticas, assim como a Casa do Cidadão constituem instrumentos importantes para a melhoria do ambiente de negócios, segundo aquele responsável.
Yohannes referiu-se ainda ao esforço que Cabo Verde tem feito na construção de capacidades a longo prazo a partir do zero, bem como o reforço de diversas instituições de microfinanças, lançamento do primeiro bureau de crédito privado e a construção de pontes que continuam a permitir o trânsito nas épocas de chuva e outras vias de comunicação fundamentais para o país. Por isso, garantiu Yohannes, o MCC não irá abandonar este trabalho com o fecho do primeiro compacto, o que justifica o facto de Cabo Verde ter sido qualificado para desenvolver um segundo compacto e continuar a construir o seu sucesso.
A boa utilização dos fundos do MCC tem permitido rendas na ordem dos 150% para cerca de 172 milhões de pessoas à volta do mundo, o que constitui para a direcção do MCC um factor importante para que o Congresso dos EUA avalize a continuidade do programa, não no espírito da Ajuda Pública ao Desenvolvimento, mas sim como gerador de oportunidades económicas nos países em desenvolvimento, no sentido de provocar a quebra do ciclo de dependência da ajuda e propiciar as condições que os países precisam para auto-sustentar o seu desenvolvimento.
Leia a versão original das declarações de Yohannes, em inglês, em www.mcc.gov/documents/press/testimony-2011001054401-2011hacfo.pdf.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Três barragens começam a ser construídas em Santiago

 

O Dia Mundial da Água, 22, trouxe boas notícias para Cabo Verde. As barragens de Salineiro, Saltinho e Faveta, todas elas em Santiago, começam a ser construídas nos primeiros dias de Abril. Até 2015, a maior ilha do país terá seis destas infra-estruturas.

Três barragens começam a ser construídas em Santiago 
 
A par das três barragens cuja construção deve arrancar nos próximos dias na ilha de Santiago (o dinheiro chegou à empresa construtora Armando Cunha na última sexta-feira, 18), outras três vêm a caminho. São elas: a Barragem de Barca Furada, em São Nicolau; a de Canto da Cagarra, em Santo Antão; e a de Figueira Gorda, Santa Cruz, Santiago.
Esta última, próxima da maior empresa agrícola do país, a Justino Lopes, irá ajudar a reanimar a actividade agrícola neste espaço, sendo intenção do governo instalar lá várias outras explorações relacionadas com o sector alimentar.
Além destas infra-estruturas, fazem parte do mesmo pacote de 5 milhões, 691 mil contos - resultante de um crédito concessional do Governo de Portugal - 19 diques na Ilha do Maio, 10 na Boa Vista e 70 perfurações em Santiago, São Vicente, Maio e Fogo. Há ainda a instalação de cinco sistemas de bombagem de água - dois em Santo Antão, um nos Picos (Santiago), um no Fogo e outro em São Nicolau.
Neste momento, o Estado de Cabo Verde submeteu mais dois projectos de barragens ao BADEA (o Banco para o Desenvolvimento Económico em África) que está a ultimar o seu processo de financiamento. Com o desbloquear da verba do BADEA teremos as barragens de Principal e Flamengos, sendo que esta última irá roubar o estatuto de maior barragem do país ao Poilão, pois terá mais capacidade de armazenamento de água.
A construção destas infra-estruturas hídricas transformará Cabo Verde de país em constante stress hídrico num dos mais ricos em termos de água por habitante. Isso, além de vir alterar de forma drástica os sectores como a agricultura, o abastecimento de água às populações e até travar o êxodo rural, criando condições para o desenvolvimento de várias áreas económicas no interior.
O tempo médio para a construção deste tipo de barragem é de dois anos.

terça-feira, 22 de março de 2011

TAP autorizada a voar para São Vicente

A TAP Air Portugal já pode efectuar voos directos para a ilha de São Vicente. A autorização formal foi concedida pela Agência da Aeronáutica Civil (AAC) e a companhia portuguesa está a ultimar os preparativos para iniciar as operações.

TAP autorizada a voar para São Vicente 
 
O voo inaugural está agendado para o início de Julho e será operado por um Airbus 320, informa o delegado da TAP em Cabo Verde, Luís Garcia, que confirma a realização de dois voos semanais, sempre às terças e sextas-feiras.
“Voar para o aeroporto de São Pedro, em São Vicente, estava nos novos destinos da TAP em África. Tivemos de negociar com as duas petrolíferas o abastecimento, mas fechamos acordo com a Shell que já dispõe de instalações no aeroporto. Isso porque queríamos iniciar as operações já no próximo verão”, afirma o delegado da TAP.
Luís Garcia lembra que a TAP já opera para Sal e Santiago, mas havia um handicap em relação aos passageiros para São Vicente, que eram obrigados a pernoitar nessas ilhas. “Não estamos a apostar só no tráfego étnico, mas também num grande componente turístico. Com as ligações directas passamos a oferecer um pacote completo”.
O público-alvo, diz, são sobretudo turistas itinerantes, que visitam duas ou três ilhas, que usam residenciais e restaurantes e deixam dinheiro em Cabo Verde. “São turistas que pertencem a classe média, com alguma idade, estabilidade e disponibilidade financeira. Estamos a pensar principalmente em turistas alemães e franceses”.
Para isso, a TAP vai lançar uma campanha de divulgação deste novo destino na internet. Em São Vicente, de acordo com Luís Garcia, a companhia deverá fazer uma apresentação formal, tendo em conta a importância do mercado. “Penso que os nossos clientes dessa região, que sempre demonstraram uma preferência pela TAP, merecem”, arremata.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Pedro Pires pede “optimismo” e "engenho” na gestão da economia

 

“Mais arte e maior engenho” na gestão da economia e do país e também “optimismo, crescimento emocional, maturidade cívica e comprometimento cívico” são os apelos deixados pelo Presidente da República no acto de investidura do novo governo de José Maria Neves. Pedro Pires também faz questão de enumerar áreas onde se deve investir para assegurar a competitividade do país.

Pedro Pires pede “optimismo” e   
 
Dentro do contexto que se vive actualmente, as crises a nível internacional, o Presidente da República está convencido de que há sempre janelas de oportunidades que são incentivadoras da criatividade dos actores políticos e dos agentes económicos e sociais.
Neste contexto, Pedro Pires apela ao novo elenco governamental “mais arte e maior engenho na gestão da economia e do país e, neste caso, compete agir com inteligência e agilidade a fim de descobrir e aproveitar, em tempo útil, as oportunidades e nichos específicos”.
“Julgo que não é prudente subestimar o impacto dos choques externos na nossa caminhada”, acrescentou.
Ainda olhando para a conjuntura internacional, “pejada de incertezas”, Pedro Pires disse ser “indispensável refutar a desconfiança e o pessimismo” para que se possa "prosseguir a marcha encetada com determinação, buscando sempre o domínio do processo de crescimento e de progresso”.
Neste sentido, o chefe de Estado apela “ao optimismo, ao crescimento emocional, à maturidade social e política, assim como ao comprometimento cívico”.
Pedro Pires não se absteve de responder à forma como se deve garantir o crescimento sustentado da economia e do crescimento progressivo da riqueza nacional: “Investindo na competitividade do país e em mais vantagens competitivas”.
Para isso, sugeriu que esse investimento seja feito em “ambiente de negócios atractivo e seguro; em ambiente físico saudável e agradável, em ambiente social acolhedor - com menos pobreza - na prossecução de uma sociedade inclusiva, na capacitação, educação e formação de qualidade, em maior produtividade e disciplina laboral e em recursos humanos competentes e produtivos”.
O Presidente da República não deixou de fora o investimento “na audácia e espírito empreendedor, na qualidade das infra-estruturas, em meios de transporte e de comunicação seguros e eficientes”. Apelou também à “participação equilibrada de todos nos benefícios do crescimento económico”.
O combate ao desemprego e a integração de jovens na vida produtiva requerem, segundo o Presidente, o “estímulo ao empreendedorismo e o incentivo ao empresariado nacional, incorporando as pequenas empresas e microempresas, abrangendo a agropecuária, pois serão as geradoras de emprego e riqueza e responsáveis pelo fortalecimento do tecido económico nacional”.
Pedro Pires defende ainda que Cabo Verde soube “edificar uma democracia serena e pacificada”. “Temos procurado fazê-la mais integradora e mais inclusiva, o que constitui uma garantia política adicional”, considera o Chefe de Estado, para quem a democracia do país “é progressista, pois promove a igualdade de oportunidades”.

