Brega de novo fustigada por ataques aéreos
A cidade líbia de Marsa el-Brega está de novo esta manhã a ser bombardeada pelas forças leais a Khadafi, depois de ter sido o epicentro dos mais acesos combates de ontem no país – tendo primeiro sido perdida e depois reconquistada pelo movimento de revolta contra o regime líbio.
O alvo dos ataques aéreos de hoje volta a ser o aeroporto da cidade, que fica a 200 quilómetros para Oeste de Bengasi – a cidade embrião dos protestos e a primeira a ser “libertada” – e a 700 quilómetros para Leste de Trípoli, a capital. De pequena dimensão, Brega é porém um ponto de máxima importância estratégica no terreno, com o seu aeroporto e a refinaria petrolífera a ele anexado.
"Há cerca de duas horas [antes das 8h00 em Lisboa], aviões lançaram bombas na área entre a refinaria e as zonas residenciais. Tanto quanto pude apurar não houve vítimas", avançou o director de abastecimentos do hospital de Brega, Fattah al-Moghrabi, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
As forças de Khadafi (que reúnem tropas, milícias e mercenários) estão também esta manhã a bombardear de novo a cidade de Ajdabiyah, a 75 quilómetros para Leste de Brega, que se encontra sob o controlo dos rebeldes e sobre a qual avançou ontem uma enorme coluna de mais de cem veículos armados e blindados, mas sem descerrar um ataque terrestre. Responsáveis da morgue de Ajdabiyah confirmaram hoje a morte de 14 pessoas nos combates recentes na cidade, a qual possui um importantíssimo depósito de armas.
O regime líbio mantém uma pressão forte sobre as cidades "libertadas" – maioritariamente no terço Leste do país, mas também muitas do lado oriental – ao mesmo tempo que o movimento de oposição se revela cada vez mais consolidado, com a formação de um Conselho Nacional Líbio para servir de "cara política" à revolução que poderá, eventualmente, transformar-se num governo interino de facto no país, com sede em Bengasi, a primeira cidade "libertada".
Ao contrário da revolução no Egipto, e antes na Tunísia, a situação na Líbia parece estar a evoluir cada vez mais para um conflito armado convencional, talvez mesmo para um cenário de uma guerra civil.
Os líderes da revolta fizeram ontem um apelo formal às Nações Unidas para que sejam feitos ataques aéreos sobre as posições das forças leais a Khadafi e a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre o país, para impedir os aviões do regime de continuarem a bombardear as cidades "libertadas". E já hoje, pediram à ONU "autorização" para as suas próprias forças bombardearam os mercenários aliados a Khadafi, avança a televisão Al-Arabiya.
Mas no palco internacional está longe de surgir um consenso sobre tal abordagem, de natureza essencialmente militar. O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, sublinhou isso mesmo, ontem à noite: "Há que chamar espada a uma espada. Uma zona de exclusão aérea começa com um ataque contra a Líbia para destruir as suas defesas aéreas. É assim que se impõe uma zona de exclusão aérea. E, então, depois, podemos pôr no ar os nossos aviões sem que sejam atingidos. É uma enorme operação num país muito grande".
A NATO, sem a qual a adopção da zona de exclusão dificilmente pode ser posta em prática, já deixou entretanto bem claro que não admite entrar por este caminho sem um mandato expresso das Nações Unidas. O secretário-geral da Organização do Atlântico Norte, Anders Fogh-Rasmussen, reiterou hoje, aliás, que "a NATO não tem intenção de intervir [na Líbia]". "Mas, como uma aliança de defesa e uma organização de segurança, fazemos um planeamento prudente para todas as eventualidades", prosseguiu.
Três militares holandeses capturados em operação de resgate
Numa arriscada operação de resgate de cidadãos estrangeiros da Líbia foram capturados e feitos prisioneiros três fuzileiros da Holanda e dois civis por militares líbios leais a Khadafi, revelou esta manhã o Ministério holandês da Defesa.