DGP dá 33 mil contos para requalificar barcos de pesca

A Direcção Geral das Pescas (DGP) transferiu 300 mil euros, 33 mil contos, para a empresa Atlantic Tuna, sediada em São Vicente, para transformar dois atuneiros em pesqueiros de pelágicos (cavala e melva). O propósito, diz o director-geral Adalberto Veira, é aumentar a captura e, com isso, resolver o crónico problema de falta de matéria-prima que a fábrica de conservas Frescomar enfrenta.

São dois os atuneiros que vão ser requalificados e emprestados à Frescomar. Segundo Adalberto Veira, está tudo a postos – orçamento e equipa técnica contratada –, pelo que o trabalho de transformação dos atuneiros em pesqueiros de pelágicos (melva e cavala) deverá arrancar em breve. “Queremos ter mais barcos no mar a pescar para podermos dar resposta ao consumo de pelágicos”, justifica o director-geral das Pescas.
Questionado se a requalificação desses barcos acontecerá nos estaleiros da Cabnave, Adalberto Vieira esquiva a resposta. “O que posso garantir é que a transformação dos atuneiros será feita no país, e a Cabnave pode ser uma opção”.
Esses atuneiros, 10 unidades no total, foram mandados construir de raiz em Peniche, Portugal, pelo governo de Cabo Verde que pagou 135 mil contos por unidade. O custo global destes barcos foi superior a um milhão de contos (cerca de 12 milhões de dólares), financiados pelo Banco Africano do Desenvolvimento (BAD) e pelo Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (Badea), com o objectivo de relançar a pesca em São Vicente.
Ao longo dos anos, esses barcos, de 26 metros cada revelaram-se pouco práticos em termos operacionais. E foi por isso que passaram a maior parte do tempo atracados no Porto Grande ou ancorados na Cabnave. Um deles chegou a ser mandado para a Brava a fim de facilitar a ligação marítima da ilha com as demais a Sotavento, mas a medida suscitou fortes críticas dos partidos da oposição.
Em 2008, cinco desses barcos foram enviados para Cuanza Sul (Angola), onde deviam dedicar-se à pesca do atum. Também esta operação fracassou e os barcos retornaram a S.Vicente. Pelo menos agora, tudo indica que vão passar a ter utilidade, no caso a resolver as conhecidas dificuldades da fábrica Frescomar em encontrar matéria-prima suficiente no mercado de Cabo Verde para as necessidades de produção. A empresa tem estado a importar melva do Marrocos para garantir a produção.
E é o próprio DGP a reconhecer que, com a transformação dos atuneiros em barcos de pesca de pelágicos, resolve-se o problema de falta de matéria-prima na Frescomar. Quanto aos restantes oito barcos, Rui Vera-Cruz, presidente da Sociedade Cabo-verdiana e Angolana de Pesca (Atlantic Tuna), explica que quatro já não pertencem à empresa e os quatro restantes vão ser comprados proximamente.

Novo Governo toma posse hoje

O reforço da frente externa, a introdução de três novos sectores de governação, o aparecimento de dois novos secretários de Estado; a manutenção número de mulheres e a saída de seis titulares do actual executivo são algumas das novidades que ressaltam da composição do novo governo de José Maria Neves. Um elenco que será empossado na manhã desta segunda-feira pelo Presidente da República, Pedro Pires, como o primeiro Governo da VIII Legislatura.

Novo Governo toma posse hoje 
 
Falando aos jornalistas na passada sexta-feira, o primeiro ministro indigitado diz que este é um Governo que vai trabalhar para “acelerar o ritmo de crescimento de Cabo Verde; criar mais empregos e rendimentos para as famílias; e preparar o país para os desafios futuros”. E para isso, vai dar uma forte atenção à Economia do Mar e apostar na modernização do país.
“Infra-estruturas e Economia Marítima”, “Ministério do Desenvolvimento Social e Família” e “Ministério das Comunidades” são as novas valências que integram as competências e designações dos 18 Ministérios que formam a nova estrutura governativa. E dos novos secretários de Estado, um trabalhará sob a coordenação do Ministério das Relações Exteriores (ex-Ministério dos Negócios Estrangeiros, MNE) e o outro terá responsabilidades no sector dos “Recursos Marinhos”.
Fernanda Fernandes, na qualidade de ministra das Comunidades e Eva Ortet, ministra do Desenvolvimento Rural, são as duas novas entradas femininas que vêm manter o número de mulheres no governo, compensando a saída de Fátima Fialho (ministra de Turismo, Indústria e Energia) e Madalena Neves (ministra do Trabalho, Família e Solidariedade Social).
Outra característica da nova estrutura governativa do primeiro ministro indigitado é a dança de pastas, que saem de um ministério para integrar outros completamente diferentes. Mas também há as novas que se vêm juntar a nomenclaturas antigas – caso da “Inovação” na pasta do Ensino Superior; “Planeamento” no Ministério das Finanças e “Desenvolvimento dos Recursos Humanos” junto com Juventude e Emprego.
No que toca às estreias absolutas como membros do governo, para além das já citadas, destaque-se José Carlos Lopes Correia, logo como ministro da Justiça. António Correia e Silva, na qualidade de ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação. O escritor e músico Mário Lúcio Sousa enquanto ministro da Cultura. Felisberto Vieira no Desenvolvimento Social e Família. Rui Semedo, ministro dos Assuntos Parlamentares.
Ainda o diplomata de carreira José Luís Rocha como secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Adalberto Vieira que deixa a Direcção Geral das pescas para ser secretário de Estado dos Recursos Marinhos. Jorge Tolentino deixa o cargo de Embaixador de Cabo Verde na Alemanha e regressa muitos anos depois ao Executivo, ele que já fez parte do primeiro governo de Neves.

As apostas e as incógnitas do JMN

O reforço da frente externa com um Ministro das Relações Exteriores e um Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros. A diáspora a adquirir estatuto governamental com o Ministério das Comunidades. O mar a assumir destaque enquanto linha estratégica de desenvolvimento com o Ministério da Economia Marítima – numa antecipação do ‘Cluster do Mar’ –, e a Secretaria de Estado dos Recursos Marinhos. Mas se a aposta na “exportação de Cabo Verde” é clara, o sector económico mostra-se muito mais enigmático ao fazer desaparecer o Ministério da Economia, – deixou de haver Secretário de Estado Adjunto da Economia sob tutela directa do Chefe do Governo. Só há o Ministério do Turismo, Indústria e Energia, que vem do anterior Governo. E nem a nova pasta “Ministério das Infra-estruturas e Economia Marítima” faz desaparecer esse vazio na “Economia Real”.
Os Transportes também somem do mapa. Idem para o Trabalho. Onde estarão? E falando de inovações, outra incógnita é o Ministério do Desenvolvimento Social e Família, sob o comando de Felisberto Vieira (Filú). Demasiado vago, só se vai avaliar o que vale quando se souber o que se vai pôr lá dentro. Quanto aos demais, poucas novidades, a não ser uma dança de pastas com cortes aqui e acrescentos acolá.

As mudanças

Octávio Tavares, Lívio Lopes, Sidónio Monteiro, José Brito, Fátima Fialho e Madalena Neves deixam o Governo. O Primeiro-Ministro chama a si a pasta da Reforma do Estado que continua a ter Romeu Modesto como Secretário de Estado da Administração Pública. Jorge Tolentino é o filho pródigo que volta à casa da Várzea e assume a Presidência do Conselho de Ministros e Defesa Nacional.
Entre os novos rostos estão vários independentes. António Correia e Silva sobe da reitoria da Uni-CV para ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação. José Carlos Lopes Correia, até agora director da Polícia Judiciária, fica com a pasta da Justiça. Fernanda Fernandes, diplomata de carreira e ex-cônsul de Cabo Verde no Luxemburgo, assume o novo Ministério das Comunidades. Mário Lúcio Sousa estreia nas lides governativas com a pasta da Cultura.
Da máquina tambarina temos o até há poucos dias líder da bancada do PAICV no parlamento, Rui Semedo, que é hoje ministro dos Assuntos Parlamentares. O presidente da Comissão Política de Santiago Sul do PAICV e homem forte do sistema, Felisberto Vieira, também entra para o Governo, assumindo um Ministério por estrear, Desenvolvimento Social e Família. Eva Ortet vai comandar o Desenvolvimento Rural. Jorge Borges ascende de Secretário de Estado das Comunidades para ministro das Relações Exteriores.
José Luís Rocha é o novo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros. Adalberto Vieira também assume a Secretaria de Estado que se vai ocupar dos Recursos Marinhos.

Ministros repetentes

José Maria Veiga deixa o Ministério do Ambiente Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos para assumir a pasta das “Infra-estruturas e Economia Marítima”. Sara Lopes mantém a Habitação e Ordenamento do Território mas ganha um outro sector, o Ambiente. Fernanda Marques transita para a Educação e Desporto. Cristina Duarte continua de pedra e cal no comando do Ministério das Finanças. E com a vantagem de agora ter também o Planeamento sob o seu controlo.
Marisa Morais lidera a Administração Interna e Janira Hopffer Almada continua com a Juventude, a que junta agora o Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos. Cristina Fontes Lima passa a ser a ministra Adjunta e da Saúde e Humberto Brito é elevado a ministro do Turismo, Indústria e Energia.

Ataque aliado destruiu edifício a 50 metros de tenda de Kadafi, em Tripoli

domingo, 20 de março de 2011

LUA MAIS PERTO DA TERRA

LUAR FANTÁSTICO EM GAMBOA

STJ embarga empreendimento no Caniço 20 Março 2011

Por decisão do Supremo Tribunal de Justiça datada do dia 28, a obra do empreendimento imobiliário pertencente ao grupo português Costa Prata, situada em Achada Barnelo/Caniço, Cidade Velha, foi embargada com efeito imediato. A justiça aceitou os argumentos dos herdeiros de Egídio Barbosa Ramos, que contestam a forma como foi feita a compra do terreno.

STJ embarga empreendimento no Caniço 
 
Depois de várias deliberações contrárias em primeira instância (ver edição de A Semana de 5 de Março de 2010), o STJ veio agora decidir a favor dos queixosos, que alegam serem eles os verdadeiros donos de 148 dos 158 hectares vendidos por Eduína D. Tavares à Costa Prata, acusando a primeira de ter cometido diversas ilegalidades na alteração ao registo matricial da propriedade em causa.

Na base da sentença do Supremo está a refutação dos argumentos utilizados pela juíza do Tribunal de Comarca, Januária Costa, que anulou a providência cautelar pela qual os herdeiros de Egídio Ramos pediam o embargo da obra.

A decisão da juíza havia-se baseado na falta de fundamento da extemporaneidade da providência cautelar (entre a tomada de conhecimento da obra pelos queixosos e a entrega da providência o prazo era até 30 dias), bem como na sua inutilidade superveniente, tendo sido alegado pela Costa Prata que a conclusão da obra em causa ocorreu antes da data do julgamento. Ambos os argumentos foram agora considerados infundados pelo Supremo.

No auto da sentença do STJ, pode ler-se que “está indiciariamente provado (…) de que o ora agravante (leia-se: queixosos) é co-titular no direito de propriedade sobre o tracto de terreno em litígio”.
Apesar de aparentarem reconhecer a legitimidade da queixa que contesta o direito de Eduína Tavares aos terrenos em causa, os juízes do Supremo tinham por obrigação neste caso específico sentenciar unicamente a validade da providência cautelar já referida, deixando o direito de propriedade para posterior decisão.

Investigação procura novos suspeitos

Num texto publicado a 12 de Maio neste jornal, o advogado dos queixosos, Geraldo Almeida, afirmava que “alguém dentro da Câmara é conivente com a falcatrua”, referindo-se à forma como a alteração do registo ocorreu e lançando a suspeita de que os intervenientes no processo eram mais do que os conhecidos, acrescentando que este era “um grave caso de corrupção”.

Questionada a Procuradoria-geral da República acerca de um possível processo-crime em curso relativamente a esta matéria, a PGR optou por não confirmar nem desmentir. Apesar disso, A Semana teve conhecimento de que existe uma investigação a decorrer no sentido de apurar responsabilidades pelo ocorrido, podendo a lista de nomes envolvidos vir a aumentar em breve.

Actualmente, permanecem em litígio vários processos, dois dos quais no STJ, dizendo respeito à possível anulação do consentimento dado pelos serviços responsáveis e que permitiu a alteração do registo predial, podendo isso vir a significar o reverter da propriedade aos herdeiros de Egídio Barbosa Ramos. O outro é uma queixa-crime no tribunal de primeira instância contra Eduína Tavares, principal interveniente no processo que deu origem ao negócio.

A primeira guerra da era Obama?


Com a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que abre caminho a uma intervenção militar na Líbia, a diplomacia da Administração Obama acaba de inaugurar um novo capítulo. A imprensa americana não deixou de assinalar o significado do momento: Obama, o relutante comandante de duas guerras herdadas da anterior Administração pode ter começado a sua própria guerra ao comprometer os Estados Unidos com uma intervenção militar no Médio Oriente pela terceira vez numa década.
Susan Rice, dos EUA, e Mark Grant, do Reino Unido, ao votarem na ONU 
Susan Rice, dos EUA, e Mark Grant, do Reino Unido, ao votarem na ONU 
A posição americana é tanto mais surpreendente quanto, até quarta-feira, os EUA pareciam estar no lado oposto: o do cepticismo e resistência a um envolvimento na Líbia. O secretário da Defesa, Robert Gates, e chefes militares expressaram opiniões desfavoráveis a uma intervenção, por duvidarem da eficácia de uma zona de exclusão aérea - e, presumivelmente, por quererem evitar uma terceira operação numa região onde a presença americana tem má reputação.