A missão, que decorreu no domingo, consistia em tirar de helicóptero os dois civis – um holandês e outro de outra nacionalidade europeia, que não foi especificada – de Sirte, no Norte da Líbia, a cidade natal do líder líbio. Estes civis foram entretanto libertados, ontem, e entregues na embaixada da Holanda em Trípoli, tendo já deixado a Líbia, mas os soldados holandeses permaneceram detidos.“Tivemos contactos directos com eles”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa holandês, Otte Beeksma, recusando-se a dar informação sobre o local onde os fuzileiros estão presos, e dizendo apenas que “apesar das circunstâncias, se encontram bem”. “Estamos a ter discussões diplomáticas intensas com as autoridades líbias”, avançou ainda aquele responsável.
"Há cerca de duas horas [antes das 8h00 em Lisboa], aviões lançaram bombas na área entre a refinaria e as zonas residenciais. Tanto quanto pude apurar não houve vítimas", avançou o director de abastecimentos do hospital de Brega, Fattah al-Moghrabi, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
As forças de Khadafi (que reúnem tropas, milícias e mercenários) estão também esta manhã a bombardear de novo a cidade de Ajdabiyah, a 75 quilómetros para Leste de Brega, que se encontra sob o controlo dos rebeldes e sobre a qual avançou ontem uma enorme coluna de mais de cem veículos armados e blindados, mas sem descerrar um ataque terrestre. Responsáveis da morgue de Ajdabiyah confirmaram hoje a morte de 14 pessoas nos combates recentes na cidade, a qual possui um importantíssimo depósito de armas.
O regime líbio mantém uma pressão forte sobre as cidades "libertadas" – maioritariamente no terço Leste do país, mas também muitas do lado oriental – ao mesmo tempo que o movimento de oposição se revela cada vez mais consolidado, com a formação de um Conselho Nacional Líbio para servir de "cara política" à revolução que poderá, eventualmente, transformar-se num governo interino de facto no país, com sede em Bengasi, a primeira cidade "libertada".
Ao contrário da revolução no Egipto, e antes na Tunísia, a situação na Líbia parece estar a evoluir cada vez mais para um conflito armado convencional, talvez mesmo para um cenário de uma guerra civil.
Os líderes da revolta fizeram ontem um apelo formal às Nações Unidas para que sejam feitos ataques aéreos sobre as posições das forças leais a Khadafi e a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre o país, para impedir os aviões do regime de continuarem a bombardear as cidades "libertadas". E já hoje, pediram à ONU "autorização" para as suas próprias forças bombardearam os mercenários aliados a Khadafi, avança a televisão Al-Arabiya.
Mas no palco internacional está longe de surgir um consenso sobre tal abordagem, de natureza essencialmente militar. O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, sublinhou isso mesmo, ontem à noite: "Há que chamar espada a uma espada. Uma zona de exclusão aérea começa com um ataque contra a Líbia para destruir as suas defesas aéreas. É assim que se impõe uma zona de exclusão aérea. E, então, depois, podemos pôr no ar os nossos aviões sem que sejam atingidos. É uma enorme operação num país muito grande".
A NATO, sem a qual a adopção da zona de exclusão dificilmente pode ser posta em prática, já deixou entretanto bem claro que não admite entrar por este caminho sem um mandato expresso das Nações Unidas. O secretário-geral da Organização do Atlântico Norte, Anders Fogh-Rasmussen, reiterou hoje, aliás, que "a NATO não tem intenção de intervir [na Líbia]". "Mas, como uma aliança de defesa e uma organização de segurança, fazemos um planeamento prudente para todas as eventualidades", prosseguiu.
Três militares holandeses capturados em operação de resgate
Numa arriscada operação de resgate de cidadãos estrangeiros da Líbia foram capturados e feitos prisioneiros três fuzileiros da Holanda e dois civis por militares líbios leais a Khadafi, revelou esta manhã o Ministério holandês da Defesa.
A missão, que decorreu no domingo, consistia em tirar de helicóptero os dois civis – um holandês e outro de outra nacionalidade europeia, que não foi especificada – de Sirte, no Norte da Líbia, a cidade natal do líder líbio. Estes civis foram entretanto libertados, ontem, e entregues na embaixada da Holanda em Trípoli, tendo já deixado a Líbia, mas os soldados holandeses permaneceram detidos.“Tivemos contactos directos com eles”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa holandês, Otte Beeksma, recusando-se a dar informação sobre o local onde os fuzileiros estão presos, e dizendo apenas que “apesar das circunstâncias, se encontram bem”. “Estamos a ter discussões diplomáticas intensas com as autoridades líbias”, avançou ainda aquele responsável.
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