Ao contrário do Egipto, Obama manteve-se mais distanciado da situação na Líbia, onde a América tem poucos interesses estratégicos, e não pareceu importar-se em deixar um papel mais activo aos europeus. Segunda-feira, no âmbito de um encontro de chefes da diplomacia do G8, Hillary Clinton deixou os seus colegas europeus frustrados com a ausência de uma posição americana sobre o que fazer na Líbia. França e Reino Unido defenderam a necessidade de agir imediatamente, Alemanha e Rússia opuseram-se. Os EUA não desempataram.

Até que, na quarta-feira, houve uma viragem. Líbano, França e Reino Unido apresentaram uma proposta de resolução no Conselho de Segurança exigindo o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e, subitamente, os EUA vieram defender a adopção de medidas mais duras, alegando que a zona de exclusão aérea era uma táctica insuficiente face à vantagem que as forças pró-Khadafi tinham obtido no terreno.

Hillary Clinton explicou aos jornalistas que o ponto de viragem foi o apelo da Liga Árabe, no sábado, para estabelecer uma zona de exclusão aérea na Líbia. A resolução aprovada quinta-feira à tarde sublinha a importância da participação dos países árabes - os Estados Unidos insistiram que qualquer acção militar teria de ser aprovada no Conselho de Segurança, resultar de uma coligação internacional e ter a participação de países árabes, três condições, notava ontem a imprensa americana, que estiveram ausentes em 2003, na invasão do Iraque.

Criticada abstenção alemã

Fontes diplomáticas americanas explicaram que a prudência inicial da Administração Obama teve a ver com a expectativa de que o processo evoluísse de forma "orgânica", como na Tunísia e no Egipto, sem a necessidade de intervenção externa. A mudança da situação no terreno e a iminência de uma potencial catástrofe humanitária terão levado, alegadamente, os EUA a endurecer a sua posição. A Foreign Policy diz que a decisão foi tomada por Obama numa reunião ao mais alto nível na Casa Branca na terça-feira à noite. O encontro foi "extremamente tenso", opondo membros da Administração a favor e contra uma intervenção, descreve a revista. No final, Obama ligou à sua embaixadora na ONU, Susan Rice, dando-lhe instruções para apresentar uma resolução que autorizasse o uso da força.

A resolução final aprovada, com dez votos a favor e cinco abstenções, é uma combinação dos textos do Líbano, França e Reino Unido com as exigências dos Estados Unidos. A exclusão de uma força de ocupação terrestre foi um requisito americano.

A forma como Obama está a lidar com a Líbia tem críticos - Steve Clemons, analista de relações internacionais do think tank New America Foundation disse à Foreign Policy que o comportamento da Casa Branca prova que não há uma estratégia e que Obama se está a limitar a reagir - mas, em declarações ao PÚBLICO, uma fonte diplomática na ONU elogiou o pragmatismo "quase exemplar" dos EUA nos últimos dias.

A mesma fonte notou que, idealmente, teria sido preferível que a resolução tivesse recebido a votação unânime do Conselho de Segurança, mas que "o facto de não haver nenhum voto contra é importante".

Rússia e China, tradicionalmente mais relutantes a intervenções militares, não recorreram ao veto. O facto de a China presidir ao Conselho de Segurança este mês pode ter tido um efeito dissuasor, já que a presidência zela pelo consenso para chegar a uma resolução e evitar um falhanço. A Alemanha foi o único país europeu a optar pela abstenção e saiu fragilizada do processo - a imprensa europeia debate neste momento o isolamento alemão na Europa. Os restantes abstencionistas correspondem às potências emergentes do chamado BRIC, Brasil, Rússia, Índia e China. Duas delas são membros permanentes do Conselho de Segurança, as outras duas têm aspirações a juntarem-se ao clube.
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  • Presidente dos EUA começou no Brasil périplo pela América do Sul

    Obama no Brasil: EUA estão prontos a agir de "forma imediata” na Líbia


    O Presidente Obama referiu-se hoje à guerra civil na Líbia no seu discurso em conjunto com a Presidente Dilma Rousseff, em Brasília, e disse que está pronto para “agir de forma imediata”.
    Barack Obama evitou comprometer-se com a questão do lugar ambicionado pelo Brasil no Conselho de Segurança 
    Barack Obama evitou comprometer-se com a questão do lugar ambicionado pelo Brasil no Conselho de Segurança
    “O povo da Líbia deve ser protegido e queremos o fim desses actos contra os civis. Estamos prontos para agir de forma muito urgente”, afirmou Barack Obama na sua primeira visita oficial ao Brasil. “Ontem a comunidade internacional exigiu um cessar-fogo na Líbia incluindo um fim a todos os ataques contra os civis. Agora vamos discutir como aplicar a resolução”, afirmou.

    Obama defendeu o fim dos actos violentos contra cidadãos líbios protagonizados pelo regime de Khadafi.

    O Presidente norte-americano saudou ainda a “extraordinária ascensão do Brasil” e exprimiu a vontade de estabelecer relações mais estreitas entre o Brasil e os EUA.

    “Graças ao sacrifício de pessoas como Dilma Rousseff, o Brasil passou da ditadura à democracia”, disse Obama aludindo ao passado de guerrilheira da Presidente brasileira que foi presa e torturada pela ditadura militar (1964-1985).

    “Enquanto uma das economias do mundo que mais cresceu, o Brasil fez com que milhões de pessoas saíssem da pobreza, sublinhou Obama.

    Obama foge da questão do Conselho de Segurança

    Sobre a melindrosa questão do lugar de membro permanente no Conselho de Segurança da ONU ambicionada pelo Brasil, Obama foi vago, mas sem fechar totalmente as portas a essa possibilidade. “Como já disse à Presidente Rousseff, os Estados Unidos vão continuar a trabalhar com o Brasil e com outros países nas reformas que tornarão o Conselho de Segurança mais eficaz e mais representativo fazendo avançar uma visão comum do mundo mais seguro e pacífico”, disse Obama.

    O Presidente americano chegou hoje a Brasília para a sua primeira visita oficial ao Brasil incluída num périplo pela América do Sul.

    Barack Obama e Dilma Rousseff almoçam esta tarde no Palácio Itamaraty com 200 empresários convidados.

    Primeiros disparos dos aviões franceses

    Minuto a minuto: primeiro dia da guerra contra Khadafi

    Ao final de um dia em que as forças de Khadafi atacaram várias posições da rebelião, apesar de insistirem que estavam a cumprir o cessar-fogo anunciado na véspera, a coligação internacional passou à acção. Um avião francês foi o primeiro a disparar contra um veículo militar do regime líbio nos arredores de Bengasi. Sarkozy avisou Khadafi: "Ainda tem tempo para evitar o pior".
    A aviação francesa foi a primeira a entrar em acção 
    A aviação francesa foi a primeira a entrar em acção 
    23h27 Resolução renegada: o Ministério líbio dos Negócios Estrangeiros anunciou que já não considera mais como válida a resolução 1973 das Nações Unidas, impondo uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, em retaliação aos ataques da coligação internacional contra as forças de Khadafi. E entende que lhe assiste assim o "direito" de voltar a usar as suas forças aéreas.

    23h12 A Líbia pede uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, foi anunciado em comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio.

    23h00 Responsável da segurança norte-americano asseverou que os sistemas de defesa aérea da Líbia estão já “profundamente danificados”.

    22h56 Um locutor na rádio dos rebeldes líbios diz que os aviões no céu pertencem a "países amigos". Um líder religioso que a BBC não conseguiu identificar diz aos ouvintes que Khadafi "não é um verdadeiro muçulmano, ele não se guia pelas regras do Corão".

    22h06 Khadafi ameaça atacar objectivos “civis e militares” no Mediterrâneo. O líder líbio afirmou que a região se tornou “um campo de batalha” e adiantou que os depósitos de armas estão prontos para defender a Líbia. O coronel apela a africanos, árabes, latino-americanos e asiáticos que apoiem o povo líbio contra a agressão dos “cruzados colonizadores”, cita a Reuters.

    22h04 Os EUA têm um papel “estratégico” na coordenação e o comando da operação, afirmou à AFP um responsável francês que quis manter o anonimato. Os Emirados Árabes Unidos prometeram 24 aviões para a coligação (Mirage 2000-9 e F16), e o Qatar entre quatro e seis aviões do tipo 2000-5, diz a mesma fonte. Até agora, a maior parte dos aviões envolvidos são franceses.

    21h51 Um residente de Trípoli, que pediu para não ser identificado, disse à BBC que ouviu explosões na parte oriental da cidade. Disse que já teve “demasiado” tempo de coronel Khadafi e que quer que ele seja afastado.

    21h46 As forças da coligação lançaram um ataque contra a base aérea de Mitiga, fora do centro de Trípoli, noticiou a Al-Jazira. O Estado-Maior das Forças Armadas francesas negou que um dos aviões enviados pela França para participar na operação das forças de coligação tenha sido abatido na Líbia, como chegou a ser noticiado pela televisão estatal.

    21h38 Quatro jornalistas da Al Jazira foram detidos pelas autoridades líbias. Lotfi al-Messaoudi, tunisino, Ahmed Vall Ould Addin, mauritano, Ammar al-Hamdan, um operador de câmara norueguês e Kamel Atalua, de nacionalidade britânica, estavam a trabalhar na Líbia e, segundo a estação do Qatar, foram detidos em Trípoli

    21h37 Os ataques aéreos e os mísseis de cruzeiro lançados pelos EUA, Reino Unido e França são “coordenados” a partir de uma base americana na Alemanha, afirmou à AFP um responsável francês que quis manter o anonimato. “Trata-se de uma operação multilateral sob coordenação do comando americano pelas forças americanas na Europa, baseadas em Estugarda, na Alemanha”, declarou. “Este quartel-general faz a coordenação com os centros operacionais aéreos francês baseado em Lyon e britânico em Northwood”.

    21h31 A cidade de Sirte, onde Khadafi nasceu, está a ser bombardeada, segundo os órgãos de informação oficiais. A televisão estatal anunciou que o coronel que governa a Líbia há mais de 40 anos vai fazer em breve uma declaração sobre "os cruzados" da operação internacional.

    21h12 Aviões militares espanhóis F-18 descolaram de Madrid para participar na operação na Líbia, noticiou a Reuters.

    21h07 O Governo líbio emitiu um comunicado em que avalia a intervenção militar da coligação como “uma agressão bárbara” que causou "numerosas vítimas" e "graves danos materiais". E adianta: “Aceitámos a resolução do Conselho de Segurança e anunciámos um cessar-fogo. Não debilitarão o nosso espírito, continuaremos a lutar contra a Al-Qaeda”, adiantou o “El País”.21h03 A televisão líbia noticiou que um avião francês foi abatido, diz o “El Mundo”.

    20h58 A televisão estatal líbia adiantou, citada pela BBC, que as “forças inimigas”, como são referidas as forças da coligação internacional, estão a bombardear alvos civis em Bengasi, Zuara e Misurata.

    20h51 O conselho militar dos rebeldes líbios está a concertar posições com a força internacional da coligação que já lançou vários ataques aéreos contra as áreas onde estão presentes as forças afectas a Khadafi, adiantou a estação de televisão Al-Jazira. As forças internacionais bombardearam uma escola militar junto à cidade de Misurata onde as forças de Khadafi estarão instaladas, mas não foram divulgados mais detalhes.

    20h47 Um chefe militar dos Estados Unidos anunciou que mais de 110 mísseis Tomahawk foram lançados contra posições das tropas de Khadafi nas últimas horas, num total de 20 locais, pelos Estados Unidos e Reino Unido. A mesma fonte do Pentágono precisou que 25 navios de guerra da coligação, incluindo os três submarinos norte-americanos armados com Tomahawk, estão posicionados nas águas do Mediterrâneo.

    20h43 Obama explicou que foi dada luz verde a “uma acção militar limitada” para fazer respeitar a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, e adiantou que não serão mobilizadas tropas norte-americanas em solo líbio.

    20h37 Relatos de civis feridos em Trípoli: a agência noticiosa estatal líbia Jana relata que estão ambulâncias a correr por toda a capital, a transportar “vítimas civis” para os hospitais, devido aos raides das forças internacionais.

    20h33 O primeiro-ministro britânico, David Cameron, comentou as operações na Líbia. “As forças britânicas estão em acção na Líbia”, disse. “Todo vimos a brutalidade do coronel Khadafi para com o seu povo, e em vez de aplicar um cessar-fogo falou de intensificar os ataques e a brutalidade”.

    20h27 Bombardeamentos atingiram reservatórios de combustível na cidade de Misurata, a cerca de 200 quilómetros de Trípoli, anunciou o porta-voz das forças armadas líbias à televisão estatal.

    20h23 A coligação internacional vai centrar alvo nas defesas aéreas líbias especialmente em redor da capital, Trípoli, e Misurata, a única cidade na Líbia ocidental que permanece nas mãos dos rebeldes, foi avançado por fonte oficial norte-americana. Não estão planeados raides aéreos intensos para já em volta da cidade de Bengasi, bastião dos rebeldes na Líbia Oriental.

    20h17 Barack Obama comentou o início das operações. O Presidente norte-americano disse que os EUA estão “orgulhosos por estarem envolvidos na coligação que está a “responder aos apelos de um povo ameaçado”.

    20h14 Os EUA atingiram alvos antiaéreos líbios com mísseis de cruzeiro Tomahawk, foi precisado por um alto responsável norte-americano. O objectivo é facilitar a imposição de uma zona de exclusão aérea pelas forças da coligação. Os mísseis visaram alvos junto a Trípoli e Misurata.

    20h12 A televisão estatal líbia, citada pela Al-Jazira, disse que foram atingidos alvos civis por aviões de combate.

    20h06 Três submarinos norte-americanos estão já no Mediterrâneo a preparar-se para entrar nas operações internacionais de combate a Khadafi, avançam a Reuters e o canal Al-Arabiya. Os Estados Unidos contam já na zona com pelo menos dois navios de guerra, de onde já começaram a disparar mísseis sobre a Líbia.

    20h01 Fonte militar norte-americana disse à Reuters que os EUA, Reino Unido, França, Itália e Canadá estão a preparar-se para lançar um ataque ao longo da costa da Líbia. São estes os cinco países que já integraram em pleno a missão internacional contra Khadafi.19h57 As forças britânicas já estão também em acção na Líbia, anunciou o primeiro-ministro David Cameron. “Era necessário, legal e certo”, afirmou em comunicado emitido por Downing Street.

    19h53 O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Alain Juppé, advertiu que a acção militar contra Khadafi irá prolongar-se “pelos próximos dias”, até que o regime líbio cumpra “à letra” a resolução da ONU.

    19h50 Os Estados Unidos acabaram de lançar mísseis sobre território líbio a partir de navios de guerra, diz a CNN.

    19h47 Regime líbio em desespero. Ban Ki-moon voltou a falar em Paris sobre a situação na Líbia e disse, segundo o “El País”, que o primeiro-ministro líbio, Mahmudj Baghdadi, com quem falou ao telefone nesta sexta-feira, “parecia desesperado”.

    19h43 Em Trípoli ouviram-se fortes explosões, segundo relatos de testemunhas à AFP. Não se sabe ainda qual foi a origem dos estrondos que ocorreram na zona leste da cidade.

    19h40 Os aviões franceses fizeram hoje o total de quatro raides aéreos na Líbia, destruindo vários blindados das forças pró-Khadafi, revelou à AFP fonte militar francesa. Há um par de horas, pouco após os bombardeamentos, a Al-Jazira avançara que quatro tanques do regime tinham sido destruídos nestes ataques da missão internacional.

    19h37 EUA vão participar em pleno na missão internacional contra Khadafi. O chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé, garantiu à AFP que os Estados Unidos irão participar “plenamente” nas operações na Líbia. A França tem assumido um papel de liderança nesta operação, foi o primeiro país a enviar aviões militares. O objectivo da intervenção na Líbia é “apoiar a libertação do povo líbio”, acrescentou Juppé.

    19h32 As expectativas dos rebeldes opositores ao regime de Khadafi são “extraordinariamente elevadas” em Tobruk, no extremo Leste da Líbia, diz o correspondente da BBC.

    19h29 Obama irá fazer uma declaração sobre os acontecimentos na Líbia durante a próxima hora. O Pentágono também deverá iniciar uma reunião muito em breve com o vice-almirante William Gortney sobre os detalhes operacionais da intervenção no país.

    19h20 O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reuniu o comité de emergência Cobra em Downing Street, confirmou um correspondente da BBC. Cameron e membros do seu gabinete estão a debater as operações na Líbia.

    19h12 A “cara do jornalismo dos cidadãos” na Líbia morreu hoje em Bengasi: Mohammad Nabbous, activista pró-democracia e fundador do canal televisivo online Al-Hurra foi hoje morto aparentemente a tiro por tropas de Khadafi em Bengasi, de onde enviou várias reportagens ao longo dos últimos dias. “Ele tocou os corações de muitos com a sua coragem e espírito indomável (...) O seu objectivo era contar o que se está a passar na Líbia. Por favor honrem este homem e ajudem-no a realizar o seu sonho, usando as imagens que ele captou nas vossas transmissões”, apela a Al-Hurra.

    19h09 Um responsável da Defesa norte-americana disse à Reuters que há três submarinos da Marinha dos EUA no Mediterrâneo, preparados para operações na Líbia.

    19h05 O ataque com aviões franceses destruiu alguns tanques e veículos armados na Líbia, confirmou o Ministério da Defesa francês. A estação de televisão Al-Jazira tinha noticiado a destruição de quatro tanques e Sudoeste de Bengasi.

    19h04 Residentes na cidade de Misurata relataram à Reuters que foram mortas nove pessoas por atiradores furtivos e que no hospital local não se podem realizar intervenções cirúrgicas por falta de anestésicos. A cidade fica a cerca de 130 quilómetros de Trípoli e é um dos locais tomados pelos rebeldes na parte ocidental do país. 18h50 “As mulheres em Bengasi estão agora a pegar em [espingardas] AK47 – preparam-se para lutar contra Khadafi”, relata no Twitter um cibernauta líbio que se identifica como Tripolitanian.

    18h47 Centenas de apoiantes de Khadafi juntaram-se em torno da residência do coronel em Bab al-Aziziyah para proteger o palácio dos ataques aéreos perpetrados pelos aviões franceses, relatou a correspondente da Al-Jazira Anita McNaught. A filha de Khadafi, Aisha Khadafi, esteve presente na concentração a favor do regime do pai.

    18h43 Um membro do Conselho Nacional de Transição líbio em Bengasi, que representa a oposição a Khadafi, Fathi Baja, disse estar confiante numa vitória sobre as tropas do coronel que governa a Líbia há mais de 40 anos. “As próximas horas irão demonstrar que as nossas forças, que estão rodeadas pelas forças criminosas de Khadafi e por mercenários, são realmente capazes de combater e destruir os apoiantes que restam deste regime criminoso”, disse à BBC. “O regime de Khadafi está a viver os seus últimos dias e as suas últimas horas”.

    18h40 Viagem adiada. O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, adiou a deslocação de hoje à Rússia, à última hora, para poder seguir a situação na Líbia a partir dos Estados Unidos, foi anunciado pelo Pentágono.

    18h33 "Preocupante", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre a resposta da Líbia à resolução da ONU – cujo Conselho de Segurança aprovou na quinta-feira a aplicação de “todas as medidas necessárias” para conter a violência” no país. Adiantou que as autoridades líbias garantiram um cessar-fogo mas que a falta de confiança no Governo é tão grande que não se pode acreditar no que os líderes líbios dizem, adiantou a Al-Jazira.

    18h26 O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi tranquilizou os cidadãos. “As nossas forças armadas analisaram a capacidade bélica do regime líbio e concluíram que as suas armas não poderão alcançar o território italiano”, adiantou o “El País”. Movimentação de aviões foi observada em várias bases do Norte e Sul da Itália: três AWACS estão prontos para descolar de Trapani (oeste da Sicília) e também aviões Tornado ECR e IDS em Piacenza e Ghedi (norte do país), além de caças Eurofighter em Grosseto (centro). A estes juntam-se pelo menos seis F-16 dinamarqueses que já chegaram à base de Sigonella (sudeste da Sicília).

    18h23 A participação de Espanha na intervenção na Líbia será de 450 militares, noticiou o diário espanhol “El Mundo”.

    18h15 O Comité Internacional da Cruz Vermelha alertou para a necessidade de ambas as partes obedecerem à legislação internacional e advertiu contra a possibilidade de serem atingidos civis, usados como escudos humanos. Apelou ainda a que seja permitido o acesso aos feridos e ao pessoal médico.

    18h10 "Irresponsável", disse o Presidente venezuelano, Hugo Chávez, sobre a intervenção internacional na Líbia, que considerou ter como objectivo a apropriação do petróleo do país, e apelou a um cessar-fogo imediato.

    18h06 Khadafi continua a bombardear cidades nas mãos dos rebeldes. “Zinta [no Ocidente da Líbia] está a ser atingida por fortes bombardeamentos pesados. Tanques de Khadafi avançam sob essa cobertura”, descreve o grupo activista Liberty4Lybia no Twitter. chegam relatos de que também Misurata, igualmente do lado ocidental do país, está a ser intensamente bombardeada.

    18h00 Sucesso da cimeira. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, congratulou-se com os resultados da cimeira em Paris onde está a ser debatida a situação na Líbia. “O sinal que enviamos ao coronel Khadafi e ao seu regime é inequívoco, disse à BBC. “Agora acredito que britânicos, franceses e americanos levarão a cabo uma acção imediata”. Junto a Bengasi já houve os primeiros disparos.17h55 Os aviões militares franceses destruíram quarto tanques líbios, noticiou a Al-Jazira. Os ataques estão a decorrer em Bengasi.

    17h50 A Rússia condenou que se tenha preparado uma operação internacional contra o regime de Khadafi após o anúncio de um cessar-fogo pelas autoridades Líbias, noticiou o “El Mundo". Do terreno têm chegado relatos de ataques a Bengasi.

    17h45 Um grupo de jornalistas estrangeiros em Trípoli foi levado a visitar a base militar do coronel Khadafi na cidade, diz um correspondente da BBC. Milhares de apoiantes do regime estão em redor da base entoando slogans de apoio ao líder e garantindo estar dispostos a morrer se o complexo for alvo de ataques militares.

    17h43 A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, diz que espera novas deserções entre os apoiantes de Khadafi e reiterou que o coronel “deve abandonar o poder”.

    17h39: Aviões espanhóis F-18 estão a postos para participar na operação, noticiou a Al-Jazira.

    17h37: Entre os aviões envolvidos na operação estão oito aviões Rafale, dois Mirage 2000-D e dois aviões Mirage 2000-5, anunciou o porta-voz do Estado-Maior francês, Thierry Burckhard. Poderão atacar objectivos militares líbios.

    17h35: Em breve vão começar “amplas operações aéreas” envolvendo aviões de vários países, incluindo o Canadá, disse o primeiro-ministro canadiano, Stephen Harper, em Paris. A missão aérea será coordenada com um bloqueio naval.

    17h25: O Ministério da Defesa holandês anunciou que os holandeses poderão começar a intervir na missão autorizada pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU ainda hoje.

    17h20: “Um primeiro alvo foi visado e destruído”, confirmou o Ministério da Defesa francês. Envolvidos nas operações estão até agora 20 aviões, todos franceses.

    17h00: Para já, as operações militares abrangem uma área de 100 quilómetros por 150 em redor de Bengasi, bastião rebelde no Leste da Líbia, diz um porta-voz do Estado-maior francês.

    16h45: Primeiro disparo francês contra um veículo das forças leais a Khadafi nos arredores de Bengasi, onde a rebelião resiste desde sexta-feira aos avanços do regime.

    Aviões franceses começaram a disparar na Libia

    Um avião francês efectuou o primeiro disparo contra um veículo militar na Líbia quando eram 16h45 em Lisboa.Sarkozy já tinha anunciado uma "missão de reconhecimento" em Bengasi para proteger os civis.
    Aviões de combate Rafale já estão na Líbia 
    Aviões de combate Rafale já estão na Líbia 
    Vários aviões Rafale começaram a sobrevoar “todo o território líbio”, depois de terem descolado ao início da tarde da base de Saint-Dizier, na parte Oriental de França, onde estão habitualmente estacionados. A “missão de reconhecimento” deverá prolongar-se durante toda a tarde, segundo uma fonte militar citada pela AFP. A operação estará a decorrer sem dificuldades.

    Ao início da manhã, um avião militar caiu na cidade e os rebeldes chegaram a anunciar que o tinham abatido. Pouco depois, um porta-voz da oposição veio corrigir a informação, adiantando que o aparelho estava em poder dos rebeldes e despenhou-se quando tentava atacar as forças leais a Khadafi. Desconhecem-se as causas do incidente.

    A estação de televisão Al Arabiya noticiou que aviões italianos estariam também a realizar uma missão de observação na Líbia, mas a informação foi desmentida pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que adiantou que a Itália está apenas a fornecer bases para as operações mas que poderá vir a participar em raides aéreos.

    A missão é composta por aviões Rafale, aparelhos de combate habitualmente usados em missões de reconhecimento e de defesa aérea. O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, adiantou que o objectivo desta missão é impedir ataques aéreos das forças leais ao coronel Muammar Khadafi sobre Bengasi, a primeira cidade libertada pelos rebeldes que se opõem ao regime. E sublinhou que os aviões estão “prontos a intervir contra os blindados” das forças de Khadafi. A força francesa na Líbia é composta por dois aviões Rafales e dois Mirages.

    Sarkozy falou aos jornalistas durante a cimeira que está a decorrer em Paris e que reúne representantes da União Europeia, Washington, da Liga Árabe e da União Africana para debater a situação na Líbia e a questão da intervenção militar internacional no país. Disse que “a porta da diplomacia se abrirá logo que terminem as agressões contra a população”, mas do território chegam relatos de ataques junto a Bengasi, apesar do ultimato feito a Khadafi por vários países depois de, na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado a aplicação de “todas as medidas necessárias” para travar a violência.

    O Presidente francês apelou a Khadafi para respeitar "sem demora e sem reservas" a resolução da ONU para "evitar o pior", enquanto o primeiro-ministro britânico, David Cameron considerou que "está na hora de passar à acção". E adiantou: "Devemos pôr em prática a vontade da ONU, não podemos permitir a continuação do massacre de civis."

    No encontro em Paris vários países já manifestaram disponibilidade para participar numa operação militar. É o caso do Qatar, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega, Espanha e Itália, que se juntam à França e ao Reino Unido, que têm assumido a liderança deste processo diplomático e militar.

    Na noite de sexta-feira o Presidente norte-americano Barack Obama referiu-se à situação na Líbia pela primeira vez após a aprovação da resolução do Conselho de Segurança pela ONU e ameaçou o regime de Khadafi com uma intervenção militar se continuarem os ataques contra civis. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou, por outro lado, que Khadafi "perdeu toda a legitimidade" e deve abandonar o poder.

    Khadafi defendeu nesta manhã que os países ocidentais não têm o direito de intervir no país. "É uma injustiça, uma clara agressão", disse numa carta divulgada pelo porta-voz do Governo, Mussa Ibrahim, numa carta dirigida à França, Reino Unido e ONU. "Irão lamentar se avançarem para uma interferência nas nossas questões internas", adiantou.

    "ODISSEIA AMANHECER"

    Coligação ataca alvos militares em Trípoli


    A coligação internacional continuou pela noite a atacar as posições do contestado líder líbio Muammar Khadafi, com várias explosões a serem reportadas durante a madrugada perto da capital, Trípoli, por volta das 2h30 locais. Mas a manhã revela-se agora “relativamente calma, com o trânsito a rolar como normal, embora o ambiente esteja muito tenso”, foi observado pelo correspondente da BBC Allan Little.
    As autoridades líbias contavam a morte de pelo menos 48 civis nesta primeira fase da missão da comunidade internacional – a “Odisseia Amanhecer” – a que se somam mais de 100 feridos; segundo o regime são na esmagadora maioria civis apanhados pelos bombardeamentos dos aliados internacionais. Este número de vítimas mortais acabou por ser actualizado em alta para as 64 por um responsável de saúde do regime líbio: "Houve pessoas que morreram devido aos seus ferimentos", explicou.

    O canal norte-americano CBS noticiou entretanto que três bombardeiros dos Estados Unidos B-2 lançaram esta manhã pelo menos 40 bombas convencionais sobre vários alvos incluindo uma das maiores bases aéreas de Khadafi – a informação foi já confirmada pelo Pentágono, mas sem especificar quais foram os alvos destes raides. O correspondente da CNN alertava, a partir de Trípoli, que foram ouvidas três enormes explosões num campo militar aéreo alguns quilómetros para leste da cidade.

    Já esta manhã, o chefe de estado-maior interarmas norte-americano, almirante Mike Mullen, avaliou que os esforços de guerra feitos desde ontem pelos aliados conseguiram já “estabelecer efectivamente uma zona de exclusão aérea” na Líbia e “bloquear a ofensiva” de Muammar Khadafi contra o bastião dos rebeldes na Líbia Oriental, a cidade de Bengasi.

    “As operações correram muito bem. Ele [Khadafi] não pode pôr a voar nenhum helicóptero nem nenhum avião nos últimos dias. Por isso, de facto, foi posta em campo a zona de exclusão aérea”, afirmou em entrevista ao programa “Meet the Press”, do canal NBC.

    O ministro da Defesa britânico confirmou por seu lado esta manhã que os aviões britânicos estiveram já também no ar, atacando os sistemas de defesa aérea do regime durante a noite em volta de Trípoli. Os caças britânicos Tornado voaram directamente da base da Royal Air Force em Marham, tendo disparados vários mísseis Stormshadow.

    Mais aviões dos aliados internacionais – depois dos franceses e britânicos que estiveram a actuar desde a tarde até noite dentro – vão hoje mesmo posicionar-se em bases no Mediterrâneo para participar na operação: nomeadamente do Canadá, Dinamarca e Espanha, devendo hoje mesmo entrar em acção, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Alain Juppé.

    “Os raides [da coligação] vão continuar até que Khadafi pare de atacar os civis, retire as suas tropas das áreas [populacionais] em que entraram e permita aos líbios expressarem as suas aspirações à democracia”, afirmou o chefe da diplomacia francesa. O ministro da Defesa dinamarquês, Gitte Lillelund Bech, frisou por seu lado que “esta acção militar não tem por objectivo matar Khadafi, antes que se consiga apanhá-lo e levá-lo ao Tribunal Penal Internacional, o qual o deverá julgar”.

    Aos aviões juntam-se os meios marítimos, com uma série de barcos britânicos e norte-americanos que mantiveram sob um ataque cerrado de mísseis as posições de Khadafi na costa da Líbia. Só nas primeiras horas da operação ontem, depois de um avião francês fazer o primeiro raide aéreo às 16h45, navios de guerra e submarinos lançaram mais de 100 mísseis Tomahawk sobre um total de 20 alvos de Khadafi em volta de Trípoli e Misurata. O porta-voz do exército dos Estados Unidos, coronel Franklin Childress, avançou que estes mísseis de cruzeiro deverão continuar a ser utilizados durante a missão.

    Forças de Khadafi retomam bombardeamentos de Misurata

    Mesmo com a “Odisseia Amanhecer” em pleno curso, o regime líbio não dá sinais de suspensão dos combates – apesar de ter chegado a declarar ontem, por algumas horas, um cessar-fogo sem jamais ter, porém, posto termo por completo aos bombardeamentos sobre as cidades “libertadas” pela rebelião.

    Pelo contrário, em renovado desafio, o Governo líbio prepara-se para distribuir "armas por mais de um milhão de homens e mulheres nas próximas horas", de acordo com a agência noticiosa estatal Jana.Misurata, posição isolada dos rebeldes no oeste da Líbia, a 200 quilómetros de Trípoli, voltou a ser alvo de disparos de artilharia pesada desde a noite de ontem, prosseguindo pelas primeiras horas de hoje. “Ouvimos os bombardeamentos e as milícias de Khadafi estão a entrar na cidade e a tomar posições na avenida principal que conduz ao centro. Há tanques por todo o lado e atiradores furtivos no cimo dos telhados”, relata à BBC uma farmacêutica em Misurata.

    Um médico da mesma cidade relatou por seu lado à agência noticiosa Reuters que tropas leais a Khadafi estão desde ontem a mover os corpos das pessoas mortas nos combates entre as forças do regime com os rebeldes para áreas que foram alvo dos raides da coligação internacional.

    De Bengasi chegam relatos de alguns combates em alguns dos subúrbios ocidentais da cidade durante esta manhã, entre os rebeldes e as forças de Khadafi. Depois dos intensos bombardeamentos da artilharia do regime durante os últimos dois dias, fontes da rebelião registam que morreram pelo menos 94 pessoas.

    A estrada que chega a Bengasi desde Ajdabiya, a 160 quilómetros para sudoeste, é hoje um fio de veículos blindados e armados de Khadafi totalmente carbonizados, depois dos raides aéreos feitos na véspera pela coligação internacional, tendo o correspondente da Reuters visto os corpos de pelo menos 14 soldados do regime.

    sexta-feira, 18 de março de 2011

    Novo governo: Dez caras novas e seis independentes

    O primeiro-ministro, José Maria Neves, acaba de apresentar o seu novo governo, constituído por 18 ministros e três secretários de Estado. O destaque vai para a entrada de nove caras novas num elenco em que há oito mulheres e nove "repetentes", incluindo JMN que tutela a Reforma do Estado. Seis são independentes.

    Novo governo: Dez caras novas e seis independentes
    Eis a composição do novo executivo da actual legislatura:
    - Primeiro-ministro e ministro da Reforma do Estado - José Maria Neves;
    - Ministra Adjunta e da Saúde - Cristina Fontes;
    - Ministra das Finanças e do Planeamento -Cristina Duarte;
    - Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e da Defesa Nacional - Jorge Tolentino;
    - Ministro das Relações Exteriores - Jorge Borges;
    - Ministro dos Assuntos Parlamentares - Rui Semedo;
    - Ministra da Administração Interna - Marisa Morais (independente);
    - Ministro da Justiça - José Carlos Lopes Correia (independente);
    - Ministro das Infra-estruturas e Economia Marinha, José Maria Veiga;
    - Ministro do Desenvolvimento Social e Família - Felisberto Vieira;
    - Ministra do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território - Sara Lopes;
    - Ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento de Recursos Humanos - Jandira Hopffer Almada;
    - Ministra da Educação e Desporto - Fernanda Marques;
    - Ministra do Desenvolvimento Rural - Eva Ortet;
    - Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação - António Leão Correia e Silva (Independente);
    - Ministro do Turismo, Industria e Energia - Humberto Brito;
    - Ministra das Comunidades - Fernanda Fernandes (independente);
    - Ministro da Cultura - Mário Lúcio Sousa (independente);
    - Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros - José Luís Rocha (independente);
    - Secretário de Estado da Administração Pública -Romeu Modesto;
    - Secretário de Estado dos Recursos Marinhos - Adalberto Vieira;
    Em relação ao anterior executivo, ficaram fora do actual governo Manuel Inocêncio Sousa (candidato às presidenciais); Basílio Ramos (actual presidente da AN) Madalena Neves (Trabalho Família e Solidariedade), Sidónio Monteiro (Comunidades), Lívio Fernandes Lopes (Administração Interna), José Brito (Negócios Estrangeiros), Octávio Tavares (Educação e Desportos) e Fátima Fialho (Turismo e Energia).